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CRISE À VISTA

Roteiristas votam em massa por greve e Hollywood deve parar na terça-feira

Divulgação/WGA

Roteiristas foram às ruas protestar durante a greve de 2007: nova paralisação é iminente - Divulgação/WGA

Roteiristas foram às ruas protestar durante a greve de 2007: nova paralisação é iminente

REDAÇÃO

Publicado em 25/4/2017 - 10h46

Noventa e seis por cento dos membros votantes do WGA (Writers Guild of America, ou Sindicato dos Roteiristas Norte-Americanos) decidiram apoiar a greve da categoria contra as produtoras de filmes e séries. O contrato atual entre os dois grupos vence no próximo dia 1º e, se não chegarem a um acordo, os escritores podem parar de trabalhar na terça-feira (2). As negociações foram retomadas hoje (25).

Produtoras e roteiristas têm negociado uma renovação do contrato desde 13 de março, mas até agora não chegaram a um entendimento. Do lado dos escritores, o sindicato alega que parar de trabalhar dará vantagem ao grupo na negociação. A indústria lucrou US$ 51 bilhões no ano passado, e os roteiristas desejam uma fatia maior desse bolo.

Já os produtores defendem que a paralisação será muito prejudicial: "A greve de 2007 machucou a todos. Roteiristas perderam mais de US$ 287 milhões em pagamentos, valor que nunca foi recuperado. Vários acordos foram cancelados e muitos escritores tiveram de pedir empréstimos para conseguirem pagar suas contas", disse a associação em comunicado à imprensa.

A negociação foi retomada nesta terça, depois de uma pausa no dia 17 para a votação de adesão à greve. A provável paralisação deve prejudicar as séries da temporada 2017-2018, que as emissoras costumam apresentar em maio para anunciantes.

A última greve dos roteiristas, ocorrida em 2007, durou cem dias e gerou um prejuízo de US$ 2,1 bilhões para Hollywood. Cerca de 37 mil pessoas perderam emprego, segundo relatório do instituto de pesquisa Milken.

Na época, os estúdios ficaram muito pressionados, porque até atores de peso apoiaram os roteiristas e participaram dos piquetes. Séries como The Big Bang Theory, Prison Break e Grey's Anatomy tiveram temporadas reduzidas. Outras, como 24 Horas, foram adiadas para a temporada seguinte.

Os roteiristas reivindicam basicamente aumento salarial, melhoria nos planos de saúde e melhor política de licença maternidade/paternidade. Como o contrato tem como padrão o pagamento por séries de 22 episódios por temporada, cada vez mais raros na TV, os escritores têm recebido menos para escrever séries que produzem entre 10 e 13 episódios por ano. O sindicato também pede que serviços de streaming, como Netflix e Amazon, paguem mais para os roteiristas de suas produções.

Segundo o WGA, a renda de um profissional de nível médio caiu 23% de 2015 para cá (o salário anual gira em torno de US$ 195 mil, o equivalente a R$ 603 mil). Ou seja: para ter uma renda igual à de três anos atrás, o roteirista que entra em projetos mais curtos tem de emplacar dois trabalhos em um mesmo ano, algo muito difícil.

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