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TV aberta vs TV paga

Emissoras pedem valor 'absurdo' por sinal na TV paga, dizem operadoras

Reprodução/SBT

Carlos Massa, o Ratinho, com antena de TV digital em seu programa de ontem (29) no SBT - Reprodução/SBT

Carlos Massa, o Ratinho, com antena de TV digital em seu programa de ontem (29) no SBT

DANIEL CASTRO

Publicado em 30/3/2017 - 6h48

Empresa que representa a Record, o SBT e a RedeTV!, a Simba enviou proposta para operadoras de TV por assinatura pedindo R$ 15 mensais de cada assinante para continuarem sendo distribuídas no cabo e no satélite. O valor, que daria uma receita anual de cerca de R$ 3,5 bilhões, foi considerado "absurdo" por executivos da TV paga, inviável para a realidade do mercado, e teria de ser repassado ao assinante. É quase a mesma quantia que a Globosat recebe por seus canais, incluindo o Sportv, líder de audiência no horário nobre.

Desde a meia-noite desta quinta-feira (30), as três emissoras estão fora dos pacotes da Net, Claro, Sky e Oi nas regiões metropolitanas de São Paulo e Brasília. Somente em São Paulo, que teve apagão analógico na noite de ontem, as emissoras deixaram de ser distribuídas para 35% dos telespectadores, ou 7 milhões de pessoas, de acordo com projeção sobre pesquisa do Ibope feita em março.

A Vivo é a única operadora com autorização para continuar transmitindo as três emissoras. A operadora ainda não fechou acordo, mas as negociações avançaram na quarta-feira. 

No mercado de TV por assinatura, avalia-se que Record, SBT e RedeTV! não valem nem um terço do que estão pedindo. A própria Simba admite que não conseguirá alcançar os R$ 15 por assinante. Pediu alto para ter margem de negociação.

A Net e a Claro, que detêm mais da metade dos assinantes do país, negam que tenham recebido proposta da Simba. As duas operadoras da América Móvil aceita dialogar com as emissoras, mas se recusa a pagar por sinais que são distribuídos gratuitamente. A Sky, segunda maior operadora, não quer nem negociar.

Negociação tensa
Com o fim da TV analógica, as emissoras de TV aberta podem cobrar por seus sinais na TV por assinatura, amparadas na lei 12.485/2011. De olho em uma receita potencial de pelo menos R$ 500 milhões por ano, SBT, Record e RedeTV! se juntaram em uma empresa, a Simba, para negociar seus sinais.

A criação da empresa foi duramente combatida por operadoras e programadoras de TV por assinatura durante a tramitação do processo de fusão no Cade (Conselho Administrativo de Direito Econômico).

Desde a semana passada, as emissoras e as operadoras travam uma queda de braço. As emissoras querem cobrar por seus sinais. As operadora não querem pagar. As emissoras vêm fazendo intensa campanha em que acusam as operadoras de se recusarem a negociar um "valor justo" por seus sinais. 

Na sexta-feira passada (24), a Simba enviou às operadoras uma notificação lembrando que elas precisam de autorização das redes para transmitirem seus sinais digitais nas cidades em que não há mais TV analógica. Nenhuma operadora tem essas autorização da Record, SBT e RedeTV!. Baseadas nessa notificação, Sky, Net e Claro decidiram cortar seus sinais de Brasília no início desta semana. 

Brasília foi a primeira grande capital a ter o chamado apagão analógico, em novembro do ano passado. Assim como em São Paulo, mais da metade dos lares do Distrito Federal recebe TV aberta via cabo ou satélite.

Sobre a guerra entre as TVs abertas e operadoras de TV paga, leia também:

Guerra das TVs movimenta interesses milionários: saiba o que está em jogo

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