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De estrela massacrada a veterano fora do tom: Sobe e desce de Deus Salve o Rei

Montagem/Reprodução/TV Globo

Ricardo Pereira, Marina Ruy Barbosa, Alexandre Borges e Marina Moschen na novela das sete - Montagem/Reprodução/TV Globo

Ricardo Pereira, Marina Ruy Barbosa, Alexandre Borges e Marina Moschen na novela das sete

DANIEL CASTRO e MÁRCIA PEREIRA

Publicado em 29/7/2018 - 7h02

Deus Salve o Rei chega ao fim nesta segunda-feira (30) sem deixar saudade para muita gente. Principalmente de seu elenco. Em sua primeira vilã, a atriz Bruna Marquezine foi massacrada pela crítica e por telespectadores. Marina Ruy Barbosa e Romulo Estrela viram seus mocinhos serem rejeitados e sobrou até para o veterano Alexandre Borges.

O intérprete do rei Otávio entrou na metade da novela das sete, após uma intervenção da cúpula da Globo, para assumir o posto de vilão masculino que o cômico Rodolfo (Johnny Massaro) não deu conta. O ator, no entanto, extrapolou no tom. Empolgado com a cenografia medieval, deu ao personagem uma interpretação shakesperiana, como se estivesse no palco de um teatro de mil lugares.

Bruna Marquezine foi comparada a um robô. A Globo, contudo, agiu rápido e convenceu o diretor artístico da novela, Fabricio Mamberti, de que ele tinha errado ao imprimir a alguns personagens uma linha de atuação muito teatral. Foi o caso da maquiavélica Catarina.

Ainda no segundo mês da novela, Bruna desativou o "robô", deixou a vilã mais humana, mas já era tarde. Parte da audiência não a engole até hoje.

Menos sorte teve o português José Fidalgo, o Constantino. Logo de cara, o público rejeitou o casal que ele compôs com Bruna Marquezine, e o ator sumiu de Deus Salve o Rei. Quando os telespectadores já tinham esquecido dele, o personagem reapareceu, sujo e careca, e morreu envenenado. Foi-se o sonho de Fidalgo de construir uma carreira internacional a partir das novelas da Globo.

arthur meninea/Tv globo

Afonso (Romulo Estrela) e Catarina (Bruna Marquezine); vilã foi muito criticada no começo

No final de março, insatisfeito com o desenvolvimento da novela (e com sua audiência), o diretor de teledramaturgia da emissora, Silvio de Abreu, mandou o autor estreante Daniel Adjafre reescrever 12 capítulos e nomeou o experiente Ricardo Linhares para atuar como um interventor. O objetivo era tornar a trama medieval mais fluida e centrada nos personagens principais.

Uma das consequências foi a mortandade de personagens, como o já citado Constantino. Guerras e uma peste levaram embora várias vidas consideradas desnecessárias para a história. Não pouparam nem Caio Blat. Oficialmente, o ator deixou a novela para se dedicar a O Sétimo Guardião. A função de seu personagem foi assumida por Gregório (Danton Mello), inclusive a de se apaixonar pela mocinha como estava previsto na sinopse.

Marina Ruy Barbosa, também na próxima das nove como Blat, gravou até a última sexta-feira (27), e a ruiva sabia desde o começo que emendaria uma novela na outra.

Deus Salve o Rei também não foi uma boa experiência para Marco Nanini. Em sua segunda novela após 14 anos de Lineu de A Grande Família, o ator teve uma passagem apagada. Nanini deu dignidade ao rei Augusto, perseguido pela própria filha, e o personagem, que iria morrer, sobreviveu. Mas o autor da novela "viajou na maionese" quando o pôs a fazer teatro, disfarçado...

arthur meninea/tv globo

Constantino (José Fidalgo) sumiu e depois reapareceu careca para morrer envenenado

No sobe e desce de Deus Salve o Rei, ganharam pontos Tatá Werneck e Ricardo Pereira. Para muitos, Tatá entregou mais do mesmo, mas ela foi esforçada, até se dispôs a engordar pela personagem e o dueto com Johnny Massaro trouxe alívio às sombrias cenas da trama.

Já o Virgílio de Ricardo Pereira ganhou a simpatia do público e teve uma jornada de redenção. Inicialmente, ele morreria por volta do capítulo de número 100, mas os autor optou por mantê-lo até quase o final.

Parte da audiência não gostou de vê-lo morto. Torcia para que ele ficasse com Amália (Marina Ruy Barbosa). Houve mais química entre os dois do que a da ruiva com Romulo Estrela.

Marina e seu par não ganharam nem perderam pontos com a novela das sete. Fizeram um arroz feijão acebolado, cheio de lágrimas nos olhos, como pedia o texto. A favor de Estrela conta ainda o fato de ter sido escalado de última hora, substituindo Renato Góes, que se desentendeu com o diretor Fabricio Mamberti no primeiro dia de gravações.

Quem ganhou vários pontos foi Marina Moschen. Sua Selena, mistura de guerreira com bruxa do bem, cresceu durante a novela e terminou com papel relevante na história. Já está escalada para Verão 90 Graus, a substituta de O Tempo Não Para.

A novela também muda a carreira de Bia Arantes. A atriz foi escalada mesmo estando no ar na concorrência, em Carinha de Anjo, no SBT. Sua bruxa cresceu ao mostrar suas fragilidades depois de flertar com o mal. Chega a ser angelical perto da filha gananciosa e malvada, Catarina. 

reprodução/tv Globo

Cássio (Caio Blat) morreu, e outro personagem entrou para assumir suas funções na trama

Apimentada sem cenas quentes
Comparada a Game Of Thrones e a Vikings antes mesmo da estreia por se passar na Idade Média, a trama não voou tão longe. Todas as novidades alardeadas pelo uso do computação gráfica nas sequências mostraram que o principal nessa faixa de horário ainda é entregar uma história bem amarrada, com romance, leveza e muito humor.

Mesmo sem cenas quentes, o enredo apimentado para as 19h30 poderia ter apresentado outro resultado se fosse uma novela das 23h, por exemplo. O troca-troca de casais e as tantas cenas na cama poderiam fazer o público embarcar de uma outra forma na história.

Entre mortos e feridos, Deus Salve o Rei cumpriu sua missão. Tem média de 25,5 pontos no Ibope da Grande São Paulo (até a última quinta, 26). Cresceu bem nas últimas semanas, está batendo recordes e se posiciona entre as cinco novela mais vistas no horário desde 2013.

Encosta na audiência de Rock Story (25,9), que não teve altos e baixos durante sua exibição. Mas está longe de sua antecessora, Pega Pega, que fechou com 28,3 pontos de média, acima das empatadas Haja Coração e Totalmente Demais, ambas com 27,4 pontos.

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