No ar em Novo Mundo, Felipe Camargo ainda não sabe se terá emprego após a quarentena

No ar como José Bonifácio em Novo Mundo, Felipe Camargo ainda não sabe se terá emprego após a quarentena. Aos 59 anos, o veterano torce para que sua vida dê uma guinada assim como aconteceu com o personagem que teve um papel importante na Independência do Brasil. "Estou ansioso para estar no mercado quando tudo voltar", revelou o ator.

Isolado em sua casa no Rio de Janeiro, Camargo tem passado seu tempo enfrentando o tédio. "Não tem muito o que fazer. Estamos lidando com essa coisa de não poder sair de casa. Há dias que acordo bem entediado. Mexo um pouquinho com fotografia, vejo séries, estou lendo um livro de contos do Rubem Fonseca", listou o ator, que também se dedica às tarefas domésticas, como cozinhar e lavar a louça.

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"A expectativa é terminar logo esse confinamento, mas acho difícil. Ainda mais com o presidente jogando na contramão de uma doença séria, que afeta o mundo todo", reclamou o artista, em referência a Jair Bolsonaro, que ameniza a gravidade da pandemia do coronavírus (Covid-19).

Em entrevista ao jornal Extra, Felipe contou também que rever o trabalho em Novo Mundo está servindo de consolo nesses tempos difíceis. "A novela é linda, e o personagem foi muito especial para mim. José Bonifácio (1763-1838) foi o patriarca da Independência. Quando achou que já tinha feito tudo em sua trajetória, pegou o papel mais importante da sua vida, que foi o caminho para a Independência do Brasil", elogiou ele.

Nos bastidores da trama das seis, o entrosamento de Camargo com Leticia Colin e Caio Castro, intérpretes da imperatriz Leopoldina e dom Pedro foi para a vida real, o que resultou em um grupo de WhatsApp revivido durante a quarentena. "Com a edição especial da novela, esse grupo ganhou fôlego novo", revelou ele.

O ator lamentou que muitas coisas do período patriarcal ainda persistam no Brasil atual.  "A gente teve uma colonização invasiva. O Brasil não se curou disso até hoje. A questão burocrática, os políticos. Tanto que ninguém liga para o dia da Independência. Nos Estados Unidos, essa é a data mais importante do calendário do país. No nosso é Réveillon, Carnaval", comparou.

"É uma questão de mentalidade mesmo. Tomara que o Brasil mude, mas do jeito que está agora acho difícil. Você vê um presidente que só pensa nos interesses próprios e não está cuidando da população no meio da pandemia. É muito triste isso!", finalizou.