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Balanço crítico

Só vilãs salvam novelas de 2018, o ano em que as séries brilharam na TV

Divulgação/TV Globo/Record

Adriana Esteves em Segundo Sol e Dudu Azevedo em Jesus; vilã brilhou e Jesus tropeçou na doutrinação  - Divulgação/TV Globo/Record

Adriana Esteves em Segundo Sol e Dudu Azevedo em Jesus; vilã brilhou e Jesus tropeçou na doutrinação

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 15/12/2018 - 6h26

O ano de 2018 se aproxima do fim marcado pela ascensão das séries, com histórias densas, cativantes e bem escritas. Já o principal produto da TV brasileira, as novelas, parecem enfrentar uma nova crise. Mesmo com as tentativas de oxigenar o gênero, boa parte delas "deu ruim", na linguagem popular. Só personagens carismáticos, em especial as vilãs, ajudaram a manter de pé o folhetim nosso de cada dia.

É inegável, porém, que as narrativas mais curtas se sobressaíram no balanço final e têm tudo para ganhar cada vez mais espaço nas grades das emissoras e das plataformas de streaming nos próximos anos.

Confira o que vingou em 2018 e o que merece ser apagado para todo o sempre da história da TV brasileira:

mauricio fidalgo/tv globo

Os atores Marjorie Estiano e Stepan Nercessian na segunda temporada de Sob Pressão

O filé-mignon...
Definitivamente, as séries ganharam estofo e profundidade. Mais curtas, têm o foco em seus protagonistas e não empacam a narrativa. O espaço que a Globo vem dando para produtos do gênero no Globoplay e o investimento cada vez mais intenso da Netflix no país mostram que as séries são um caminho sem volta. Na TV aberta, destaque para Carcereiros e a excelente Sob Pressão, ambas da Globo.

Uma mistura deveras interessante
O Tempo Não Para foi a salvação da lavoura numa safra bem fraca de novelas. Inventivo, engraçado e com um texto delicioso, o folhetim foi a melhor produção do gênero na TV. O elenco entrosado, os personagens cativantes e a mistura do passado com o presente deram o tempero certo à história de Mario Teixeira.

As malvadas favoritas 
Pelo menos no que se refere às personagens, o mal venceu o bem nas novelas. As vilãs tiveram mais destaque do que as mocinhas. Lilia Cabral (Valentina, de O Sétimo Guardião), Alessandra Negrini (Susana, de Orgulho e Paixão), Marieta Severo (Sophia, de O Outro Lado do Paraíso) e Adriana Esteves e Deborah Secco (Laureta e Karola, de Segundo Sol) são algumas das megeras que fizeram de 2018 o ano das vilãs.

A ladra de novelas
Leticia Colin, a Rosa de Segundo Sol, foi o grande destaque da trama de João Emanuel Carneiro. Com uma interpretação sem exageros, precisão no sotaque baiano e carisma de sobra, defendeu uma personagem ambígua e roubou a novela para si. Saiu pronta para desafios maiores na carreira.

paulo belote/tv globo

A atriz Bruna Marquezine demorou para achar o tom como vilã da novela Deus Salve o Rei

E a carne de segunda...
Qualquer novela de João Emanuel Carneiro vem sempre cercada de expectativas, e com Segundo Sol não foi diferente. A trama das nove até começou empolgante, mas logo vieram as decepções, com furos de roteiro e direção. Isso sem falar na escalação equivocada, com pouca representatividade negra em uma trama ambientada na Bahia, o estado mais negro do Brasil.

Nem Deus salvou
A trama das sete que abriu 2018, Deus Salve o Rei, foi um delírio estético medieval recheado com uma trama fraca que sofreu para engrenar. A vilã Catarina, de Bruna Marquezine, demorou para entrar no tom, o casal protagonista não empolgou, assim como a história como um todo. Deus Salve o Rei pareceu aquele pão de queijo apetitoso, mas que por dentro só tinha ar.

Figurinhas repetidas
A Globo reviu seu extenso banco de talentos, dispensou estrelas como Malu Mader e passou a repetir caras conhecidas do elenco novela após novela. Marina Ruy Barbosa e Vitória Strada, recém-saídas de Deus Salve o Rei e Tempo de Amar (2017), respectivamente, emplacaram logo de cara novas protagonistas em O Sétimo Guardião e Espelho da Vida, sem o tempo devido para o descanso de suas imagens.

Só Jesus na causa
A tentativa de fazer uma história bíblica com cara de moderna quase provocou uma tragédia na audiência da Record, que via em Apocalipse a chance de repetir o sucesso de Os Dez Mandamentos (2015). Mas intervenções do bispado ligado à Igreja Universal do Reino de Deus tornaram o texto da história uma pregação doutrinária e enfraqueceram a dramaturgia da novela, que ficou apagada.

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