Lacre ou lucro? Entenda por que Anitta virou conselheira de banco digital

Nesta semana, o mercado financeiro foi surpreendido com uma nova aquisição do banco digital Nubank: Anitta. Aos 28 anos, a cantora assumiu uma cadeira no Conselho de Administração da instituição financeira e, ao lado de economistas renomados, terá a missão de auxiliar o crescimento da empresa. No entanto, a entrada da poderosa é apenas uma jogada de marketing ou um posicionamento estratégico na busca pelo lucro?

"Ela não substituiu ninguém, foi uma cadeira nova criada para ela. Além do lado gestora, obviamente, ela não está entrando para ser apenas conselheira, vai ser também uma das garotas-propagandas do Nubank, isso é relevante para o negócio deles", pontua Larissa Quaresma, analista de investimentos da Empiricus Research.

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Para o Notícias da TV, a analista avalia a entrada da poderosa como um fator interessante ao negócio: "É um teste, é a primeira vez que ela faz isso na vida dela. A Anitta vai trazer habilidades complementares, pois o papel de um Conselho de Administração é muito diferente do trabalho de quem está tocando a operação".

O papel do Conselho é trazer insights para os diretores, apresentar provocações. Falar: 'Ah, você viu qual estratégia a pessoa está usando no outro setor, já pensou se podemos aplicar aqui?'. Aí o diretor trabalha em cima disso. É legal que o Conselho seja meio fora da caixa. No Conselho do Nubank, tem vários ex-Itaú, ex-banqueiros, pessoas que entendem muito do setor financeiro. É um conhecimento que a Anitta tem menos, mas ela sabe viralizar as coisas, criar e ser um fenômeno de marketing, tem seu lado empresária e se tornou milionária do nada. Então, faro comercial, no mínimo, ela tem.

Porém, do ponto de vista do mercado, Larissa pondera que a entrada no Nubank de Warren Buffett, maior investidor do mundo, tem um peso maior do que a aquisição da nova conselheira. "Se der certo, os competidores vão copiar. Vão trazer o Gil do Vigor para outro Conselho", provoca.

Outro fator destacado pela profissional é que a fintech (empresa de tecnologia financeira), como a maioria das novas companhias do setor, opera no prejuízo. Assim, caso a chegada de Anitta traga resultados reais, os números da companhia podem ser impulsionados, o que aumentaria o valuation (valor da empresa) do Nubank em uma futura entrada na Bolsa de Valores.

"Não acho que esse timing seja coincidência nenhuma. Acho que qualquer coincidência é mera semelhança, casa perfeitamente com a estratégia deles", ressalta Larissa.

No lado do marketing

Para Mariana Munis, professora de Marketing e Comportamento do Consumidor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Anitta também ajudará na internacionalização da fintech, algo que a artista tem trabalhado na própria carreira nos últimos anos.

"Assim como uma startup, a Anitta é muito boa em encontrar lacunas ainda não atendidas no mercado e atua com agilidade, lançando rapidamente seus produtos e serviços e melhorando-os de acordo com o feedback de seus fãs. Não podemos esquecer que ambas as marcas (Anitta e Nubank) possuem sinergia em sua cultura e propósito", acredita a docente.

Mariana relembra que a cantora já palestrou na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e atuou como líder de criatividade e inovação da cervejaria Ambev-- parceria que fomentou o desenvolvimento de novos produtos para a linha Skol Beats e um reality show protagonizado pela poderosa: o Ilhados com Beats, lançado em fevereiro de 2021 e que conquistou 11,1 milhões de visualizações no Instagram.

"Anitta mostra que, além de ser uma das maiores artistas pop nacionais da atualidade, é empreendedora, tendo assim muito a agregar com sua visão de mercado à fintech. Ela contribuirá em assuntos relacionados ao engajamento nas mídias sociais, como a conversa com geração Y e Z, o lançamento de novos produtos e serviços, além da consolidação e internacionalização de uma grande marca para América Latina, Estados Unidos e Europa", finaliza.

Confira a publicação de Anitta com o anúncio:

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