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A MÁFIA DO CINEMA

Globoplay garimpa tesouro da TV americana: Conheça a divertida Get Shorty

IMAGENS: DIVULGAÇÃO/EPIX

Dentro de um carro, do lado do motorista, o ator Chris O'Dowd folheia um roteiro manchado de sangue na série Get Shorty

O ator Chris O'Dowd na primeira temporada de Get Shorty; drama inédito estreia no streaming da Globo

JOÃO DA PAZ

Publicado em 4/8/2020 - 7h05

Tesouro perdido da TV norte-americana, a série Get Shorty finalmente chega ao Brasil após estrear há três anos no canal nanico Epix. O drama cômico, sobre um gângster com o sonho de virar um produtor hollywoodiano, entra nesta terça-feira (4) no Globoplay. Com ares de Breaking Bad (2008-2013), a atração ganhou o subtítulo A Máfia do Cinema.

A história é levemente inspirada no livro Get Shorty (1990), escrito por Elmore Leonard (1925-2013) e base do filme O Nome do Jogo (1995), que teve um elenco recheado de astros como John Travolta, Danny DeVito, James Gandolfini (1961-2013), Gene Hackman e Rene Russo. Nos Estados Unidos, a produção televisiva acabou sendo vítima da overdose de dramas e comédias lançados recentemente, pagando o preço de estar em uma vitrine discreta.

A série toma algumas liberdades da obra original para criar o próprio universo, composto de 27 episódios espalhados em três temporadas. Com cenas gravadas na cidade de Albuquerque (Estado do Novo México), lar do traficante Walter White (Bryan Cranston), Get Shorty usa a mesma premissa do exemplar literário e do longa. De resto, a trama segue um rumo original.

Criminoso que é o braço-direito da mafiosa Amara De Escalones (Lidia Porto), o mal-encarado Miles Day (Chris O'Dowd) deixa o Estado de Nevada, onde sua chefe comanda operações ilegais, para cumprir uma missão em Los Angeles, a terra do cinema americano. Lá, ele tem de cobrar uma dívida de um roteirista aspirante em busca do estrelato, chamado Owen (Paul Sparks).

Lado a lado com seu parceiro atrapalhado Louis Darnell (Sean Bridgers), Miles obedece a tarefa igual a um soldado leal. Porém, as coisas não saem como o esperado e o gângster acaba com um roteiro ensanguentado em mãos, de um filme de época sofrível chamado The Admiral's Mistress (A Amante do Almirante).

Sem o dinheiro da chefona, a ideia de Miles é tentar fazer com que esse roteiro vire um filme em Hollywood, que possa gerar a bufunfa que Amara insiste em receber de volta. Assim, Miles cruzará o caminho de duas figuraças: o produtor Rick Moreweather (Ray Romano), perito em filmes alternativos ruins, e a executiva April Quinn (Megan Stevenson), representante de um estúdio poderoso. 

Ray Romano forma uma parceria inusitada e engraçada com Chris O'Dowd em Get Shorty


Elenco entrosado

Muito bem produzida, Get Shorty tem vários pontos fortes, do bom texto à ambientação diferenciada. Mas o principal fundamento é o elenco, seja protagonista ou coadjuvante.

Ray Romano ganha um papel que é a cara dele. Produtor com um passado mais glorioso do que o presente e o futuro, seu personagem tem uma vida arrasada. Tido como irrelevante em Hollywood, Rick vê no roteiro mambembe de The Admiral's Mistress uma chance de reviravolta na carreira, principalmente com a garantia de financiamento, mesmo com o dinheiro de origem duvidosa.

O ator nasceu para ser Rick Moreweather, um sujeito lascado que dá dó, daqueles que vale torcer para sair da vala (e não terminar nela, na mira da máfia).

Por sua vez, Megan é eficiente com sua April, que tenta cravar espaço em um estúdio de Hollywood e acaba sendo o elo entre o criminoso Miles e uma grande produtora. Ela vira uma parceira do bandidão que sabe bulhufas sobre como fazer um filme. Pelo bem ou pelo mal, a executiva vai ter de ajudá-lo a rodar o longa.

O'Dowd também se distingue na pele de Miles. O telespectador nem precisa vê-lo cometendo crimes para ter a ideia de que ele é capaz das mais absurdas atrocidades. Porém, conforme a história se desenrola, Get Shorty o apresenta como uma pessoa doce, no meio de uma separação e que busca fazer o melhor para a filha. Por isso ele quer largar o crime e mudar de vida.

Há ainda mais destaques, como Lidia vivendo a mafiosa Amara, que se empolga com a possibilidade de ter um filme financiado com seu dinheiro (sujo) e faz as demandas mais malucas para Miles e Rick. Seus capangas são bem caricatos e dão uma leveza nas cenas de crime, que em um outro drama seriam mais densas. E lá pelas tantas, a vencedora do Emmy Felicity Huffman entra como uma agente do FBI.

Nos EUA, Get Shorty passou despercebida do grande público por não estar em um canal proeminente, complicado até de achar na TV paga com centenas e centenas de opções. Mas a crítica especializada curtiu e tentou propagar a série, que ganhou nota 71 (de 100) no Metacritic. No Brasil, pelo menos a atração chega em uma vitrine de renome. Até o momento, Get Shorty está com o futuro indefinido.

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