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House of Cards esconde Kevin Spacey, mas fantasma de Frank assombra série

Fotos: David Giesbrecht/Netflix

Claire (Robin Wright) agora é a presidente, mas passa a temporada à sombra do marido morto - Fotos: David Giesbrecht/Netflix

Claire (Robin Wright) agora é a presidente, mas passa a temporada à sombra do marido morto

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 1/11/2018 - 5h16

[Atenção: este texto contém spoilers]

A sexta e última temporada de House of Cards, que chega à Netflix nesta sexta (2), não conta com Kevin Spacey no elenco. Demitido após ser acusado de assediar um então menor de idade há mais de 30 anos, o ator foi completamente escondido nos novos episódios. Seu personagem, no entanto, se mantém presente na série.

Como a Netflix já havia divulgado, Frank Underwood está morto. Uma fotografia até mostra a viúva Claire (Robin Wright) chorando diante do caixão aberto do marido, só que o rosto de Frank não é mostrado.

Mas o ex-presidente é citado o tempo todo no drama político, como um fantasma a assombrar a reta final da Presidência de Claire, a viúva que é tão manipuladora quanto o próprio marido (ou que talvez consiga ser ainda pior).

Até cenas clássicas de House of Cards são revisitadas, com a nova presidente dos Estados Unidos no lugar de Frank. Uma sequência do primeiro episódio da série, na qual o personagem de Spacey mata um cachorro sem a menor piedade enquanto conversa com o público, ganha uma nova versão em que Claire dá indícios de que vai matar um passarinho. Ela, no entanto, acaba deixando a ave voar e celebra sua liberdade.

Praticamente todas as decisões executivas tomadas por Claire são confrontadas por sua equipe e pela opinião pública com a frase "O que Frank faria no seu lugar?". Ela também precisa lidar com a consequência das atitudes do marido enquanto era governante _especialmente os crimes que ele cometeu, e para os quais ela prometeu o perdão presidencial na época em que ele ainda era vivo.

É curioso que, na quinta temporada, a última frase proferida por Frank tenha sido justamente "Se ela não me perdoar, eu vou matá-la". A ideia da vingança do marido traído ficou pelo caminho por causa do escândalo nos bastidores, que não apenas custou caro para a Netflix, como também forçou os produtores e roteiristas a repensarem sua estratégia para a conclusão de House of Cards.

Sem Frank para bater de frente com a mulher, quem ganha espaço na trama é Doug Stamper (Michael Kelly), eterno braço direito e confidente do ex-presidente. Fiel ao chefe mesmo depois da morte dele, Stamper pressiona e manipula Claire a fazer o que ele deseja (e o que considera que Frank desejaria se estivesse vivo), mas é pressionado e manipulado com a mesma força pela governante.

Greg Kinnear, Diane Lane e Cody Fern no último ano de House of Cards: família de vilões

Entre as novidades do elenco, os indicados ao Oscar Greg Kinner e Diane Lane aparecem como os irmãos Bill e Annette Shepherd. Figuras poderosas em Washington, os dois são o grande calcanhar de Aquiles do mandato de Claire. Mandam e desmandam, exigem projetos de lei e são capazes de tudo para conseguir com que a presidente siga exatamente o plano que eles elaboraram para o país.

A família Shepherd fica completa com o filho de Annette, Duncan (Cody Fern, revelação de American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace). O jovem usa a mídia a seu favor, com um canal de TV que critica todas as ações da presidente e um aplicativo de celular que capta dados de seus usuários para que eles sejam utilizados da forma mais conveniente pelo clã do mal.

Apesar de bem defendidos por seus intérpretes, os novos personagens são o ponto fraco da temporada final. Afinal, os Shepherds são tão poderosos que conseguem manipular a política do mundo inteiro a seu favor, mas nunca ganham contornos humanos. Ficam, assim, mais parecidos com "vilões da Disney", muito mais maniqueístas do que com os personagens repletos de nuances que a série apresentou até aqui.

Também causa estranheza o fato de que uma família com presença tão decisiva em Washington nunca tenha sido sequer citada nos bastidores da política norte-americana durante as cinco temporadas anteriores de House of Cards.

As derrapadas, porém, não tiram o brilho da série. Mérito de Robin Wright, que lida bem com a pressão de assumir todos os holofotes após a saída controversa de Spacey. A atriz também virou líder nos bastidores: ela batalhou para que a Netflix e a produtora Media Rights Capital realizassem uma sexta temporada mesmo sem o protagonista, impedindo a demissão precoce de cerca de 2 mil pessoas. 


Confira a entrevista exclusiva do elenco de O Mundo Sombrio de Sabrina, série da Netflix, ao Notícias da TV

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