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MEMÓRIA DA TV

Com Vera Fischer, polêmica novela da Globo teve paixão fulminante nos bastidores

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Felipe Camargo e Vera Fischer nas gravações da novela Mandala (1987)

Felipe Camargo e Vera Fischer se apaixonaram durante as gravações da novela Mandala (1987)

THELL DE CASTRO

Publicado em 28/11/2021 - 6h15

Uma das mais famosas atrizes da história da televisão brasileira, Vera Fischer completou 70 anos no sábado (27). Entre diversas passagens por produções da Globo, uma das mais marcantes aconteceu na novela Mandala, exibida entre 1987 e 1988. Lembrada pela paixão fulminante entre seus protagonistas, a trama escrita por Dias Gomes (1922-1999) estreou na faixa das oito em 12 de outubro de 1987.

Estrelada por Vera e o jovem Felipe Camargo, além de contar com nomes como Nuno Leal Maia, Perry Salles (1939-2009) e muitos outros, Mandala não teve uma trajetória fácil.

Baseada na tragédia grega Édipo Rei, a produção teve duas fases. Na primeira, que se passava em 1961, a estudante Jocasta (Giulia Gam) se envolve com o místico Laio (Taumaturgo Ferreira). Ela fica grávida e assusta o parceiro, que acaba sumindo com a criança com a cumplicidade de Argemiro (Marco Antônio Pâmio).

Vinte e cinco anos depois, Jocasta (agora Vera Fischer) é bem-sucedida, mas busca o filho desaparecido. Separada de Laio (Perry Salles), ela acaba encontrando Édipo (Felipe Camargo) em uma estrada. Após uma discussão com o rapaz, Laio despenca de uma ribanceira e morre.

Jocasta se encanta por Édipo, sem sonhar que se trata de seu filho. Além disso, destacam-se na trama o confronto entre o bem e o mal, representados por Édipo e Argemiro (agora Carlos Augusto Strazzer), e o bicheiro Tony Carrado (Nuno Leal Maia), apaixonado pela protagonista.

A Ditadura Militar (1964-1985) já havia acabado, mas a censura ainda existia. E ela implicou com os temas de Mandala, considerada imprópria o horário. A novela tinha incesto, aborto, uso de drogas, violência e bissexualidade, entre outros temas.

Para a história não ser proibida, a Globo se comprometeu a fazer modificações na sinopse original. O beijo entre Jocasta e Édipo, que provocou discussões em todo o Brasil, quase foi vetado, mas aconteceu porque os personagens desconheciam sua condição e mãe e filho.

Dias Gomes escreveu Mandala até o capítulo 35, deixando o comando, após isso, com Marcílio Moraes. Lauro César Muniz ainda colaborou com os capítulos finais. A situação já estava prevista desde o início, somente foi antecipada por conta de uma doença sofrida pelo autor.

Paixão avassaladora

Mandala também ficou marcada pelo início do romance entre Vera Fischer, na época com 36 anos e musa nacional, e Felipe Camargo, 27 anos e ainda engrenando na carreira.

Os dois se conheceram nas gravações da trama, e a paixão foi arrebatadora, ganhando as manchetes dos jornais e revistas da época. Vera era casada com Perry Salles, que contracenava com ambos na história. A atriz acabou se separando dele para ficar com Felipe.

O casamento veio em 1988 e parecia feliz. Mas aí começaram os problemas, agravados nos anos seguintes até a separação, ocorrida em 1994.

Na época, ambos atuavam em Pátria Minha (1994), de Gilberto Braga (1945-2021). Vera vivia a protagonista, Lídia Laport. Ela chegou a ser afastada duas vezes da trama --a primeira por quebrar o antebraço após brigar com Felipe, e a segunda por constantes atrasos e outros motivos relacionados ao comportamento.

Os dois personagens acabaram morrendo na história. Para suprir o par de Pedro (José Mayer) na trama, papel que era de Vera, foi escalada a atriz Luiza Tomé, que viveu uma nova personagem, Isabel.

Recheada de polêmicas, Mandala nunca foi reprisada pela Globo e ainda não tem previsão de exibição pelo canal Viva ou de entrar no catálogo no Globoplay.


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