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CINCO INDICAÇÕES

Destaque no Oscar 2021, Bela Vingança 'decreta' o fim do patriarcado

Divulgação/Focus Features

Carey Mulligan fantasiada de enfermeira em cena do filme Bela Vingança

Carey Mulligan em Bela Vingança; filme recebeu cinco indicações e é um dos destaques do Oscar 2021

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 21/4/2021 - 6h55

Um dos destaques do Oscar 2021 com cinco indicações, Bela Vingança pode ser descrito como um filme fruto de movimentos importantes dos últimos anos, como o #MeToo. Estrelado e dirigido por mulheres, o longa faz um retrato doloroso da sociedade e usa a sua força para "decretar" o fim do patriarcado.

Movimentos como #MeToo e Time's Up surgiram do basta dito por diversas mulheres na indústria do entretenimento exaustas do machismo que impera em Hollywood e em outros cantos do mundo. Homens como o produtor cinematográfico Harvey Weinstein, que abusavam de seus privilégios, caíram, e importantes mudanças surgiram em decorrência disso.

Dirigido e escrito por Emerald Fennell, que fez história ao se tornar a primeira mulher indicada em três categorias em uma mesma edição do Oscar, Bela Vingança não poderia ser mais certeiro em sua mensagem. Há uma estrutura machista enraizada no mundo, e é necessário união para derrubá-la.

No longa, Carey Mulligan vive Cassie, uma jovem de 30 anos que continua morando com os pais e leva a vida sem ambições depois de deixar a faculdade de Medicina anos antes. Ela trabalha no café da amiga Gail (Laverne Cox) completamente entregue ao seu destino.

O que o jeito frio e apático de Cassie não revela é que, todas as semanas, ela vai a bares e casas noturnas para "caçar" homens tóxicos. A missão é sempre a mesma: a protagonista finge estar bêbada e aguarda a abordagem de algum jovem predador com a "boa intenção" de levá-la embora. No entanto, a grande maioria dos rapazes abusam da situação para se aproveitarem de seu corpo.

DIVULGAÇÃO/FOCUS FEATURES

Cassie em uma de suas "capturas"

Uma clássica mestre do disfarce, Cassie aguarda até o último momento para revelar sua sobriedade. O resultado é o mesmo: transtornados com a situação, os homens pedem perdão e apelam para as mais variadas desculpas.

O estilo vigilante sociopata de Cassie, no entanto, é resultado de algo muito mais sombrio. Na época da faculdade, Nina, sua melhor amiga, tirou a própria vida após ter sofrido um estupro e o responsável não ter sido responsabilizado. Para piorar a situação, colegas e diretores da faculdade não a eximiram de culpa, o que a fez abandonar o curso.

A protagonista escolheu "reduzir" sua vida à vingança, a fim de dedicar o que resta de sua juventude para impedir que outras mulheres percam seus futuros ao se depararem com criminosos como o que Nina encontrou.

A chegada de Ryan (Bo Burnham), um antigo colega que se mostra interessado em Cassie e que aparenta ser uma regra à exceção de homens tóxicos, faz com que a jovem volte a se conectar com os acontecimentos do passado. Médico, ele tem contato com Al Monroe (Chris Lowell), o estuprador de Nina.

Ao saber que o responsável pela queda da amiga está feliz da vida e prestes a se casar, ela decide revisitar os personagens do caso de Nina --do advogado de Al à reitora da universidade-- para fazer com que os mesmos encontrem a justiça.

Há uma mistura de elementos que torna Bela Vingança uma estreia perfeita para Emerald. Eclética, a narrativa navega entre os gêneros e passa do suspense à comédia romântica em poucos minutos, sempre reforçado pela atuação impecável de Carey.

A jornada de Cassie é agridoce, mas a mensagem do filme não poderia ser mais clara. Bela Vingança aponta o dedo e aperta a ferida para escancarar a podridão que envolve o mundo, e mostra que a guerra contra o patriarcado está mais viva do que nunca.

Assista ao trailer legendado de Bela Vingança: 


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