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Memória da TV

Em 2002, Globo queria artistas no elenco e penou para achar apresentador do BBB

Divulgação/TV Globo

Pedo Bial comandou durante 14 anos o Big Brother Brasil, desde a primeira edição, em 2002

Pedo Bial comandou durante 14 anos o Big Brother Brasil, desde a primeira edição, em 2002

THELL DE CASTRO

Publicado em 19/1/2020 - 6h18

Além da dor de cabeça causada pelo lançamento da Casa dos Artistas pelo SBT, no segundo semestre de 2001, a Globo penou para encontrar o apresentador considerado ideal para o Big Brother Brasil, reality show que estreou em 29 de janeiro de 2002 e chega à vigésima edição a partir desta terça (21).

Sem alguém com as mesmas características de Silvio Santos, a emissora pensou em diversos nomes para comandar o programa. O primeiro foi Fausto Silva, que teria sido descartado porque a casa não estava satisfeita com seus índices de audiência naquela época, de acordo com matéria do jornal O Estado de S. Paulo de 22 de janeiro de 2002.

Outro nome ventilado foi o do ator Antônio Fagundes, que já havia comandado o Você Decide alguns anos antes. Diversas reportagens da época citam o interesse no ator para o posto de comandante da atração, mas o fato acabou não se concretizando.

A mesma reportagem do Estadão citada também destacou o nome de Miguel Falabella, que apresentou o Vídeo Show por vários anos e fazia sucesso no papel de Cabo Antibes, do Sai de Baixo. "De fato, Falabella seria uma boa escolha. Mas, consultado ontem, declarou que não terá nada a ver com o BBB", destacou o jornal.

Outras matérias citaram os nomes de Zeca Camargo, que fez sucesso no comando do No Limite, primeiro reality show produzido pela Globo, e Cissa Guimarães.

Poucos dias antes da estreia, finalmente, a emissora definiu como apresentador o jornalista Pedro Bial, que, até então, comandava o Fantástico. No dia 24 de janeiro de 2001, a Folha de S.Paulo anunciava a escolha e informava que faltava acertar com uma mulher para compor a dupla – a escolhida foi a atriz Marisa Orth, que estava entre as cotadas, mas acabou durando pouco no comando do reality.

Outro perrengue foi vivido um pouco antes disso: a Globo resolveu trocar a direção do programa em dezembro de 2001. Saiu Luís Gleiser, que havia sido o responsável pela compra do formato e desde abril daquele ano se dedicava ao projeto, e entrou J. B. de Oliveira, o Boninho, que havia dirigido a primeira e a terceira edições de No Limite.

"Boninho foi intimado a dirigir Big Brother porque a Globo atribui a ele os acertos de No Limite. Para a emissora, o segundo No Limite, sem Boninho, não emplacou porque não foi bem dirigido e editado. Gleiser vai assinar a direção geral do BBB, mas não terá poderes sobre a versão do programa para a TV Globo. Será como um rei numa monarquia parlamentarista", informou Daniel Castro na Folha de S.Paulo de 14 de dezembro de 2001.

reprodução/tv globo

Kleber Bambam foi o primeiro campeão do BBB e levou o prêmio de R$ 500 mil em 2002


500 mil inscritos

A casa do BBB foi construída no Projac, atual Estúdios Globo, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, no local onde ficava a cidade cenográfica do infantil Bambuluá, estrelado por Angélica.

A residência, que é utilizada até hoje, sofrendo reformas anuais, conta com 2.300 metros quadrados e foi montada em apenas 55 dias. Tinha 60 microfones e 38 câmeras para vigiar os concorrentes o tempo todo.

A Globo cogitou colocar artistas no elenco do reality show, contrariando a fórmula original holandesa, mas o formato foi explorado pelo SBT na Casa dos Artistas e poderia cansar o público.

Assim, as inscrições foram abertas no dia 2 de dezembro de 2001 para os anônimos, que podiam pegar cupons encartados nos jornais do grupo --O Globo, Extra e Diário de S.Paulo-- e também preencher o formulário no site da emissora.

Mais de 500 mil pessoas se inscreveram. Na primeira triagem, feita por idade e região, foram pré-selecionados 12 mil candidatos. Posteriormente, em diversas etapas, foram definidos os 12 participantes que ficaram marcados como os primeiros brothers brasileiros.

Sucesso de audiência, o BBB 1 durou 64 dias, ficando no ar até 2 de abril de 2002 e teve como vitorioso o dançarino Kleber Bambam, com 68% dos votos. Ele recebeu o prêmio de R$ 500 mil e tornou-se celebridade nacional.


THELL DE CASTROé jornalista, editor do site TV História e autor do livro Dicionário da Televisão Brasileira. Siga no Twitter: @thelldecastro

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