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CRÍTICA

Malhação confunde dinamismo com superficialidade e erra nas tramas

Paulo Belote/TV Globo

Carmo Dalla Vecchia e Camila Morgado em Malhação: adultos roubam identificação com jovens - Paulo Belote/TV Globo

Carmo Dalla Vecchia e Camila Morgado em Malhação: adultos roubam identificação com jovens

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 16/9/2018 - 7h01

Baseada em um texto canadense, 30 Vies, a atual temporada de Malhação, com o subtítulo Vidas Brasileiras, apostou forte no dinamismo para movimentar sua narrativa. Quinzenalmente, as tramas se alternam para que todos os personagens tenham espaço dentro da história. Mas o que deveria ser agilidade se revela apenas uma abordagem superficial.

O rodízio de tramas faz com que os conflitos não sejam bem desenvolvidos, uma vez que são apresentados e precisam ser resolvidos em dez capítulos. Não há espaço para aprofundamento da história, nem tampouco para criar nuances nas personalidades dos personagens envolvidos no drama da vez.

Com isso, temas importantes, como intolerância religiosa, diversidade de gênero, preconceito social e racial, ganham uma abordagem rasa e resvalam no didatismo.

Há, ainda, um deslocamento de protagonismo. Em todas as temporadas anteriores, sempre houve a figura do jovem centralizando os acontecimentos. Nesta, porém, o cargo principal ficou com Gabriela (Camila Morgado), a superprofessora que tenta dar conta dos problemas de todos os alunos. Ainda que a atriz corresponda às expectativas, falta ali uma aproximação com o público juvenil.

Com o revezamento de protagonistas, o elenco adolescente tem a chance de mostrar serviço, ainda que por pouco tempo. Não se espera dos atores de Malhação nenhuma atuação digna de, digamos, um prêmio de revelação no Melhores do Ano do Domingão do Faustão, até porque seria exigir demais dos envolvidos.

Do atual elenco poucos nomes se sobressaem. Destaque para Pedro Vinícius (Michael), Jeniffer Dias (Dandara) e André Luiz Frambach (Márcio), que dão vida aos personagens mais complexos da temporada. 

Por fim, há o fantasma da temporada anterior, muito bem estruturada e realizada. Cao Hamburguer, criador de Viva a Diferença, elevou o sarrafo qualitativo da novela. Manter o nível não tem sido tarefa fácil para Vidas Brasileiras.

Mesmo assim, é possível enxergar qualidades no tempero da atual Malhação. A primeira é a adaptação de um texto gringo para a realidade brasileira. Os temas desenvolvidos retratam o dia a dia dos jovens. Estão ali os conflitos escolares, as confusões hormonais envolvendo os primeiros relacionamentos e os pequenos dilemas juvenis. É de se lamentar, apenas, que sejam mal desenrolados.

Outro ponto positivo é a tratativa de questões atuais na história. Atualmente, por exemplo, o Colégio Sapiência movimenta-se em torno da eleição do grêmio estudantil, uma metáfora bastante clara para a corrida eleitoral brasileira.

Malhação - Vidas Brasileiras deve ficar no ar até abril. É tempo mais do que suficiente para promover alguns ajustes em sua estrutura e dar mais destaque para tramas que ganharam apenas pinceladas fracas em seu desenvolvimento. Dinamismo não tem nada a ver com superficialidade.

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