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'É compreensível'

Para William Bonner, público vê Jornal Nacional em busca de afago na pandemia

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

O apresentador do Jornal Nacional, William Bonner, durante entrevista no Altas Horas de sábado (9)

O apresentador do Jornal Nacional, William Bonner, durante entrevista no Altas Horas de sábado (9)

REDAÇÃO

Publicado em 9/8/2020 - 11h04

De março até agora, período em que o Brasil atravessa a pandemia de Covid-19, o Jornal Nacional tem se destacado com críticas à forma com que a gestão do presidente Jair Bolsonaro tem lidado com a situação. William Bonner sabe que os editoriais e as notícias do telejornal têm chamado a atenção do público e acha que as pessoas têm reparado mais em expressões dele e de Renata Vasconcellos em busca de identificação.

Durante participação no Altas Horas de sábado (9), Serginho Groisman comentou com Bonner que tem a impressão de que as notícias sobre a pandemia não são mais suficientes, e de que os telespectadores têm reparado mais em olhares e expressões dos âncoras, buscam outras interpretações.

"Eu acho natural que seja assim. Ao longo dos anos, a escola JN é de não haver contaminação do conteúdo editorial com posturas pessoais. Quando você se emociona com alguma coisa, o que tem que fazer é segurar a onda, não embargar a voz, não se trair com uma lágrima. É porque esse tipo de reação exacerbada sempre soará como ruído no nosso trabalho", explicou.

"As pessoas ficam olhando para mim, para Renata, para outros profissionais que fazem o que fazemos, em busca de um esgar [trejeito no rosto], de um tom de voz, de um olhar que traia um sentimento. No caso do momento que vivemos, da pandemia, eu acho totalmente compreensível que queiram um sentimento, porque querem um afago, Serginho", opinou Bonner.

"É um momento em que nós, todos, diante do que estamos vivendo, 100 mil mortes, nós queremos o mínimo de cumplicidade. Digo só que, no lado de cá, o que nós procuramos fazer é manter a coisa no trilho", complementou o âncora.

Fake news e ataques

Bonner ainda comentou por que não faz mais comentários pessoais nas redes sociais, em suas antigas contas no Twitter e no Instagram. Para o jornalista, as fake news e o ódio dos seguidores prejudicaram muito o ambiente virtual.

"Quando eu cheguei [nas redes sociais], em 2008 ou 2009, aquilo era uma fonte de diversão, eu me divertia muito ali. Tem gente que fica intelectualizando o que eu fiz, diz que eu criei um personagem de 'tiozão'. Eu não fiz nada disso. Eu entrei lá e comecei a trocar mensagem com as pessoas. [...] Estava lidando com jovens de 16, 17 anos, às vezes até menos. Eles achavam um barato o cara do Jornal Nacional fazendo graça", lembrou.

"Mas agora a graça [das redes sociais] acabou. Aquilo é um campo de batalha agora. [...] Fake news são um grande problema planetário, não é do Brasil apenas. O que acontece com as fake news é que elas têm interferido, por exemplo, em eleições, e isso é muito perigoso, mas tem interferido também na saúde pública. [...] O efeito prático é que a humanidade está regredindo em diversos aspectos", comentou Bonner.

Ainda que não esteja postando nas redes sociais, o âncora continua recebendo ataques de pessoas que não concordam com a linha editorial do telejornal, principalmente em relação às notícias de política e da pandemia, e que criticam a postura dele.

"O ataque à mídia e ao jornalismo profissional, às vezes personificando em mim, é resultado de alguém que não gosta da mensagem, e resolve abater o mensageiro. Hoje eu estou sendo odiado, atacado por uma parcela da população que até pouco tempo me aplaudia, era entusiasta do meu trabalho. E algumas das pessoas que lá atrás jogavam ovos em mim agora estão dizendo que eu estou fazendo um bom trabalho", ponderou.

Pai coruja

Em geral muito reservado em relação a sua vida pessoal e familiar, Bonner também falou com Serginho Groisman sobre seus três filhos, Laura, Beatriz e Vinícius, frutos do casamento dele com Fátima Bernardes.

O âncora elogiou o fato de os três serem cabeça aberta, terem senso crítico e serem abertos a diálogos, mesmo com quem tem opiniões contraditórias.

"São bênçãos na vida. São muito diferentes um do outro, mas eu tenho, e a mãe deles também tem essa convicção, de que eles são pessoas do bem. São cidadãos legais, desses que a gente quer que o país tenha", destacou.

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