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Carisma, informação e rouquidão: Por que Milton Cunha foi a estrela do Carnaval 2020

Reprodução/Instagram

O comentarista Milton Cunha no aquário da Globo na Marquês de Sapucaí, no primeiro dia de desfiles no Rio de Janeiro

Milton Cunha no aquário da Globo na Marquês de Sapucaí, no primeiro dia de desfiles no Rio de Janeiro

FERNANDA LOPES

Publicado em 27/2/2020 - 5h34

A transmissão do Carnaval do Rio de Janeiro já tem seu "cristal", como diz a linguagem de gírias das redes sociais: Milton Cunha. Ex-carnavalesco, cenógrafo e especialista em escolas de samba, ele ofereceu muitos detalhes sobre os desfiles com seu tradicional vocabulário rebuscado e divertiu quem estava em casa. A voz rouca, marca registrada de Cunha, virou parte de seu carisma e se tornou meme na internet.

"Eu me sinto recompensado. Esse reconhecimento eu amo. Eu sou de verdade, sou verdadeiro, e quem gosta [de mim], gosta da minha verdade. É um produto verdadeiro que está sendo aprovado [pelo público]. Eu gosto, não tive que fazer nenhuma concessão pra eles gostarem de mim", afirma ao Notícias da TV.

Desde 2013, Cunha participa das transmissões dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro na Globo, além de comentar Carnaval nos telejornais locais.

Especialista em tudo que envolve um desfile na Sapucaí, Cunha também é formado em Psicologia, especializado em Moda, mestre e doutor em Letras e pós-doutor em História da Arte.

O jeito dele de falar, com vocabulário sofisticado principalmente nos adjetivos (gosta de palavras pouco usadas na linguagem coloquial, como "opulenta", "criteriosíssimo" e "irisado"), chama a atenção, gera curiosidade e diverte o público.

"Eu sou engraçado mesmo, na vida, falo muito articulado. O povo fala muito correndo. Eu sou erudito, tenho repertório de palavras que eles acham engraçado. Ao mesmo tempo, eu sou muito povão. Também uso uns termos do povo. Aí acho que o sucesso é o fato de eu ser tão próximo deles, parece que estão conversando comigo e eu estou dando opinião. Não tem qualquer falsidade", explica.

A voz de Cunha, com rouquidão e eventuais acessos de tosse, também é um traço único dele. Um dos vídeos que mais viralizou neste Carnaval foi um trecho do desfile da São Clemente no qual Marcelo Adnet representava Jair Bolsonaro, fazendo flexão de braços (ou de cabeça) em um carro alegórico. É possível ouvir Milton Cunha gargalhando e tossindo ao fundo. 

Não é de hoje que Cunha deixa sua marca pelo jeito de comentar, mas cada vez mais sua presença é lembrada e aguardada pelo telespectador que acompanha o Carnaval e gosta de repercutir as transmissões da Globo nas redes sociais. 

Neste ano, as pessoas praticamente se encantaram com Cunha. Muita gente já sugeriu que empresas diferentes deem mais oportunidades de emprego para o comentarista, com o uso de sua rouquidão característica para vários produtos. Existe até uma petição para que Cunha seja a voz do aplicativo de trânsito Waze.

Cunha participou na quarta-feira (26) da transmissão da apuração das notas das escolas de samba do Rio, que culminou no título da Viradouro. No resto do ano, ele não deve aparecer muito mais em rede nacional. No Twitter, os telespectadores já pediram que a Globo dê emprego para Cunha em outros programas.

O especialista em Carnaval está satisfeito com a boa repercussão de seu trabalho na Globo. "Que bom. Que bom que tudo isso está acontecendo. Fico tão feliz", declara.

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