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NOVAS EXPERIÊNCIAS

Não é bagunça!: Tendência nas séries teens, trisal quebra rotina e exige diálogo

REPRODUÇÃO/HBO MAX

Imagem de Max (Thomas Doherty) colocando as mãos nas pernas de Audrey (Emily Alyn Lind) e Aki (Evan Mock) em Gossip Girl

Audrey (Emily Alyn Lind), Max (Thomas Doherty) e Aki (Evan Mock) em Gossip Girl; entenda os trisais

Nos últimos anos, séries destinadas ao público jovem passaram a apostar em um novo formato de relação amorosa e/ou sexual: os trisais. No entanto, o que é visto na ficção como uma experiência que quebra a rotina dos casais, na vida real mexe com a curiosidade afetiva e exige diálogo entre os envolvidos para evitar algum transtorno.

"É você desejar mais do que o sexual, um terceiro elemento, algo afetivo. Geralmente, duas pessoas se interessam por um terceiro elemento e o convidam para fazer parte desta relação. Eles precisam curtir, gostar e estarem abertos a essa experiência", explica a psicóloga Marina Lima ao Notícias da TV.

Questionada se uma maior ocorrência deste tipo de relação está associada a uma "moda" apresentada pelas produções audiovisuais ou aos avanços sociais nos debates sobre a sexualidade, Marina opina que as duas opções influenciam. "Adolescente também vai muito de modismo. A sociedade está mais aberta, as pessoas estão querendo novas formas de amar."

Se a gente for pensar, o instituto sexual requer novidades. Essas produções podem influenciar as pessoas a viverem isso. Se está ali na série, mostra que é possível e viável. A série retrata a vida cotidiana, por isso que faz sucesso, as pessoas de identificam.

Atualmente, o reboot de Gossip Girl (HBO Max) recorre a este modelo de relação para desenvolver os personagens vividos por Thomas Doherty, Emily Alyn Lind e Evan Mock. Na série, Audrey (Emily) e Aki (Mock) são namorados e contam com desejos afetivos e sexuais por Max (Doherty), amigo do casal. Ao longo dos episódios, os moradores do Upper East Side, bairro nobre de Nova York (EUA), trocam carícias e enfrentam os dilemas desta relação.

Na Netflix, a espanhola Elite usa constantemente os trisais em seus episódios. Na quarta temporada, lançada em junho, Omar (Omar Ayuso), Ander (Arón Piper) e Patrick (Manu Ríos) experimentaram essa relação a três. Nos anos anteriores da produção, este modelo já tinha sido utilizado entre Polo (Álvaro Rico), Carla (Ester Expósito) e Christian (Miguel Herrán) e, em seguida, com Polo, Valério (Jorge López) e Cayetana (Georgina Amorós).

No Brasil, a série As Five (Globoplay) também abordou o tema com a personagem Tina (Ana Hikari). A continuação de Malhação - Viva a Diferença (2017) mostrou a DJ em beijos quentes com os namorados Dani (Sophia Abrahão) e Ariel (Rafa Vitti). No entanto, uma foto em que Tina beijava o rapaz viralizou na internet, e ela passou a ser cancelada pelos fãs da influenciadora.

"As pessoas estão respeitando mais a própria sexualidade, os desejos. Hoje, nós temos mais informações e entendemos coisas que antes só ficavam embaixo do tapete, pois era tudo reprimido. Fomos de um extremo ao outro. Uma coisa é você ter o trisal por desejo, porque cabe [na relação] ou sente a necessidade. Outra coisa é por modismo, seguir modelos", pondera Marina.

rEPRODUÇÃO/GLOBOPLAY E NETFLIX

Trisais em As Five (Globoplay) e Elite (Netflix)

Como funciona?

Cofundadora do Instituto do Casal, organização dedicada ao estudo de relacionamentos e da sexualidade humana, Marina já atendeu pessoas que vivenciam relações a três e explica alguns detalhes desta forma de amor: "Tem trisal aberto e fechado. No fechado, ficam só as três pessoas envolvidas, de forma afetiva e sexual. No aberto, eles podem morar juntos, mas podem também ter relações fora. Todos têm direito a buscar outras relações".

"Primeiro, tem que saber conversar, poder falar de um assunto que, às vezes, é difícil para um adolescente identificar, aí eles levam como uma 'ficada', experimentação. Porém, quando você coloca três pessoas, precisam ter combinados. Se não, tem sofrimento. Outra coisa é não forçar a barra para não ficar abusivo. É vontade mesmo ou bater cartão para a sociedade, modismo?", destaca a sexóloga.

A profissional reforça que o assunto pode causar algum estranhamento por ser ainda visto como uma novidade. "Para os pais, geralmente, é complicado encarar. Eles têm que lidar com a sexualidade, a movimentação e a energia e, ainda, com coisas que estão fora do modelo que eles tiveram. Então, fica uma overdose para os pais, é muita informação", ressalta.

As pessoas ficam muito curiosas para saber como é. Transa todo mundo junto? Ou transam os dois e um fica de fora? O grau de curiosidade é enorme. Não é tudo bagunçado ou desordenado. Tem que ter bons combinados! Nem tudo vale.

"São novos formatos de relação, lidar com a confiança, desejo e ciúme de um jeito diferente. Agora, todos precisam de um lugar. O pertencimento é considerado importante para ter um trisal. É importante ter um bom diálogo e o respeito emocional. As pessoas desconstroem esse modelo de posse que é tão rígido na monogamia e respeitam mais as individualidades", analisa.


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