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Fim de ciclo

Contra crise e Netflix, audiência da TV paga cai pela primeira vez em nove anos

Divulgação/AMC

Cena de The Walking Dead: série campeã de audiência na TV paga sofre desgaste - Divulgação/AMC

Cena de The Walking Dead: série campeã de audiência na TV paga sofre desgaste

DANIEL CASTRO

Publicado em 8/11/2017 - 6h37

Depois de uma década de crescimento vigoroso, a audiência dos canais pagos está em queda no Brasil. Segundo dados do painel nacional do Ibope, o conjunto de todos os canais de TV por assinatura fechou os dez primeiros meses de 2017 com média de 9,5 pontos domiciliares, dois décimos a menos do que o mesmo período de 2016. Isso equivale a uma sintonia de 2,334 milhões de casas, ou 6,5 milhões de pessoas.

A queda, apesar de pequena, indica o fim de um ciclo em que a TV paga triplicou seu tamanho e superou Record e SBT nos gráficos de audiência, tornando-se verdadeiramente relevante. Nos relatórios do Ibope, é a primeira vez desde 2009 que as siglas OCN (de outros canais) e OCP (outros canais pagos), que englobam a TV por assinatura, apresentam estagnação ou queda _veja gráfico abaixo.

Alguns fatos ajudam a entender o que está por trás dessa inflexão da TV paga. Primeiramente, o setor enfrenta uma prolongada crise, com sucessivas quedas no número de assinantes há três anos.

O país saltou de 6,3 milhões de assinantes em 2008 para 19,6 milhões em 2014. Em maio último, quando sofreu forte queda (de 136 mil clientes, metade do acumulado em um ano), a TV paga estava presente em 18,6 milhões de lares. Desde então, a Anatel não divulgou mais dados, o que abriu espaço para especulações de que a retração estaria próxima a 1 milhão em 12 meses.

Em segundo lugar, há a concorrência com plataformas de vídeo sob demanda, algumas delas da própria TV por assinatura, como Now e HBO Go, com audiências relevantes mas que ainda não entram no relatório do Ibope. O grande vilão nesse segmento, contudo, é a Netflix, que já teria mais de 7 milhões de usuários no Brasil, segundo estimativas (a empresa não divulga dados).

Também se observa uma certa saturação de formatos que fizeram a festa de canais pagos nos últimos dez anos. Reality shows culinários e de sobrevivência na selva já não empolgam tanto quanto antes. Séries campeãs de audiência, como The Walking Dead, estão perdendo público vertiginosamente.

E há ainda a força da TV aberta. Globo e Record voltaram a crescer na média nacional e vivem seus melhores anos, respectivamente, desde 2012 e 2011.

Década de ouro
O crescimento da audiência dos canais pagos acompanhou a evolução do número de assinantes nos últimos nove anos. Foi de algo em torno de 2,5 pontos em 2008 para 7,9 em 2014. Apesar da retração no número de lares com cabo ou TV via satélite em 2015 e 2016, a audiência continuou crescendo.

Até 2013, os relatórios do Ibope colocavam os canais fechados no mesmo bolo de emissoras pequenas, como TV Aparecida e NGT. Em 2014, a TV paga passou a ter uma sigla só dela (OCP), como mostra o quadro abaixo:

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