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REPÓRTER DE GUERRA

Roberto Cabrini revela como escapou de fuzilamento talibã: 'Situação crítica'

REPRODUÇÃO/YOUTUBE

O repórter e apresentador Roberto Cabrini é entrevistado pelo jornalista Marcelo Bonfá no YouTube

O repórter e apresentador Roberto Cabrini em entrevista para o canal do YouTube de Marcelo Bonfá

REDAÇÃO

Publicado em 27/11/2019 - 9h15

Famoso por grandes coberturas e furos de reportagem ao longo de sua carreira, Roberto Cabrini já passou por muitos perrengues. O jornalista de 59 anos já esteve na mira de fuzis de um grupo radical talibã, no Afeganistão. A "situação crítica" aconteceu em 1996, quando ele produzia um material para ser exibido no SBT Repórter.

"A gente tinha filmado uma vila sendo dizimada porque os habitantes tinham dado comida para as tropas inimigas do Talibã. A imagem da vila sendo dizimada era uma imagem de US$ 1 milhão. Na saída da vila, a gente foi interceptado por combatentes talibãs e eles apontaram fuzis Kalashnikov, fazendo toda menção que iriam nos executar", conta Cabrini.

Em entrevista publicada nesta quarta-feira (27) no Pingue-Pongue com Bonfá, canal que o jornalista Marcelo Bonfá mantém no YouTube, o apresentador do Conexão Repórter explica como conseguiu escapar do fuzilamento.

"O fato de eu saber algumas palavras, poucas palavras, em pastum, que é o idioma deles, foi o suficiente para eu ganhar uma certa simpatia. Disse que não era um jornalista norte-americano, que era um medo que eles tinham, e consegui convencê-los a me levar ao comando deles, que falasse inglês", relata.

"Lá, eu consegui convencer esse comandante que a gente tinha se perdido, o que não era exatamente verdade, mas foi a explicação que eu pude dar naquele momento. A gente acabou sendo alimentado por eles no final do dia", diz o repórter investigativo.

O Talibã é um movimento fundamentalista islâmico que começou a conquistar espaço no Afeganistão nos anos 1990. Em 1996, ano em que Roberto Cabrini esteve no país para mostrar essa ascensão, a milícia invadiu a capital Cabul e tomou o poder, governando a região até a invasão norte-americana, em 2001. Atualmente, o grupo mantém influência em boa parte do território afegão e também no Paquistão.

Roberto Cabrini fala que já cobriu guerras no Iraque, Afeganistão, Palestina, Caxemira, Haiti e Somália. Ao longo da carreira, ele foi se acostumando aos ambientes hostis em locais de conflito.

"O que você aprende nessas situações críticas é que o seu maior inimigo é a sua arrogância e o medo que pode te paralisar, pode te engessar e fazer com que você tenha movimentos bruscos, pode fazer com que você não consiga se comunicar com as pessoas. Mantendo-se racional, você tem melhores possibilidades", ensina.

Essa é uma das dez histórias que Cabrini relata em seu livro No Rastro da Notícia, lançado em outubro.

Durante a conversa com Bonfá, o repórter com passagens por Globo, Band e Record ainda revela que já enfrentou censura ao longo da carreira, mas sem citar em quais veículos. Ele também conta ter recebido ameaças de morte, fala dos bastidores de uma entrevista tensa com o ex-presidente Fernando Collor de Mello e cita os "nãos" que tem recebido tanto de Jair Bolsonaro quanto de Luiz Inácio Lula da Silva.

Confira a entrevista de Roberto Cabrini para Marcelo Bonfá:

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