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COM AMY ADAMS

Vale a pena ou é cilada? Na Netflix, filme A Mulher na Janela divide público

DIVULGAÇÃO/NETFLIX

Amy Adams em cena de A Mulher na Janela

Amy Adams em cena de A Mulher na Janela; filme da Netflix decepciona com desfecho "sem graça"

VICTOR CIERRO

victor@noticiasdatv.com

Publicado em 18/5/2021 - 6h45

Mesmo no Top 10 da Netflix, A Mulher na Janela não agradou ao público. Estrelado por Amy Adams, o suspense tinha potencial pelo mistério intrigante, o elenco de estrelas e a atuação sólida da protagonista. Mas, por conta do roteiro apressado, do pouco desenvolvimento dos personagens coadjuvantes e de um desfecho sem graça, o filme decepcionou.

A produção conta a história da psicóloga agorafóbica Anna Fox (Amy). Por não conseguir sair de casa, ela fica obcecada com seus novos vizinhos, especialmente depois de testemunhar um crime de sua janela.

Apesar de a trama ser baseada no best-seller de A.J. Finn, o roteiro não atendeu às expectativas que o elenco e as prévias criaram. O Notícias da TV lista os motivos por trás da decepção de A Mulher na Janela:

Refilmagem e pandemia

O filme inicialmente era um projeto da Fox e tinha lançamento confirmado para 2019. As filmagens foram encerradas em 2018, mas depois de reações negativas em exibições testes, a produção sofreu algumas mudanças.

A Mulher na Janela, então, passou por refilmagens e teve sua estreia remarcada para maio de 2020. Com a chegada da pandemia, a Disney, dona do estúdio que produziu o longa, decidiu vender os direitos para a Netflix.

Toda essa confusão, em vez de ajudar o filme, apenas o complicou mais ainda. Afinal, não foi a visão original do diretor Joe Wright sobre a obra homônima que chegou na plataforma de streaming.

Coadjuvantes supérfluos

Além de Amy Adams, vencedora do Globo de Ouro em dois anos consecutivos, o longa também conta com Gary Oldman, Julianne Moore, Anthony Mackie, Brian Tyree Henry e Wyatt Russell no elenco. Mas a produção não soube aproveitar tantos atores de renome.

Com o foco exclusivo em Anna Fox, o filme não explora os personagens coadjuvantes da melhor maneira. Um dos melhores momentos do filme é a sequência em que a protagonista contracena com Julianne Moore. Porém, a aparição da premiada atriz se limita a esta única cena, uma verdadeira decepção.

Outro personagem que aparece uma só vez é o marido de Anna, vivido por Mackie. O ator está em alta em Hollywood. Depois de estrelar a série Falcão e o Soldado Invernal, ele se tornou o novo Capitão América. Com a popularidade e a capacidade de Mackie, ele poderia elevar a produção, caso seu personagem fosse mais aprofundado.

Já Gary Oldman e Wyatt Russell têm mais tempo na frente das câmeras. A característica explosiva dos personagens chama a atenção do público sobre a possibilidade de um deles ser o assassino, além de promover mais ação e energia para o suspense.

Dilemas simples de resolver

Anna Fox tem agorafobia, um transtorno de ansiedade no qual a pessoa tem um medo intenso de ficar em situações sem um jeito fácil de escapar. No caso da psicóloga, ela não consegue sair da sua casa.

Na vida real, o transtorno geralmente é causado por uma experiência traumática. Mas o motivo pelo qual a personagem tem agorafobia chega quando o público menos espera, o que tira a importância do momento.

[Atenção: A partir deste momento o texto contém spoilers sobre a trama e o desfecho de A Mulher na Janela]

O público descobre que tanto o marido quanto a filha (Mariah Bozeman) da personagem de Amy Adams estão mortos. Enquanto a trama inteira questiona a sanidade da psicóloga, o momento é definitivo para mostrar a loucura de Anna. Realmente se torna plausível que tudo o que ela vê é uma alucinação, somados também os depoimentos dos envolvidos.

O problema é que não existe uma progressão da personagem: ela mantém o hábito de se medicar enquanto ingere álcool e decide se suicidar. Anna estava apenas à espera de seu vizinho para encerrar sua vida, e só não o faz, porque ele se atrasa. Assim, ela resolve o mistério e, sem nenhuma grande explicação, também supera seu transtorno.

Final decepcionante

A quantidade de possíveis assassinos é limitada e, por isso, não existe um impacto quando o responsável pelo crime é revelado. Além disso, o principal motivo pelo homicídio é banal: o personagem é um serial killer.

As mortes do marido e da filha de Anna acontecem durante as férias da família, mesmo depois da separação do casal. O público descobre então o motivo pelo término: a protagonista o traía.

Eles morrem em um acidente de carro, depois que a psicóloga recebe uma ligação de um número privado. O personagem de Anthony Mackie acusa quem está ligando de ser o amante dela e durante a confusão, o carro cai da estrada.

Anna não coloca um ponto-final na história. Mas, ao conseguir solucionar o crime, a personagem de Amy Adams supera seu trauma que a assombra há anos e que causou seu transtorno de ansiedade, um buraco e tanto no filme da Netflix.


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