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Executivo acusado de abuso sexual deixa canal de notícias nos EUA

Reprodução/YouTube

O executivo Roger Ailes fala em evento da Fox News; ele deixa a presidência do canal - Reprodução/YouTube

O executivo Roger Ailes fala em evento da Fox News; ele deixa a presidência do canal

REDAÇÃO

Publicado em 19/7/2016 - 18h30

Acusado de abusar sexualmente de apresentadoras de TV, o executivo Roger Ailes, de 76 anos, não é mais o presidente da Fox News, canal de notícias líder de audiência nos Estados Unidos. Ele deve receber indenização US$ 40 milhões (R$ 128 milhões), noticiou nesta terça (19) veículos como Deadline e Variety. Ailes é acusado pela apresentadora Gretchen Carlson de assediá-la sexualmente, em processo protocolado na Justiça no começo do mês. Hoje, a principal estrela do canal, Megyn Kelly, disse que também foi vítima de Ailes. A Fox ainda não se pronunciou.

De acordo com a New York Magazine, o presidente do grupo Fox, Rupert Murdoch, pediu a cabeça de Ailes. Ele contratou uma firma de advocacia que instaurou uma investigação na Fox News para verificar se a acusação de Gretchen é verídica. A apresentadora diz no processo que foi demitida, em 23 de junho, por recusar "investidas sexuais" de Ailes. 

Ailes estava usando celebridades do canal para limpar sua imagem na imprensa, exaltando o ambiente de trabalho amigável proporcionado pela Fox News. O objetivo era desmoralizar Gretchen e diminuir a força do processo que ela move. Mas a investigação do escritório de advocacia e a nova acusação, de Megyn Kelly, o enfraqueceram.

Os investigadores receberam várias ligações de mulheres que também dizem ter sofrido abuso do presidente da Fox News. Nancy Smith, uma das advogadas de Gretchen, disse para a New York que Ailes é o "Bill Cosby da mídia", em referência ao comediante acusado de abuso sexual.

Ailes era presidente da Fox News desde 2005, quando assumiu o posto após Lachlan, filho de Murdoch, ter sido promovido para a 21st Century Fox. O executivo foi responsável por colocar a Fox News na liderança entre os canais de notícias norte-americanos, com viés mais conservador. Ele era um dos homens mais bem pagos da TV dos EUA: de acordo com a revista Forbes, em 2012 Ailes ganhou US$ 21 milhões. 

Gretchen relata no processo judicial que, numa conversa com Ailes, em setembro de 2015, reclamou das atitudes do chefe. Disse que as considerava impróprias para o ambiente de trabalho. Na ocasião, ele teria dito a ela: "Eu acho que eu e você deveríamos ter tido uma relação sexual há muito tempo. Você ficaria melhor e eu também". Gretchen conta que recusou a proposta, o que lhe teria gerado sabotagens e culminado com sua saída.

No último dia 7, Ailes divulgou uma nota negando a acusação. "Esse processo é uma retaliação contra a decisão da Fox News de não renovar o contrato dela, ação tomada porque a programação vespertina do canal estava sendo afetada pelos números decepcionantes de audiência do seu programa", afirmou.

Reviravolta

Nesta terça, antes da notícia da afastamento de Ailes, a New York publicou que a jornalista Megyn Kelly também teria sido abusada sexualmente pelo executivo. Principal apresentadora da Fox News, Megyn é uma das maiores estrelas do jornalismo americano. Seu contrato com o canal deve ser revovado por US$ 20 milhões (R$ 65 milhões) anuais. A acusação de Megyn foi crucial para a queda de Ailes.

Tratada como celebridade, a apresentadora de 45 anos já participou de uma campanha a favor da mulher no mercado de trabalho ao lado de Lena Dunham (estrela da série Girls) e Kerry Washington (de Scandal). Ela estampou a capa da conceituada revista Vanity Fair em fevereiro deste ano.

A decisão de afastar Ailes do canal é uma forma de tentar acabar com tantas notícias negativas envolvendo a Fox News em pleno ano de eleição presidencial nos Estados Unidos.


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