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FENÔMENO

Não foi só Ivana: Cinco acertos que explicam o sucesso de A Força do Querer

Fotos: Divulgação/TV Globo

Juliana Paes, Isis Valverde e Paolla Oliveira, três atrizes que se provaram em A Força do Querer - Fotos: Divulgação/TV Globo

Juliana Paes, Isis Valverde e Paolla Oliveira, três atrizes que se provaram em A Força do Querer

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 17/10/2017 - 6h14

Em sua última semana, A Força do Querer encerra uma trajetória de sucesso: até o momento, a novela acumula média de 35,4 pontos na Grande São Paulo, oito pontos acima de sua antecessora, A Lei do Amor (2016). A trama também provocou um debate importante sobre transexualidade. Mas nem só de Ivana (Carol Duarte) se fez o sucesso.

Ao longo de quase sete meses, a novela cresceu graças a um elenco muito bem escalado, em especial Juliana Paes, que roubou a cena e transformou a bandida Bibi Perigosa em queridinha do país. Atrizes como Elizângela, Maria Fernanda Cândido e Zezé Polessa também se deram bem na pele de mães sofredoras, que encarnaram o clichê "ser mãe é padecer no paraíso".

A estratégia de Gloria Perez de promover um revezamento de protagonistas no decorrer da trama funcionou bem, evitando que a novela tivesse barrigas (períodos de enrolação, nos quais nada acontece). Com tantos pontos a favor, nem mesmo a atuação de Fiuk ou a cronologia maluca conseguiram estragar A Força do Querer.

Confira cinco grandes acertos da novela:

Se não fosse vivida por Isis Valverde, Ritinha seria facilmente odiada pelo grande público

A escalação de elenco (exceto Fiuk)
A autora Gloria Perez, os diretores artísticos Rogério Gomes e Pedro Vasconcelos e o diretor de teledramaturgia diária, Silvio de Abreu, acertaram em cheio na escalação, dos protagonistas até os coadjuvantes. Difícil pensar em um único ator que esteja deslocado em seu papel na novela (exceto Fiuk). A "sereia" Ritinha poderia ser apenas uma menina egocêntrica se não estivesse nas mãos de Isis Valverde. Lilia Cabral também dá show com a viciada em jogos Silvana.

A novela ainda apresentou Silvero Pereira, ótimo como Nonato/Elis Miranda, além do pequeno João Bravo, tão talentoso para as cenas de drama envolvendo Dedé quanto Bruna Marquezine em Mulheres Apaixonadas (2003). E provou que Emilio Dantas está mais que preparado para carregar um protagonista: depois de Rubinho, ele estrelará De Volta Para Casa, prevista para o segundo semestre do ano que vem.

O elo mais fraco do elenco é mesmo Fiuk, que passou vergonha nos momentos dramáticos vividos por Ruy nas últimas semanas. Cercado por nomes talentosos em seu núcleo, o filho de Fábio Jr. parece ainda mais fraco em cena.

Juliana Paes provou outra vez que é mais que um rostinho bonito na pele da Bibi Perigosa

O carisma de Juliana Paes
Os tempos em que era reconhecida apenas pela beleza ficaram de vez no passado. Juliana Paes provou ser uma boa atriz dramática em Caminho das Índias (2009) e mostrou que pode ser ainda melhor em A Força do Querer. A contraventora Bibi Perigosa poderia ter facilmente despertado o ódio do público, já que cometeu crimes e foi capaz de abandonar o próprio filho para viver um amor doentio.

Juliana, porém, conseguiu usar seu carisma pessoal a favor da personagem e fez com que os telespectadores comprassem os dramas da Perigosa e, mais do que isso, torcessem por sua felicidade. Não por acaso, Bibi terá sua redenção no último capítulo e ainda ficará ao lado de Caio (Rodrigo Lombardi).

Marco Pigossi e Paolla Oliveira cederam seus destaques para outros protagonistas da novela

O revezamento de protagonistas
Gloria Perez não conseguiu emplacar os casais protagonistas de suas três últimas novelas: Morena (Nanda Costa) e Théo (Rodrigo Lombardi), de Salve Jorge (2012); Maya (Juliana Paes) e Bahuan (Márcio Garcia), de Caminho das Índias (2009); e Sol (Deborah Secco) e Tião (Murilo Benício), de América (2005), deixaram a desejar e perderam espaço para coadjuvantes.

Sem querer repetir o risco, a autora apostou em vários protagonistas. Na abertura da novela, são dez nomes diferentes em destaque: Isis Valverde, Paolla Oliveira, Juliana Paes, Maria Fernanda Cândido, Lilia Cabral, Marco Pigossi, Fiuk, Rodrigo Lombardi, Dan Stulbach e Humberto Martins. Isso sem contar a vilã Irene (Débora Falabella) e Ivana (Carol Duarte), tão importantes quanto (ou até mais que) os outros.

A estratégia era simples: ao longo da novela, os atores se revezavam como personagens principais. Em uma semana de destaque para Ritinha, Jeiza, Bibi e Silvana podiam ficar de escanteio. Dessa maneira, as tramas nunca paravam de avançar, não cansavam o público com repetições infindáveis e ainda permitiam que todos tivessem sua chance de brilhar.

Elizângela conseguiu dar profundidade para os dramas de Aurora com a ida de Bibi ao crime

As mães sofredoras
Joyce (Maria Fernanda Cândido), Aurora (Elizângela), Edinalva (Zezé Polessa) e Cândida (Gisele Fróes) estão entre as melhores personagens da novela por um motivo simples: em meio a temas como jogatina, transexualidade, cosplay, tráfico de drogas e sereismo, pouco presentes no cotidiano de grande parte da população, Gloria criou mães sofredoras, com quem qualquer um pode se identificar.

A autora até brinca com as próprias criaturas e faz uma inversão de papéis na relação de Silvana e Simone (Juliana Paiva): nesse caso, é a filha que sofre com as desventuras da mãe, que age de forma irresponsável e se recusa a reconhecer que tem um problema com a jogatina.

Maria Fernanda Cândido, Dan Stulbach e Carol Duarte: transição de Ivan foi feita lentamente

A construção de Ivan
Conseguir tratar de transexualidade sem espantar o público talvez seja o grande feito de Gloria Perez com A Força do Querer. Ivan/Ivana, vivido com brilhantismo pela novata Carol Duarte, conseguiu não ser rejeitado e, mais do que isso, foi aceito pelo telespectador _que já tinha rejeitado, por exemplo, o casal de lésbicas vivido por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg em Babilônia (2015).

A autora não teve pressa para apresentar o drama de Ivana. Pelo contrário: a filha de Joyce demorou meses até descobrir que era trans e ainda passa por um longo processo de readequação de gênero. A sensibilidade em contar a história no tempo certo foi fundamental para que ela repercutisse e promovesse debates dentro das famílias e em toda a sociedade.


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