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COLUNA DANIEL CASTRO

Record acusa favorecimento da Marinha à Globo e rejeita viagem à Antártida

Reprodução/TV Globo

A jornalista Sônia Bridi em reportagem sobre tempestades para o Fantástico: privilegiada por Bolsonaro? - Reprodução/TV Globo

A jornalista Sônia Bridi em reportagem sobre tempestades para o Fantástico: privilegiada por Bolsonaro?

DANIEL CASTRO

Publicado em 15/2/2019 - 6h08

A Record concluiu que a Marinha do Brasil deu exclusividade à Globo em uma reportagem na Antártida e decidiu abortar a viagem que faria à estação Comandante Ferraz em março. Em e-mail enviado ontem (14) ao Centro de Comunicação da Marinha, em Brasília, a emissora recusou o convite para a viagem, alegando que a Globo retornará da mesma jornada uma semana antes dela e de SBT, Band e RedeTV! embarcarem.

Na troca de e-mails, a Record questionou a Marinha, lembrando que o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu a não favorecer nenhuma emissora. Chefe do departamento de Comunicação do órgão, o comandante Ricardo Maia nega favorecimento à Globo e ao jornal O Estado de São Paulo, que embarcam para o continente gelado já neste sábado (16).

"Tem uma fila [para viajar à Antártida] e chegou a vez do Fantástico e do Estadão", afirmou ao Notícias da TV. "Não posso favorecer nem A nem B, e somos transparentes."

A Record recebeu em 28 de janeiro um convite da Marinha para cobrir o fim das obras de reconstrução da base brasileira de pesquisas na Antártida, quase toda destruída por um incêndio em 2012.

No convite, a Marinha avisava que "não existe a possibilidade de exclusividade em uma pauta envolvendo as cinco TVs abertas e os quatro maiores jornais do país". Os jornais seriam Folha de S.Paulo, Estadão, O Globo e Correio Braziliense.

Há uma semana (no dia 8), a Marinha informou aos veículos que a viagem, programada para a próxima sexta (22), foi adiada para 9 de março, por uma questão de logística. Nesta semana, a Record foi surpreendida com a informação de que a jornalista Sônia Bridi, do Fantástico, irá embarcar antes de todo mundo com uma repórter e um fotógrafo do Estadão.

Para a Record, a dianteira dos dois veículos configura exclusividade, favorecimento. Eles noticiarão a reinauguração da Estação Antártica Comandante Ferraz, ao custo de US$ 99,6 milhões (R$ 370,8 milhões), antes de todos os demais.

Vinícius Dônola, da Record, na estação brasileira na Antártida, em março do ano passado (Reprodução)

As viagens à Antártida são escassas, só podem ser feitas no verão e com o indispensável apoio da Marinha. Os veículos bancam a locomoção até Punta Arenas, no sul do Chile.

Lá, embarcam em navios da Marinha (quatro dias de navegação) ou aviões da Força Aérea (três horas de voo) até uma base chilena na Antártida.

Foi assim que o repórter Vinícius Dônola produziu uma série para a Record em março do ano passado.

Por causa da falta de vagas e da complexa logística, bancada com dinheiro público, há uma "fila" de espera para embarques em expedições que levam e trazem pesquisadores e militares do continente gelado. Há seis vagas para jornalistas na viagem deste sábado, e mais 18 na que será realizada em 9 de março.

"Neste início de verão estavam na frente da fila o Fantástico e o Estadão", justifica o oficial. Sônia Bridi vai com um cinegrafista (Paulo Zero) e um assistente de câmera. Havia uma quarta vaga para a Globo, mas a emissora cancelou. Na viagem de março, as TVs só poderão ir com dois profissionais cada.

A estação Comandante Ferraz seria reinaugurada oficialmente neste ano, mas a internação hospitalar e a agenda do presidente Jair Bolsonaro não permitiram. Ficou para janeiro de 2020. Mas, segundo a Marinha, fica pronta no mês que vem.

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