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IGUAL, MAS DIFERENTE

Autor da próxima Malhação foge do padrão Globo e põe meninas no poder

Reinaldo Marques/TV Globo

O autor Cao Hamburger, que vai escrever a próxima temporada de Malhação, Viva a Diferença - Reinaldo Marques/TV Globo

O autor Cao Hamburger, que vai escrever a próxima temporada de Malhação, Viva a Diferença

LUCIANO GUARALDO, enviado ao Rio de Janeiro

Publicado em 11/3/2017 - 6h55

Responsável pelos textos da próxima temporada de Malhação e com um longo histórico de programas infantis, Cao Hamburger diz que ainda não acredita que a Globo vai exibir uma trama adolescente com a sua assinatura e que tem uma proposta diferente de tudo o que já foi feito em 24 anos da novela. "Depois que for para o ar, se for mesmo, vou me beliscar (risos)", diz sobre o projeto que terá cinco garotas como protagonistas.

Tanta desconfiança tem motivo. Criador de programas como Castelo Rá-Tim-Bum (1994-1997) e Pedro e Bianca (2012-2014), da TV Cultura, Hamburger fez carreira com projetos infantis e juvenis que fogem do tradicional, que são educativos sem serem didáticos demais. Um profissional que, à primeira vista, parece ter pouco em comum com Malhação e seus já batidos problemas e intrigas adolescentes.

A visão do cineasta para a trama teen traz três mudanças principais: a primeira é de cenário _pela primeira vez, a história se passará em São Paulo e não no Rio de Janeiro. A segunda é a inclusão de um tema social como foco da temporada: com o subtítulo Viva a Diferença, a nova Malhação vai tratar da diversidade (de classes, etnias, tribos...). Por fim, ao invés de um casal protagonista, serão cinco garotas nos postos de personagens principais.

"Ainda vamos ter namoros, casais, brigas, dramas. É um folhetim, afinal. Mas estamos experimentando com essa ideia de ter múltiplas protagonistas. É um risco a ser corrido, mas esperamos que o público aceite e se acostume", torce o autor.

Para viver as cinco protagonistas, Hamburger e o diretor Paulo Silvestrini escalaram atrizes novatas, pouco conhecidas na televisão. Gabriela Medvedovski (Keyla), Manoela Aliperti (Lica), Heslaine Vieira (Ellen), Ana Hikari (Tina) e Daphne Bozaski (Benê) lideram um elenco que contará ainda com Lúcio Mauro FIlho, Matheus Abreu, Marcello Antony, Malu Galli, Ângelo Antônio, Mouhamed Harfouch e Carol Macedo.

"Quando eu pensei em cinco meninas como protagonistas, estava interessado em contar uma história sob um olhar feminino, porque já fiz muitas produções com homens como protagonistas. Mas calhou de essa palavra 'empoderamento' estar tão em voga, pedindo para ser debatida na TV", explica.

Ramón vasconcelos/TV globo

Gabriela (à esq.), Heslaine, Ana, Manoela e Daphne, as cinco protagonistas da nova Malhação

O histórico da novela não é favorável a mudanças tão bruscas: em 2007, Malhação apostou em três protagonistas mulheres _Fiorella Mattheis, Thaila Ayala e Maria Eduarda Machado. A ideia seria que as amigas enfrentariam problemas típicos da adolescência, sem uma vilã para atrapalhar suas vidas e romances. Não colou. Em pouco tempo, Vivi (Fiorella) ficou malvada e passou a fazer de tudo para separar Marcela (Thaila) de André (Rômulo Neto).

Para minimizar o choque do público, Cao Hamburger prega que sua temporada será "igual, mas diferente". "É uma novela que tem muito do que já foi feito nas outras fases de Malhação. Temas parecidos, típicos da faixa etária, romance, família, um pouco de humor. Mas, ao mesmo tempo, é uma pegada diferente", diz.

Trabalhar a diversidade como conceito principal de uma temporada inteira também é tarefa arriscada: cair no didatismo barato ou pesar a mão no merchandising social afasta o público _a temporada atual já foi criticada por debater o assédio sexual de forma rasa e por fazer piada com mulheres acima do peso.

Hamburger vai se utilizar da própria experiência para explorar a diversidade com a seriedade que o tema merece: "As protagonistas vão viver uma utopia de convívio entre classes sociais diferentes e de culturas distintas. Eu mesmo sou fruto disso, meu pai é de família judia e alemã, minha mãe tem origem católica e italiana, eu cresci no Brasil com meus amigos na rua, convivendo com a empregada afrodescendente, o filho dela era meu amigo, valorizo muito essa diversidade. Espero que essa história também passe a beleza das diferenças convivendo junto", encerra.


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