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MORTE MISTERIOSA

Quem foi Jimmy Hoffa, o líder sindical interpretado por Al Pacino em O Irlandês

REPRODUÇÃO/FOX NEWS/NETFLIX

Montagem de fotos: à esquerda, Jimmy Hoffa na vida real; à direita, Al Pacino como o líder sindical no filme O Irlandês

Jimmy Hoffa (à esq) real e o da ficção, interpretado por Al Pacino: morte do líder sindical é um mistério

VINÍCIUS ANDRADE

Publicado em 8/12/2019 - 5h39

Baseado em acontecimentos reais, O Irlandês dramatiza a trajetória de importantes personagens da máfia norte-americana no século passado. Um deles é Jimmy Hoffa, considerado o líder sindical mais famoso da história dos Estados Unidos. No filme de Martin Scorsese disponível na Netflix, o figurão é interpretado por Al Pacino.

Presidente da Irmandade Internacional de Caminhoneiros, os Teamsters, entre 1957 e 1971, Hoffa era uma celebridade em sua época. Com 2 milhões de trabalhadores filiados, seu sindicato tinha forte influência política, o que atraiu os olhares dos mafiosos. Ele era um aliado da família Bufalino.

"Hoje em dia, os jovens não sabem quem foi Jimmy Hoffa. Talvez saibam que ele desapareceu, mas nada mais. Na época, não havia ninguém nos EUA que não conhecesse Jimmy Hoffa. Nos anos 1950, ele era tão famoso quanto Elvis [Presley]. Nos anos 1960, tanto quanto os Beatles", explica Frank Sheeran, o personagem de Robert De Niro no filme, em uma narração de apresentação do sindicalista.

[Atenção: a partir deste ponto, este texto tem spoilers]

A história desse desaparecimento é um mistério que intriga os norte-americanos. O sindicalista simplesmente sumiu em 30 de julho de 1975, aos 62 anos. Nem ele nem o seu corpo nunca foram encontrados. Ao longo do tempo, diferentes teorias e linhas de investigação foram criadas sobre o caso. O longa apresenta uma delas.

O filme é baseado no livro I Heard You Paint Houses (Eu Ouvi Dizer Que Você Pinta Casas, um código para dizer que a pessoa cometia assassinatos), que no Brasil ganhou o nome O Irlandês: Os Crimes de Frank Sheeran a Serviço da Máfia. A obra foi escrita pelo jornalista norte-americano Charles Brandt, que recebeu o diário de Frank "O Irlandês" Sheeran pouco antes que o mafioso morresse, em 2003.

O personagem de De Niro é um veterano da Segunda Guerra Mundial que virou motorista ligado ao sindicato e se tornou um assassino profissional, a serviço de Russell Bufalino (Joe Pesci), líder da máfia na Pensilvânia. Chamado por Jimmy Hoffa para "pintar casas", ele vira também um homem de confiança do sindicalista. 

Frank Sheeran (De Niro) vira homem de confiança de Jimmy Hoffa (Al Pacino) em O Irlandês

O problema é que a vida do chefão dos caminhoneiros começa a ir ladeira abaixo a partir de 1967, quando ele é preso e condenado a 13 anos de prisão por suborno, estelionato e malversação de fundos de aposentadoria do sindicato. Mesmo enjaulado, ele continua comandando o sindicato.

Livre da cadeia em 1971, mas já fora da presidência dos Teamsters, Hoffa tentou voltar a ser o mesmo líder das décadas de 1950 e 1960. Mas a imagem e a popularidade já não eram as mesmas. De acordo com que o filme retrata, a máfia já não tinha mais interesse que ele comandasse o sindicato.

Sheeran tentou avisá-lo e mandou recados dos criminosos, mas ele preferiu não ouvir e continuou insistindo em retomar seu poder. O sindicalista passou a ser visto como um inimigo e, em 1975, o mafioso interpretado por De Niro teve que executá-lo a mando de Bufalino e deixar o corpo para outros assassinos se livrarem dele.

Essa versão que consta no diário de Sheeran e que foi exibida no filme, no entanto, nunca foi confirmada.

Em relação ao corpo de Hoffa, existem versões de que ele foi morto pela máfia e enterrado em baixo do antigo estádio dos Giants, em Nova Jersey; outra de que ele foi assassinado por integrantes do próprio sindicato; e ainda uma terceira corrente que aponta que o sindicalista pode ter sumido sem deixar vestígios. Todas são teorias.

O último registro de aparição do líder popular foi o estacionamento de um restaurante em Detroit, onde deu carro foi encontrado. A família de Jimmy chegou a oferecer US$ 200 mil (R$ 827,3 mil) de recompensa para quem desse pistas sobre o seu paradeiro. Em 1982, ele foi declarado legalmente morto.

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