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Fortes e rebeldes

Nova série da Netflix, Luna Nera foi totalmente escrita e produzida por mulheres

FOTOS: EMANUELA SCARPA/NETFLIX

Janara (Federica Fracassi), Tebe (Manuela Mandracchia) e Leptis (Lucrezia Guidone) com roupas medievais em cena da série Luna Nera

Janara (Federica Fracassi), Tebe (Manuela Mandracchia) e Leptis (Lucrezia Guidone) em Luna Nera

HUMBERTO ABDO

Publicado em 1/2/2020 - 5h10

Inspirada em um grupo de mulheres acusadas de bruxaria no século 17, Luna Nera é a terceira produção italiana a estrear na Netflix. Gravada em Roma, a série foi totalmente escrita, dirigida e protagonizada por mulheres, uma novidade entre os lançamentos da plataforma no país. Com a zona rural romana como cenário, o enredo foi baseado na obra homônima de Tiziana Triana, que também ajudou a escrever os roteiros.

"Comecei [a escrever] o livro há cinco anos, resultado de 20 anos de leituras sobre o tema bruxaria. As protagonistas são inspiradas na vida das mulheres italianas no século 17 e seus empregos, suas dificuldades, seus conhecimentos", contou a autora em entrevista exclusiva ao Notícias da TV, por e-mail.

A escritora explica que o livro e a série têm muitas diferenças, mas os temas básicos são os mesmos --e atuais. "Mulheres fortes e rebeldes que não cumprem as normas ainda são discriminadas em grande parte do planeta", protesta Tiziana.

A produção da Netflix acompanha uma parteira de 16 anos chamada Ade (Nina Fotaras), acusada de bruxaria após a morte de um recém-nascido. Ela foge para a floresta e encontra refúgio em uma família de bruxas. Porém, é atormentada pela paixão pelo filho do chefe do clã de caçadores das criaturas místicas.

"É uma história de amor entre dois jovens divididos pelo destino e retrata um mundo de mulheres perseguidas que enfrentam a ameaça à própria existência", resume ela.

Antonia Fotaras (Ade) em cena de Luna Nera

Antonia Fotaras é Ade, jovem parteira acusada de bruxaria após a morte de um recém-nascido


Mulheres empoderadas

Em entrevista para Variety, Felipe Tewes, diretor de produções originais internacionais da Netflix, elogiou a série por sua "criatividade e risco" e por "usar a fantasia para apresentar um período muito sombrio da história".

Além do elenco e contexto femininos da série, as equipes de direção e roteiro também são compostas totalmente por mulheres. "Não sou roteirista, e algumas das melhores roteiristas italianas do momento estiveram envolvidas na série também", observou a escritora.

Luna Nera reforça uma longa lista de séries e filmes protagonizados por bruxas, que foram lançados nos últimos anos, como American Horror Story (FX), O Mundo Sombrio de Sabrina (Netflix) e A Pior das Bruxas (BBC).

"É um retorno aos gêneros ficção científica, fantasia e horror, que permitem explorar temas complexos sem sobrecarregar a narrativa", opina a autora.

"Nos últimos anos, há um evidente foco feminino nas produções. As bruxas nada mais são do que a oportunidade de falar sobre mulheres rebeldes, capazes de lutar por independência e contra superpotências como o patriarcado, a igreja, o estado e a cultura machista", resume Tiziana Triana.

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