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Estreia do Paramount

Sem mulher-objeto, série Ladrão de Casaca reinventa clássico de Alfred Hitchcock

Imagens: Divulgação/Paramount

Grace Kelly no filme Ladrão de Casaca (1955) e Alexandra Jiménez na série homônima em montagem fotográfica

Grace Kelly no filme Ladrão de Casaca (1955) e Alexandra Jiménez na série homônima: nova cara

JOÃO DA PAZ

Publicado em 11/2/2020 - 4h48

A sociedade contemporânea aceitaria uma série que tem como protagonista uma mulher-objeto, aquela loira belíssima e ricaça dos filmes cults hollywoodianos? Antevendo uma possível chiadeira do público, a série Ladrão de Casaca, baseada no clássico do cineasta Alfred Hitchcock (1899-1980), mudou a obra do gênio do suspense nesse aspecto crucial.

O Paramount Channel estreia nesta terça-feira (11), às 20h30, a atração originária da Espanha e Argentina. A primeira temporada é composta por dez episódios. 

Embora apresente várias referências ao filme lançado em 1955, a Ladrão de Casaca da TV (Atrapa a un Ladrón) altera fundamentalmente a personagem feminina principal, uma policial de personalidade forte e independente. Bem em voga com o que é visto na produção audiovisual em todo mundo, que cada vez mais quebra estereótipos sobre como a mulher é mostrada em cena.

A série se inspira na premissa do longa: um ladrão aposentado fica estarrecido ao saber que uma pessoa imita o seu modus operandi criminal. Essa situação deixa furioso o bandido veterano, que faz de tudo para pegar o vigarista plagiador.

No filme, a dinâmica que carrega a narrativa é entre o ladrão aposentado John Robie (vivido pelo galã Cary Grant) e a loira ricaça Frances Stevens (interpretada pela estupenda Grace Kelly). Robie cruza o caminho da moça ao investigar roubos de joias em um hotel na Riveira Francesa. A interação entre os dois era essencialmente romântica, a ponto de Frances querer ser cúmplice do bonitão.

Na série, o ex-bandido é chamado de Juan Garay (Pablo Echarri), que há dez anos saiu do crime e toca a vida como um galerista, grande conhecedor dos quadros mais cobiçados do mundo da arte. A trama começa com ele casado com a policial Lola Garay (Alexandra Jiménez), em Barcelona. Eles se conheceram em um museu e vivem um lindo romance. Porém, ela não conhece o passado criminoso do marido.

Pablo Echarri e Alexandra Jiménez em cena da série Ladrão de Casaca, do Paramount Channel

A vida deles se embaralha assim que um ladrão rouba três quadros raros em um museu de Buenos Aires. O meliante fez o assalto copiando os trejeitos de Juan, apelidado de El Gato (O Gato). Quem leva a culpa é o tio do mocinho, dono de um restaurante. Ele, então, decide viajar até a América do Sul para tentar resolver essa confusão.

Contrariada, Lola fica na Espanha mas desconfia do marido, principalmente ao notar que um dos quadros furtados anos atrás pelo tal do El Gato, em ação no Museu Nacional de Arte da Cartalunha, está exposto na própria casa. A policial, justamente especializada em roubos, segue o seu faro instintivo e decide se dedicar ao caso, o que a leva a ficar na cola do marido, que ela conhece apenas como um galã sedutor com um excelente faro para a arte.

Alguns traços do filme de Hitchcock são impressos na série, criada por Javier Oliveiras (de El Ministerio del Tiempo), dramaturgo espanhol. Ele se aproveitou da fotografia vencedora do Oscar de 1955, e se inspirou nas belas paisagens de Barcelona e de Buenos Aires.

A série Ladrão de Casaca tem só um pouquinho do suspense que o filme de Hitchcock, grande mestre do gênero, sabia como ninguém apresentar. A atração televisiva vem mais com ação e situações cômicas típicas de produções latinas.

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