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MELODRAMA RASGADO

Com tragédia familiar, A.Mar injeta dor e emoção na veia em sua estreia no SBT

DIVULGAÇÃO/TELEVISA/SBT

Eva Cedeño e Davi Zepeda em cena romântica de A.Mar, nova novela do SBT, como os mocinhos Estrela e Fabiano

Estrela (Eva Cedeño) e Fabiano (David Zepeda): mocinhos começam a saga com vidas dilaceradas

MÁRCIA PEREIRA, colunista

marcia@noticiasdatv.com

Publicado em 7/10/2025 - 18h00

Após elevar a audiência do horário nobre com As Filhas da Senhora Garcia, O SBT dá um passo importante em sua nova fase com A.Mar, novela inédita que estreia nesta terça (7), às 21h. Logo no primeiro capítulo, a trama deixa claro que não pretende economizar em tragédias e viradas. Um assassinato brutal, uma viúva revoltada no velório e uma família despedaçada estabelecem o tom da narrativa, que se distancia dos folhetins arrastados de outros tempos.

A morte do pescador Ulisses (Juan Carlos Barreto), assassinado por uma ex-amante vingativa e um inimigo dele, que lhe dão um golpe, é o estopim de uma série de conflitos. No eixo central, a protagonista Estrela Contreras (Eva Cedeño) sintetiza a figura da mulher resiliente e moralmente inabalável, pilar de um universo em colapso.

Ela é a filha mais velha de Ulisses. Sua trajetória de garçonete batalhadora na Cidade do México à líder do clã familiar à beira-mar retrata o sonho urbano e o retorno às origens. Estrela enfrenta o luto, o preconceito e os jogos de poder, mas é na relação com Fabiano Bravo (David Zepeda) que a história atinge sua temperatura máxima: o amor nasce na dor do luto dela e promete muitos desdobramentos na vida de ambos.

Fabiano carrega um sofrimento enorme no peito, a briga pela guarda da filha Yazmín (Karla Gaytán). Ela mora com a avó desde que a família sofreu um acidente de carro e sua mãe morreu. Ele se culpa pela morte da mulher, e a adolescente tem uma overdose de medicamentos já na estreia, em uma tentativa de esquecer seus traumas.

Os vilões, por sua vez, resgatam a tradição do mal absoluto com motivações humanas. Sérgio Falcón (Víctor González), empresário e pai biológico da filha de Estrela, encarna a figura clássica do sedutor frio e manipulador, enquanto Erika Mendez (Laura Carmine) representa o ressentimento como veneno. Antiga melhor amiga de Estrela, ela vai surtar ao ver Fabiano de quatro por outra depois de romper com ela.

Juntos, Sérgio e Erika vão articular a destruição do povoado pesqueiro onde a trama se passa. Do ponto de vista estético, A.Mar é muito bonita. Gravada em locações litorâneas, a novela explora a fotografia solar --o que contrastada como contraponto ao sofrimento dos personagens.

O primeiro capítulo revela ainda que a produção busca reconectar o público com o prazer do folhetim clássico. Entretanto, o ritmo ágil, os cortes secos e a ausência de gordura narrativa evidenciam a influência do streaming sobre a linguagem da novela tradicional.

Há um cuidado em dosar a falta de sutileza com emoção, o que torna a trama atraente sem trair o DNA das novelas latinas. Mais que uma simples estreia, A.Mar reforça a virada estratégica do SBT, que deixou as tramas infantis de lado para voltar ao melodrama clássico no horário nobre.

Logo após ir ao ar, os capítulos estarão disponíveis no +SBT, em busca de ampliar o alcance da trama que disputa audiência entre as bíblicas da Record e a força da reta final de Vale Tudo, na Globo, na TV aberta.


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