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Aliada de Bolsonaro, Record fecha parceria com canal preferido de Trump

Alan Santos/Presidência da República

Os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump na Assembleia das Nações Unidas, em setembro do ano passado

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DANIEL CASTRO

dcastro@noticiasdatv.com

Publicado em 5/3/2020 - 0h01
Atualizado em 5/3/2020 - 19h26

[Atualização: no final da tarde de quinta-feira (5), a Record emitiu nota oficial afirmando "que não fechou qualquer tipo de acordo ou parceria com a Fox News".]

A Record vai anunciar nos próximos dias com estardalhaço uma parceria com a Fox News, rede de notícias dos Estados Unidos defensora do presidente Donald Trump. Aliada do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, por sua vez admirador confesso de Trump, a Record trocará conteúdo jornalístico com o canal conservador americano.

A Record trata o acordo como algo maior do que um contrato de fornecimento de imagens e informações, de agência de notícias, muito comum entre redes brasileiras e americanas. O canal criado em 1996 pelo australiano Rupert Murdoch irá ceder à Record programas e documentários. A emissora brasileira também fornecerá material para a americana. O contrato ainda envolve a Record News.

O acordo é uma clara resposta da Record ao lançamento da CNN Brasil, que entra no ar no próximo dia 15. Nos Estados Unidos, a CNN, alinhada aos democratas, é a maior rival da Fox News. O canal conservador tem mais audiência (é líder entre os pagos), mas a CNN o supera em prestígio. O ponto forte da CNN é o noticiário; o da Fox News, a opinião.

A CNN Brasil é um projeto de Douglas Tavolaro, ex-vice-presidente de Jornalismo da Record e autor de livros e produtor das cinebiografias do bispo Edir Macedo. Apesar da proximidade com o dono, Tavolaro batia de frente com o CEO da emissora, o bispo Marcos Vinicius Vieira. Sem perspectiva de crescer na Record, ele se uniu ao empresário Rubens Menin, dono da construtora MRV, e anunciou o lançamento da CNN Brasil em janeiro do ano passado.

Até meados de 2019, suspeitava-se no mercado que Tavolaro seria uma espécie de "testa de ferro" de Edir Macedo, que na década passada tentou, sem sucesso, licenciar a marca CNN no Brasil.

Essa suspeita começou a ruir em setembro, quando, em retaliação à contratação de Reinaldo Gottino, a Record veiculou uma série de reportagens sobre problemas em obras da MRV. O acordo com a Fox News desacredita ainda mais essa hipótese.

A Record pretendia anunciar a parceria com o canal da Fox Corporation em evento realizado ontem para promover sua nova programação dominical. Antonio Guerreiro, atual vice-presidente da emissora, se limitou a dizer que faltava apenas "uma assinatura" para um acerto com "um grande grupo de comunicação internacional".

Nos bastidores das TVs, a união com a Fox News está sendo vista como um esforço do bispo Edir Macedo para se aproximar ainda mais de Bolsonaro --que nesta semana se prestou a virar garoto-propaganda dos "novos domingos" da Record ao encenar uma entrevista coletiva ao lado do humorista Márvio Lúcio, o Carioca, novo reforço do Domingo Espetacular.

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