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Luta contra gentrificação e lésbicas no comando da trama: 5 motivos para ver Vida

Divulgação/Starz

Melissa Barrera olha para Mishel Prada em cena do drama Vida, disponível no Starzplay

As atrizes Melissa Barrera e Mishel Prada interpretam irmãs latinas na série Vida, disponível no Starzplay

JOÃO DA PAZ

Publicado em 1/11/2019 - 4h51

Desde a semana passada, o público brasileiro tem a oportunidade de assistir a Vida, uma das séries mais relevantes da TV na atualidade. O drama, com duas temporadas disponíveis no streaming Starzplay, quebra barreiras por ter lésbicas no centro da trama e tratar de descendentes de mexicanos em um bairro de Los Angeles, alvo de gentrificação.

Exibida nos Estados Unidos pelo canal Starz, Vida dá uma aula sobre como é resistir ao processo no qual gente rica (e branca) faz lobby para tomar um lugar bem localizado e ocupado por minorias pobres, que acabam sendo expulsas por causa do encarecimento dos imóveis e alugueis. Algo que ocorre em metrópoles de todo o planeta, inclusive em São Paulo.

Ter mulheres latinas e lésbicas à frente da história também é um marco, pois quando esse tipo de personagem ganha espaço na TV, geralmente é como um papel secundário. Além disso, não faltam bons exemplos de irmandade e algumas das melhores cenas de sexo feitas no mundo das séries.

Confira cinco bons motivos para acompanhar Vida:

Lição sobre gentrificação

Precisamente ambientada em Boyle Heights, no centro de Los Angeles, Vida mostra como é o convívio de pessoas em um bairro que tem 90% dos seus habitantes de origem latina. A série é mostrada sob o ponto de vista de duas irmãs, Lyn (Melissa Barrera) e Emma (Mishel Prada), que se reencontram após décadas de distanciamento para o velório e o enterro da mãe.

Elas têm de decidir o que fazer com o bar que herdaram. A opção de vendê-lo tem dois pesos: se por um lado resolve os problemas financeiros da família, por outro cede um comércio local para pessoas brancas, o que mudaria a cara do bairro.

Sem ser tediosamente didática, Vida explica por que é importante resistir à especulação imobiliária a favor da tradição e da cultura de uma minoria que é fundamental para uma cidade. Isso ocorre em várias cidades grandes --em São Paulo, especificamente, pode ser observado na Barra Funda (um exemplo negativo de gentrificação) e no Bixiga (onde a resistência ainda persiste).

Protagonismo lésbico

De acordo com o mais recente levantamento anual da Glaad (Aliança Gay e Lésbica Contra a Difamação) sobre representatividade de minorias na TV, existem apenas 19 personagens latinas da comunidade LGBTQ+ na TV paga americana, de 208 no total. Algumas dessas estão em Vida, com destaque para o protagonismo de Emma.

Essa personagem é interessante porque, como vivia longe de casa, em Chicago, ela não fazia ideia do que se passava com a mãe, como o fato de ela ser lésbica e ter o desejo de ver sua parceira herdar uma fatia do bar juntamente com as filhas.

Emma entre em conflito consigo mesma, pois é resistente a esse fato enquanto ela mesmo se envolve com outras mulheres. Nesse caso, Vida mostra como são as relações amorosas de lésbicas, seja em uma fase mais jovem ou na terceira idade.

reprodução/starz

Mishel Prada em cena de sexo lésbico na série Vida; erotismo tratado com muito primor


Representatividade latina

Cada vez mais a TV americana, que alcança telespectadores de todas as etnias em centenas de países, está abrindo espaço para a diversidade. Porém, na maioria dos casos, a inserção ocorre com personagens coadjuvantes, o que não dá tanta margem de profundidade para se conhecer mais sobre eles. Isso não ocorre em Vida, que tem mulheres latinas até nos bastidores, de diretoras a roteiristas.

Mexicana na essência, a série mostra os costumes desse povo, como a culinária e a religião. E, como os personagens vivem em outro país, há também uma abertura para o debate acerca de não perder a identidade mesmo quando se está longe de casa. Na trama, o tal bar é fundamental e está no centro dessa discussão.

Irmandade, acima de tudo

As interações entre Lyn e Emma são típicas de irmãs diferentes em quase tudo: elas vivem um arranca-rabo sem fim, mas no fim das contas são leais uma com a outra. As duas são totalmente opostas. Lyn é aquela jovem despreocupada com a vida, focada em manter o corpinho enxuto. Já Emma, a mais velha, é cheia de marra e quer bancar a durona e controladora.

Qualquer assunto, de o que fazer com o bar ao relacionamento lésbico da mãe, é motivo para bate-boca. Consenso é uma palavra que falta no dicionário delas. Isso até a coisa apertar e elas verem que a única saída é contar com o apoio fraternal.

Sex appeal

Vida está no top 5 entre as mais de 500 séries que estão no ar quando o assunto é cenas de sexo quentíssimas. Sem exagerar nos closes, a direção do drama mostra com rara felicidade os momentos íntimos, tanto hétero quanto homossexuais, muitas vezes com uma pitada de voyeurismo. O erotismo apurado impera.

Lyn protagoniza as transas hétero --ela se envolve com muitos homens caucasianos. Já Emma domina o coito lésbico. Tem de tudo nesse quesito: beijo grego, orgia, pênis de borracha, vibradores e por aí vai. As mulheres e homens que aparecem nus não têm corpos turbinados nem repetem os padrões de beleza estampados por aí. Eles apresentam contornos muito mais próximos da realidade.

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