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SINAL ABERTO

Explosão de consumo infantil e filmes faz TV paga renascer em meio à quarentena

DIVULGAÇÃO/DREAMWORKS

O dragão Banguela ao lado de Soluço em cena do filme Como Treinar o Seu Dragão 3

Como Treinar o Seu Dragão 3 está disponível no Telecine: consumo de conteúdos infantis e filmes disparou

DANIEL CASTRO e VINÍCIUS ANDRADE

dcastro@noticiasdatv.com

Publicado em 27/3/2020 - 5h57

O mercado de entretenimento tem passado por mudanças significativas nas duas últimas semanas, quando um número maior de pessoas passou a ficar em casa em quarentena contra o novo coronavírus. Setor que acumula fuga de clientes desde julho de 2018, a TV paga renasceu após a pandemia, e o ibope de canais por assinatura aumentou com a explosão de consumo de conteúdo infantil, filmes e notícias.

Dados obtidos com exclusividade pelo Notícias da TV apontam que audiência da TV fechada saltou de 6,1 pontos entre os dias 9 e 16 de março, quando o Brasil ainda não estava paralisado por conta do coronavírus, para 7,4 de média no intervalo entre os dias 17 e 24 deste mês --um aumento de 22% no PNT (Painel Nacional de Televisão), que mede o ibope das 15 maiores regiões metropolitanas do país.

Na faixa das 7h à meia-noite, houve um salto de 18% no total de televisores ligados no Brasil, o que fez as emissoras de TV aberta também crescerem. Apenas a Globo, no entanto, teve o mesmo ganho de telespectadores dos canais pagos. Band (+20%), RedeTV! (+15%), Record (+10%) e SBT (+6%) apresentaram aumentos menores.

Na Grande São Paulo, principal mercado publicitário do país, a audiência da TV paga subiu ainda mais: de 6,1, dos dias 8 a 16 de março, para 7,6 pontos, de 17 a 25 deste mês; ou seja, um público 23% maior no horário das 7h à meia-noite.

O sucesso da TV por assinatura durante a quarentena foi impulsionado pela iniciativa de diversos canais de abrirem os seus sinais de forma gratuita para todos os clientes de operadoras. O Grupo Globo, por exemplo, disponibilizou todo o seu conteúdo de graça, incluindo os seis Telecine, GloboNews, Gloob, Gloobinho, GNT, Multishow e Megapix.

No top 10 da TV paga no período de 15 a 22 de março, aparecem dois dos canais Telecine, o Pipoca e o Premium. Com assinatura mensal na casa dos R$ 40, o conteúdo desses canais de filmes é consumido por um público restrito, mas que foi bastante ampliado após a iniciativa de abrir o sinal.

Apesar de a crise do coronavírus ter forçado os brasileiros a ficarem mais em casa e assistirem mais televisão, antes mesmo da pandemia a TV paga já começava a reverter a tendência de queda livre no número de clientes. Em fevereiro, o mercado perdeu "apenas" 69.724 contratos --é a menor baixa desde janeiro de 2019.

Apesar de o índice ainda parecer alto, é menos de um terço dos assinantes que a TV paga havia perdido no primeiro mês deste ano. Segundo dados divulgados pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), o mercado fechou fevereiro com 15.471.644 assinantes em todo o país. É o pior índice desde setembro de 2012, quando havia contabilizado 15.399.435 clientes. Na época, porém, o mercado estava em rápido crescimento; agora, acumula quedas consecutivas desde julho de 2018.

Conteúdo infantil em alta

Outro ponto que colaborou para o aumento da audiência foram os canais infantis, uma ferramenta usada pelos pais para entreter as crianças durante o período de reclusão. Na TV aberta, apenas SBT e Cultura têm programas voltados para os pequenos diariamente.

Na semana de 15 a 22 de março, Cartoon Network e Discovery Kids foram, respectivamente, o terceiro e o quarto canais mais vistos do Brasil na TV por assinatura, atrás apenas de GloboNews e Viva.

O streaming registrou um fenômeno semelhante. De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, o Globoplay, que abriu o conteúdo infantil para não assinantes, teve um aumento de 381% no consumo de produções voltadas para crianças no período de 16 a 22 de março em comparação com a semana anterior. A série Detetives do Prédio Azul foi o programa mais assistido por esse público.


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