Depoimentos entregam falhas e pista que autora quer esconder em Vale Tudo

O capítulo desta quinta-feira (10) de Vale Tudo pôs fogo no mistério sobre a morte de Odete Roitman (Debora Bloch), mas evidenciou as falhas grotescas da construção da cena do crime. Durante os depoimentos prestados à polícia, cinco suspeitos surgiram tentando justificar sua presença no quarto da empresária, todos armados e com motivo, mas nenhum assumiu o crime. 

A inconsistência da trama ficou escancarada, mas a polícia ainda não tem um culpado. Enquanto isso, o público já começa a desconfiar que, no fim das contas, ninguém matou Odete --ou pior, que o roteiro pode querer transformar a icônica cena em mais uma grande decepção.

O mais absurdo? Todos apareceram entrando sozinhos no quarto, sem que a porta fosse aberta pela anfitriã ou arrombada o que, em um hotel de luxo, só seria possível com cartão-chave. E o único que tinha o tal cartão era César (Cauã Reymond).

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O delegado Mauro (Claudio Jaborandy) ouviu um por um, e o público acompanhou versões mal ensaiadas que mais confundem do que esclarecem. A seguir, os principais trechos:

Fátima acusa Odete de assassinato

Maria de Fátima (Bella Campos) teve que detalhar sua relação conturbada com Odete, marcada por chantagens, segredos e ameaças. Indagada diretamente pelo delegado: "Eu queria que a senhora começasse me falando da sua ligação com a dona Odete Roitman". 

A golpista revelou que sabia do filho escondido da empresária, Leonardo (Guilherme Magon), e acusou diretamente a ex-sogra de assassinato: "Ana Clara [Samantha Jones] é a moça que foi assassinada por Odete".

A revelação tardia a torna cúmplice da autora do crime, mas isso não deve ser investigado nem a gestante deve pagar pelo que fez, omitindo o homicídio e chantageando a bilionária.

Ela ainda afirmou ter medo real de ser morta: "Eu sabia que, mesmo fora do pai, ela podia me matar". E confessou o desejo de ser autora do disparo fatal: "Eu queria que a Odete morresse. Mas daí a matar ela, é outra coisa".

Heleninha revive traumas

Heleninha (Paolla Oliveira), filha rejeitada de Odete, reapareceu e também virou suspeita. Em seu depoimento, desabafou: "A verdade é que minha mãe nunca gostou de mim. Talvez eu tivesse vontade de ter feito isso."

O empresário Marco Aurélio (Alexandre Nero) não negou que foi ao hotel para matar Odete. Ele tentou se defender alegando ter sido vítima: "Saiu na imprensa e todo mundo sabe que sofri um atentado. Tinha muita gente com raiva da Odete, delegado. Eu pensei em atacar primeiro".

Celina (Malu Galli), irmã de Odete, apareceu descontrolada emocionalmente e declarou que foi ao hotel por causa de Heleninha: "Não dava, delegado, para ela viajar sem saber que a filha dela tinha se matado. Eu tinha todos os motivos do mundo".

César, o viúvo com o cartão

César, marido de Odete e herdeiro de metade da fortuna, entrou no quarto com o seu cartão-chave. No interrogatório, tentou despistar sobre sua intenção de matar a mulher: "Seu delegado, por que eu fui o último a ser chamado? Só para eu saber. O senhor deve estar achando que eu sou um suspeito".

Apesar das contradições, uma frase se repetiu em todos os depoimentos, como se fosse um mantra roteirizado: "Eu não matei Odete Roitman".

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Vale Tudo foi exibida em 1988 e é um dos grandes sucessos da teledramaturgia brasileira. O remake da novela celebra os 60 anos da Globo. A autora Manuela Dias está responsável pela atualização da trama, e Paulo Silvestrini assina a direção artística.

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