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Caos na TV

Impasse trava negociações e greve de roteiristas nos EUA é iminente

Divulgação/WGA

Protesto de roteiristas a favor da greve que parou a indústria hollywoodiana, em 2007 - Divulgação/WGA

Protesto de roteiristas a favor da greve que parou a indústria hollywoodiana, em 2007

JOÃO DA PAZ

Publicado em 18/4/2017 - 13h37

Após uma semana de negociações, o sindicato dos roteiristas e os representantes dos estúdios e produtoras de Hollywood não conseguiram chegar a um acordo, e uma greve é iminente. Os dois lados da disputa anunciaram na noite desta segunda (17) que as conversas estão suspensas por uma semana, com novo encontro marcado para a próxima terça (25), apenas seis dias antes do fim do contrato vigente.

O impasse que trava o avanço de um novo acordo é o aumento salarial para os roteiristas. A classe reivindica melhor compensação por trabalhos em séries curtas, de 10 a 13 episódios, o que atualmente está se tornando a norma da TV dos Estados Unidos. O atual contrato usa como base salarial séries de 22 a 24 episódios.

O problema é que, em uma série curta, o roteirista trabalha mais semanas para ganhar menos dinheiro do que em uma série grande. Geralmente, um episódio é escrito em duas semanas, mas nas séries curtas o tempo de produção é maior.

Segundo o WGA, o sindicato dos roteiristas, a renda de um profissional de nível médio caiu 23% de 2015 para cá (o salário anual gira em torno de US$ 195 mil, o equivalente a R$ 603 mil). Ou seja: para ter uma renda igual à de três anos atrás, o roteirista que entra em projetos mais curtos tem de emplacar dois trabalhos em um mesmo ano, algo muito difícil. 

A Aliança de Produções Televisivas e Cinematográficas (AMPTP), representante dos estúdios e produtoras, apresentou uma proposta que não atende satisfatoriamente a exigência do sindicato: usar como salário-base o trabalho em uma série curta pago por semana, e não por episódio.

Segundo a revista Variety, os dois lados estão longe de entrar em um acordo. Para o site Deadline, uma fonte presente nas conversas confessou que "as coisas não estão indo bem."

Um dia antes de o WGA e a AMPTP voltarem à mesa de negociações, o sindicato concluirá a votação com seus integrantes, autorizando ou não uma greve. O resultado favorável à paralisação colocará mais pressão nos patrões. O contrato em vigor termina em 1º de maio, à 0h.

Grave de 2007
O cenário atual é o mais próximo de uma greve dos roteiristas norte-americanos desde 2007. A paralisação de dez anos atrás provocou para o Estado da Califórnia, onde se concentra boa parte da indústria de entretenimento (em Hollywood), um prejuízo de US$ 2,1 bilhões (R$ 6,5 bilhões) em cem dias.

Cerca de 37 mil pessoas perderam emprego, segundo relatório do instituto de pesquisa Milken. Na época, os estúdios ficaram muito pressionados, porque até atores de peso apoiaram os roteiristas e participaram dos piquetes. Várias séries foram prejudicadas.

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