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ESTREIA NO GLOBOPLAY

Em Estrela-Guia, Sandy foi criticada por católicos, evangélicos e hippies

Divulgação/TV Globo

Sandy com cabelos cacheados e leve sorriso em cena como Cristal da novela Estrela-Guia (2001)

Sandy viveu Cristal, a protagonista de Estrela-Guia, novela muito criticada por religiosos em 2001

REDAÇÃO

Publicado em 6/7/2020 - 7h09

Dezenove anos após sua exibição original na Globo, Estrela-Guia (2001) está disponível no catálogo do Globoplay a partir desta segunda (6). Conhecida como a "novela da Sandy", a produção agradou a fãs da dupla Sandy & Junior, mas deixou outros grupos bastante descontentes. Religiosos não gostaram nada das representações místicas na novela.

Criada especialmente para que Sandy Leah fosse a protagonista e engajasse o público jovem, Estrela-Guia foi uma novela diferente de tudo o que a Globo vinha fazendo para a faixa das 18h até então: com formato experimental e trama mais curta, teve apenas três meses de duração (também por causa da agenda da artista).

Sandy interpretou Cristal, mocinha criada numa comunidade hippie no interior de Goiás. Lá, não havia conversas sobre dinheiro, bens materiais, nem a correria do dia a dia. Predominavam valores como altruísmo, harmonia, respeito e convivência com a natureza. Cristal se destacava por ser uma moça de coração puro e que sabia cantar diversos mantras.

O estilo de vida dos habitantes da comunidade da novela, ainda que com práticas esotéricas e místicas voltadas para o bem do planeta, irritaram líderes religiosos.

Pastores de igrejas protestantes (metodistas, presbiterianas e batistas) e padres católicos aconselharam fiéis a boicotarem a Globo e não assistirem às novelas da emissora na época --além de Estrela-Guia, Um Anjo Caiu do Céu e Porto dos Milagres também tinham tramas ligadas à religiosidade das quais eles não gostavam.

Para os católicos, Cristal tinha "características não cristãs". "Abominamos o esoterismo, a leitura de horóscopo e acreditamos que os astros não influenciam na vida humana", disse o padre Wilson Victoriano Ferreira da Silva, diretor espiritual da Renovação Carismática da Diocese de Jundiaí, interior de São Paulo, ao jornal O Estado de S. Paulo.

Os evangélicos tinham postura parecida, de rejeitar todos os rituais e possíveis contatos sobrenaturais de Sandy na novela. Em março de 2001, os bispos líderes da Igreja Metodista do Brasil divulgaram um manifesto recomendando que seus fiéis não vissem as novelas da Globo. Segundo eles, as produções influenciavam milhões de pessoas, "particularmente os fãs adolescentes, a aceitarem uma espiritualidade mágica", em referência específica a Estrela-Guia.

A autora de Estrela-Guia, Ana Maria Moretzsohn, se defendeu dizendo que a comunidade em que Cristal vivia seguia preceitos que passavam por todas as religiões. "Fora isso, não digo que viver em comunidade é melhor. Não faço apologia de nada. Sou cética, não esotérica", declarou à Folha de S.Paulo.

divulgação/tv globo

A indumentária e o estilo de vida de Cristal eram bem diferentes da realidade dos hippies


Hippie de boutique

Os hippies, por sua vez, também não se tornaram fãs de Estrela-Guia. Se para os cristãos a novela era esotérica demais, para quem de fato vivia em comunidades hippies a realidade era muito distante da que era retratada na novela.

O ambiente onde Cristal cresceu em Estrela-Guia foi inspirado na comunidade Frater, perto de Pirenópolis, em Goiás. Uma reportagem da revista IstoÉ de abril de 2001 destacou que, enquanto a personagem de Sandy vestia roupas de grife e defendia o meio-ambiente em "clima de fábula", em Frater os moradores que restaram plantavam, cozinhavam, sobreviviam vendendo artesanato e frequentemente discordavam sobre dinheiro e as plantações.

Estrela-Guia nunca foi reprisada no Vale a Pena Ver de Novo e agora é uma das 50 novelas antigas que entram para o catálogo do Globoplay. A próxima trama a estrear no streaming será Vale Tudo (1988), em 20 de julho.


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