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OPINIÃO

Lenta e dramática, morte de Carlos dá pontapé para Éramos Seis engrenar na reta final

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Em cena da morte de Carlos (Danilo Mesquista), Alfredo (Nicolas Prattes), Isabel (Giullia Buscacio), Lola (Gloria Pires) e Clotilde (Simone Spoladore) choram ao redor de seu corpo

Em cena da morte de Carlos (Danilo Mesquita), família Lemos chora em volta do leito do hospital

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 8/2/2020 - 5h26

Prestes a entrar em sua reta final, Éramos Seis promove um chacoalhão tardio em sua história com a morte de Carlos (Danilo Mesquita), o filho primogênito de Lola (Gloria Pires). A despedida trágica (e arrastada) do rapaz cumpre a função de fazer a novela das seis da Globo virar ao mesmo tempo em que intensifica o calvário da protagonista.

Por mais chato e certinho que fosse, Carlos ainda conseguia manter a preferência pela atenção da mãe. Lola negava, mas era nítido que tinha por ele um carinho maior do que em relação aos outros filhos. Extremamente responsável, era o herdeiro perfeito: abandonou o sonho de estudar Medicina para ajudar a mãe com as despesas da casa após a morte do pai e fazia de tudo para proteger a família.

Apesar de todo o cuidado com Lola, Carlos travava com Alfredo (Nicolas Prattes) uma rivalidade não só pelo amor da mãe, mas também pelo de Inês (Carol Macedo). Opostos em tudo, os irmãos viviam se engalfinhando: enquanto Alfredo conservava ideais revolucionários, Carlos se mostrou um verdadeiro coxinha reacionário. Tê-lo feito morrer nos braços do irmão desafeto foi mais uma maneira de potencializar o drama que vai se abater na família de Lola a partir de agora.

No livro que inspirou a história de Éramos Seis, Carlos morre mais velho, vítima de uma úlcera, doença que também abateu o pai. Na versão de 1977, na TV Tupi, Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho (1945-2019) tiveram de antecipar a saída do personagem porque seu intérprete, Carlos Augusto Strazzer (1946-1993), foi chamado pela direção da emissora para estrelar O Profeta (1977), de Ivani Ribeiro.

Os autores aproveitaram o entrecho histórico em que Éramos Seis se passava e fizeram com que Carlos morresse em meio às convulsões sociais que tomaram conta de São Paulo às vésperas da Revolução Constitucionalista de 1932. Em 1994, na versão do SBT, a morte foi mantida da mesma maneira, assim como agora.

Angela Chaves soube explorar os fatos que prepararam o terreno para a despedida de Carlos: os planos de uma vida a dois com a amada Inês, o discurso carinhoso que teve com a tia Clotilde (Simone Spoladore) e até mesmo a implicância crescente com a irmã Isabel (Giullia Buscacio) por ela se envolver com um homem casado.

Ainda assim, tal qual a novela como um todo, o ritmo das sequências que antecederam a morte de Carlos foi trabalhado de maneira bem vagarosa. A despedida foi lenta e gradual: da confusão armada na manifestação ao último suspiro do jovem, a morte levou três capítulos para se concretizar.

E apesar de Danilo Mesquita ser o centro dos acontecimentos na última semana, foi Gloria Pires quem roubou a cena. Só com o olhar, a atriz conseguiu expressar a angústia da mãe que está prestes a perder o filho antes mesmo de saber seu estado de saúde --vale a pena ver de novo o final do capítulo de quinta-feira (6).

Bem no momento em que Lola parecia colocar a vida nos eixos novamente, a notícia da morte do filho serve como um novo conflito para a matriarca. O envolvimento de Lola com Afonso (Cássio Gabus Mendes) foi construído com delicadeza, mas qual o futuro da relação depois do baque familiar?

Mais progressista de todas as versões já feitas, a atual Éramos Seis demorou a engrenar. A saga de Lola só agora começa a arrebatar o público com os dramas apresentados. Antes tarde do que nunca...


Este texto não reflete necessariamente a opinião do Notícias da TV.


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