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LUIZ ALANO

Contenção de gastos no Grupo Globo faz narrador trocar SporTV por DAZN

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Luiz Alano em uma transmissão no SporTV, sua antiga empresa; ele trocou o canal da Globo pelo DAZN - REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Luiz Alano em uma transmissão no SporTV, sua antiga empresa; ele trocou o canal da Globo pelo DAZN

VINÍCIUS ANDRADE

Publicado em 13/7/2019 - 5h44

A nova era do Esporte do Grupo Globo está causando grandes transformações na empresa. A unificação entre TV aberta, canal a cabo, pay-per-view e site visa "a integração de equipes e estruturas" --o que implica corte de gastos. Até então o principal narrador do SporTV/Premiere no Rio Grande do Sul, Luiz Alano era funcionário do grupo havia 15 anos. Na última semana, anunciou que trocaria o canal pelo streaming DAZN.

"Esse ano teve uma mudança de planejamento, de gestão [no Grupo Globo]. Todos os chefes que me contrataram anos atrás saíram nessa mudança, nessa fusão do Esporte na Globo. Entrou todo mundo novo, com ideias novas. É absolutamente normal. O número de partidas feitas no estúdio aumentou 60% ou 70%, então automaticamente eu estava ficando de fora dos jogos que nos anos anteriores eu fazia", explica Alano ao Notícias da TV.

O narrador estava na Globo desde 2004, quando foi contratado pela RBS, afiliada da emissora no sul do país. Além de comandar transmissões na TV e na rádio da empresa, ele também narrava jogos no SporTV como freelancer até 2015 --ano em que saiu da RBS e foi contratado de vez pelo canal esportivo.

"Desde o início da temporada, via a necessidade de ter mudanças na minha carreira, sair da zona de conforto. Estava com alguns objetivos que não eram executados no canal SporTV, ao qual eu não tenho nenhuma crítica. Absolutamente nada a criticar. Como eu ficava no Rio Grande do Sul, estava muito restrito aos eventos locais. A minha saída do Grupo Globo foi em comum acordo", diz o jornalista.

Com mais jogos do SporTV e do Premiere sendo feitos do estúdio, Alano tinha menos trabalho a fazer. A empresa dava preferência para os narradores de São Paulo e Rio de Janeiro. O narrador conta que foi procurado pela direção para saber se gostaria de renovar o contrato trabalhando "nesses moldes", mas confessa que "não estava muito contente ficando parado".

"Expressei um descontamento, digamos assim. Não sei nem se é 'descontamento' a palavra. Gostaria de fazer outras coisas, outros eventos, outros estádios, outros times. Em comum acordo, após as minhas férias, a gente chegou ao fim do contrato, ao fim dessa relação sem nenhum problema, nenhuma cicatriz. Não deixo nenhum inimigo, porta fechada. Deixo amigos e boas lembranças", ameniza.

Além de Luiz Alano, o SporTV demitiu dois comentaristas que trabalhavam no Rio Grande do Sul: o jornalista Mário Marcos e o ex-jogador João Batista Silva, mais conhecido como Batista. O narrador foi o único que conseguiu rápida recolocação no mercado de trabalho, e anunciou sua contratação pelo DAZN três dias depois.

"Já tinha conversado com o DAZN, havia um namoro. Antes, eu tinha um contrato de exclusividade com o SporTV, com a Globo. Não podia fazer canal no YouTube, não podia narrar em outro lugar, como uma rádio, por exemplo. Sou narrador de rádio também. Agora com o DAZN eu fico livre para acumular funções, como outros colegas do streaming também fazem", se empolga Alano.

Procurado pela reportagem, o Grupo Globo disse que não iria se pronunciar sobre a saída de Luiz Alano.

Mudanças no Grupo Globo

No início de julho, o Notícias da TV informou que a Globo vive tensão extrema com ameaça de demissões. Tudo por conta do projeto Uma Só Globo, previsto para ser concluído no fim de 2021, que vai fundir a TV Globo com a Globosat em uma gigante que fatura R$ 15 bilhões por ano e exigirá um alto investimento em tecnologia.

O Esporte foi o primeiro setor da empresa a implementar essa unificação. No comunicado em que revelou publicamente o projeto Uma Só Globo, em setembro passado, a empresa não escondeu que haverá cortes ao anunciar que está buscando "a integração de equipes e estruturas", além do desenvolvimento de "novas áreas de competência, criação de novos negócios e busca de novas receitas".

Nesse processo, a Globo está obcecada em se tornar uma empresa tecnológica. Do contrário, acreditam fontes na emissora, ela não terá forças para competir com gigantes do streaming, como a Netflix, que estão transformando o jeito de ver TV --e colocando em risco o modelo de negócio do grupo.

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