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CHARLAINE HARRIS

Cristã, autora de True Blood sofre bullying de carolas por série sensual

Reprodução/HBO

Os atores Anna Paquin e Alexander Skarsgård em cena sensual de True Blood: revolta na igreja - Reprodução/HBO

Os atores Anna Paquin e Alexander Skarsgård em cena sensual de True Blood: revolta na igreja

LUCIANO GUARALDO, em Nova York

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 17/10/2018 - 5h27

Autora dos livros que inspiraram as séries True Blood (2008-2014) e Midnight, Texas, Charlaine Harris virou alvo de suas colegas de igreja por causa da sensualidade à flor da pele de suas obras. Cristã, ela conta que recebe olhares tortos de integrantes da congregação porque escreveu cenas quentes de sexo entre vampiros, humanos, anjos e demônios.

"Eu sou muito religiosa, devota mesmo. Vou ao culto frequentemente, nunca perco um domingo. Bem, exceto quando estou viajando para divulgar meus livros", contou ao Notícias da TV a escritora de 66 anos, fiel da Igreja Episcopal, um ramo do anglicanismo que mistura princípios do catolicismo com o protestantismo.

Nascida no interior do Mississippi, criada no Arkansas e atualmente morando no Texas, três Estados norte-americanos conhecidos pela postura conservadora, Charlaine admite que seus textos não são bem aceitos pelos outros fiéis.

"Sofro muito preconceito dentro da igreja. Muitos não entendem que aquele é só o meu trabalho e me deixam de lado. Outros duvidam que eu seja mesmo a escritora desses livros, que eles classificam como 'ousados'", revela, aos risos.

Ela, porém, não se abala com as críticas e continua investindo nos livros, sem abrir mão da fé. "Eu trabalho para o entretenimento, não quero educar ninguém nem ficar pregando com minhas obras. Não acredito necessariamente nas criaturas sobre as quais escrevo, como vampiros, demônios, bruxas... Se alguém tem alguma questão com isso, o problema é da outra pessoa, não meu", minimiza. 

A autora Charlaine Harris nos bastidores da segunda temporada de True Blood (Divulgação/HBO)

Senhorinha moderna
Independentemente da rejeição que sofre dos colegas carolas, Charlaine não se priva de ter o nome envolvido em produções com alta dose sexual.

True Blood, ao longo de suas sete temporadas, mostrou nu frontal (de homens e mulheres), relações de casais heterossexuais, entre dois homens, duas mulheres e até orgias. Tudo permitido (e incentivado) pelo canal pago HBO, extremamente liberal e livre de amarras da censura. 

Já a trilogia de livros Midnight, Texas virou série na NBC, uma rede norte-americana aberta, com uma política de nudez mais restrita. Ainda assim, a produção abusa da sensualidade e dos casais inusitados: o anjo Joe (Jason Lewis, de Sex and the City), por exemplo, tem um relacionamento com o demônio Chuy (Bernardo Saracino). Há ainda bruxas, vampiros e homens-tigre, todos com os hormônios em ebulição.

Charlaine não participa ativamente da sala de roteiros de Midnight, Texas. Assim como não quis se envolver com os textos de True Blood. Ela apenas cede o universo que criou para que produtores e roteiristas desenvolvam a história da maneira que acharem melhor. Apesar do apego aos personagens, ela prefere que seja assim.

"Você se acostuma [a abrir mão do controle], entende que os roteiristas vão reinterpretar os seus personagens, e que é preciso expandi-los para os propósitos da série. Eu lido bem com isso. Afinal, meus livros continuam lá, exatamente como eu os escrevi, sempre que alguém quiser lê-los novamente. Acho que [a série] é uma outra dimensão para a mesma experiência", explica.

A segunda temporada de Midnight, Texas estreia nos Estados Unidos no próximo dia 26. É uma "promoção" para a série, que teve o primeiro ano exibido em 2017 durante a summer season, meses em que a TV aberta exibe produções de menor apelo. No Brasil, o drama sobrenatural foi anunciado pelo Space, mas não entrou na programação do canal pago _que mudou seu foco após o fim do Esporte Interativo.


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