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FALA PRECONCEITUOSA

Justiça condena Gilberto Barros a dois anos de prisão por crime de homofobia

REPRODUÇÃO/SBT

Foto de Gilberto Barros; ele veste terno preto e camisa branca

O apresentador Gilberto Barros no The Noite, programa comandado por Danilo Gentili no SBT

GABRIELA RODRIGUES

gaby@noticiasdatv.com

Publicado em 16/8/2022 - 16h52

Gilberto Barros foi condenado a dois anos de prisão pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) por crime de homofobia. Apesar da sentença, por ser réu primário, o apresentador de 63 anos não ficará preso, mas terá que fazer trabalhos comunitários e pagará uma multa de cinco salários mínimos. 

O comunicador foi condenado por conta de um comentário feito em setembro de 2020 por meio de seu canal no YouTube. Na ocasião, ele falava sobre os 70 anos da TV brasileira quando demonstrou não concordar com relacionamentos homoafetivos e afirmou ter visto beijo de língua entre "dois bigodes" quando trabalhava na Rádio Globo, na década de 80.

"Não tenho nada contra, mas eu também vomito. Eu sou gente, ainda mais vindo do interior. Hoje em dia, se quiser fazer na minha frente, faz. Apanha os dois, mas faz", disparou ele.

Após a fala repercutir nas redes sociais, o apresentador foi denunciado ao MP-SP (Ministério Público de São Paulo) pelo jornalista William De Lucca.

A sentença contra Barros foi publicada primeiramente pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pelo Notícias da TV. No documento enviado pelo TJ-SP, a juíza Roberta Hallage Gondim Teixeira determina que o condenado seja poupado da prisão, mas realize trabalho comunitário e faça o pagamento de uma multa.

"Julgo procedente a pretensão acusatória para condenar Gilberto Barros Filho, pela prática do crime previsto no artigo 20, §2º, da Lei nº 7.716/1989, à pena de dois anos de reclusão, a ser cumprida em regime inicial aberto, e ao pagamento de 10 dias-multa, arbitrados, unitariamente, em um quinto do salário mínimo vigente", diz o texto.

"Fica a pena privativa de liberdade substituída por duas penas restritiva de direitos, nos moldes acima estabelecidos. Tendo em vista que o réu respondeu solto por este processo, e não havendo nos autos alteração da situação fático-jurídica que o permitiu, concedo a ele o direito ao recurso em liberdade", declara a magistrada", conclui.

À Folha de S.Paulo, a defesa do apresentador disse que ele se sentiu constrangido pela situação, "pois sempre usou sua arte ou ofício para melhorar o país" e ainda afirmou que "pelo seu sangue italiano, ele costuma falar muito", mas "jamais teve a intenção de incitar a violência".

William De Lucca, responsável pela denúncia, se pronunciou por meio do Twitter nesta terça (16).

"Ainda que Gilberto Barros possa recorrer da condenação, que foi convertida pela juíza em prestação de serviços comunitários e multa, a condenação per se já é um marco na história dos direitos LGBTQIA+ neste país e porta para outras ações semelhantes contra o crime de homofobia", escreveu o jornalista.


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