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Megyn Kelly

Rachel Sheherazade dos EUA faz comentário racista e é demitida da NBC

Imagens: Reprodução/NBC

A jornalista Megyn Kelly em programa no qual fez comentário sobre o uso de blackface no Dia das Bruxas - Imagens: Reprodução/NBC

A jornalista Megyn Kelly em programa no qual fez comentário sobre o uso de blackface no Dia das Bruxas

REDAÇÃO

Publicado em 25/10/2018 - 15h04

Jornalista mais bem paga dos Estados Unidos, Megyn Kelly foi demitida da rede NBC após um comentário racista. Apresentadora do programa matinal Megyn Kelly Today, da rede NBC, a loira conhecida por comentários controversos e conservadores, à la Rachel Sheherazade, disse na última terça (23) que, na época de sua infância, era válido uma pessoa usar blackface (pintar o rosto de tinta preta) no Dia das Bruxas, desde que estivesse fantasiado de um personagem.

O jornal britânico Daily Mail publicou em primeira mão a notícia na tarde desta quinta (25), e o site TMZ e a revista Us Weekly confirmaram a saída na sequência. Citando um executivo do alto escalão da NBC, o tabloide inglês crava que ela não tem mais lugar na TV líder de audiência nos Estados Unidos. "Nós estamos trabalhando em como vamos divulgar oficialmente essa notícia", falou o executivo, que não quis se identificar. "Ela está fora e nunca mais colocará os pés na NBC."

Já a publicação semanal Us Weekly informou que Megyn não desejava sair da emissora, mas que foi forçada pelos executivos da emissora.

A fala racista gerou um desconforto enorme dentro da rede americana líder de audiência, além de causar revolta nos telespectadores. O principal telejornal da NBC, exibido no horário nobre, repudiou as declarações de Megyn ontem (24). O Today, uma espécie de Hoje em Dia, que antecede o Megyn Kelly Today, fez o mesmo.

Essa é apenas mais uma polêmica protagonizada por Megyn. Jornalista que tem um salário anual de US$ 23 milhões (R$ 85 milhões), ela tem uma claúsula que fará com que saia da NBC com o bolso cheio. A multa rescisória dela é de três salários anuais.

A trajetória de Megyn é um pouco similar à da Fátima Bernardes, na Globo. A americana trocou a bancada de um telejornal de notícias factuais (no canal pago Fox News) para tratar de temas mais leves pela manhã, em um auditório.

Para se ter uma ideia do quão grande é esse imbróglio com a apresentadora, imagine o Jornal Nacional repercutindo um escorregão de Fátima no Encontro. E, no dia seguinte, a Globo afastar a apresentadora de seu elenco.

O âncora Lester Holt, do Jornal Nacional da NBC, anuncia reportagem sobre Megyn Kelly

Desculpas vazias
Em sua última aparição ao vivo, na quarta-feira (24), Megyn abriu seu programa pedindo desculpas. "Eu sou a Megyn Kelly e quero começar o programa dizendo três palavras: Eu sinto muito". Ela continuou: "Aprendi que blackface foi usado por racistas ao longo da história do nosso país [EUA], e que não é certo isso fazer parte de qualquer fantasia, no Dia das Bruxas ou em outra ocasião."

A mea-culpa não surtiu muito efeito. Al Roker, renomado jornalista negro e colega de Megyn na NBC, âncora do Today, disse que ela precisa "dar uma desculpa mais sincera direcionada às pessoas negras de toda a nação, porque [blackface] é uma prática que vem desde o século 19, apresentada em palcos de teatro como uma tática para ridicularizar uma raça como um todo".

Veículos da imprensa americana, como a revista The Hollywood Reporter, informaram que Megyn Kelly se encontrou com os diretores da NBC para que todos tentarem resolver esse problema, tanto na terça quanto na quarta.

Uma opção seria colocá-la no jornalismo mais hard news da emissora. Megyn estava escalada para comandar a cobertura noturna da próxima rodada de eleições nos Estados Unidos, a ser realizada no dia 6. 

O renomado jornalista Al Roker condena os comentários racistas de Megyn Kelly, no Today

Estrada esburacada
Celebridade, com direito a capas de revista como Vanity Fair, Megyn Kelly era um sucesso na Fox News. Trabalhou lá durante 12 anos. Em janeiro de 2017, ela optou por não renovar contrato para se aventurar na TV aberta. Só solavancos desde então.

Em setembro do mesmo ano, ela estreou o Megyn Kelly Today. O programa nunca decolou na audiência e a apresentadora acumulou gafes. Constrangeu a atriz Debra Messing, de Will & Grace, após uma piada na qual a jornalista disse que uma pessoa poderia se tornar gay depois de assistir à comédia.

Outra indiscrição se deu com a lendária Jane Fonda (Grace and Frankie). A apresentadora deixou a duas vezes vencedora do Oscar pistola ao perguntar sobre as cirurgias plásticas da atriz.

Como único ponto positivo, estão os programas feitos no auge do #MeToo, movimento que desmascarou figurões de toda a Hollywood, acusados de abuso e assédio sexual. Megyn abriu espaço para vítimas e tratou o assunto com equilíbrio.

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