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FIM DO PROCESSO

Mulher que levou susto de Nego do Borel morre sem receber indenização na Justiça

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Nego do Borel em ensaio para seu Instagram em abril de 2020

Nego do Borel em ensaio para seu Instagram; funkeiro foi processado por dar susto em idosa em 2014

LI LACERDA e ELBA KRISS

Publicado em 30/6/2020 - 7h15

Nego do Borel, 27 anos, não responde mais na Justiça por ter dado um susto em Hilda de Britto Champoudry. Em 2014, a guia turística processou o funkeiro por ter sido constrangida por ele em um aeroporto e virado chacota na internet. Ela pedia R$ 95 mil de danos morais, mas morreu vítima de câncer em outubro de 2019, aos 62 anos. O caso foi arquivado.

Em 2014, o funkeiro fez uma brincadeira no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, sem a autorização de Hilda. A senhora aguardava parentes no aeroporto quando foi abordada pelo cantor.

No processo, a advogada da vítima, Marli dos Santos Loureiro, relatou que Hilda estava no aeroporto quando Nego surgiu "usando um agasalho com capuz" e atirou-se sobre ela "gritando, como se fosse tombar sob ela, saindo às gargalhadas, sob o riso e gracejos de outras pessoas". Tudo foi publicado nas redes sociais do artista. 

A guia teria tido aceleração cardíaca, que passou apenas após ela tomar calmante. No processo, Hilda afirmava ter se sentido constrangida ao ver a repercussão do vídeo na internet. A ação corria na 7ª Vara Cível Regional de Jacarepaguá.

Uma audiência entre as partes foi marcada para novembro de 2019. Nego do Borel estava presente e soube, na ocasião, da morte de Hilda. Consta nos autos que o músico e a juíza Andreia Florêncio Berto foram informados "pela advogada da autora, que sua cliente faleceu e que seus herdeiros não têm interesse no prosseguimento do feito".

Diante desse desfecho, a magistrada julgou a ação como extinta. O processo foi arquivado oficialmente na semana passada.

Morte sem indenização

Hilda de Britto Champoudry foi diagnosticada com câncer no útero em junho de 2019 e morreu vítima da doença em outubro do mesmo ano. Seu irmão, Júlio Cesar Champoudry, de 53 anos, era responsável por ela.

"Fiquei com ela desde quando adoeceu até que faleceu. De junho a novembro, foi uma luta com ela. Parei com tudo para cuidar dela. As minhas sobrinhas [filhas de Hilda] moram nos Estados Unidos. Então, foi tudo comigo. Sou o irmão e procurador legal", conta ele ao Notícias da TV.

O empresário relata que meses antes de adoecer, Hilda parecia satisfeita com o andamento do processo contra Nego do Borel, mesmo com a lentidão da Justiça. "Ela dizia que estava tudo se resolvendo. Mas aí aconteceu tudo isso", relembra.

Sobre o arquivamento do caso e o fato de Hilda não ter recebido a indenização, ele afirma que não foi bem guiado pela advogada da irmã. "A Marli disse que não resolveria nada. Me ligou no dia da audiência perguntando se eu iria. Falei: 'Olha Dra. Marli, a senhora está maluca? A senhora falou que não resolveria ir à audiência'. Aconteceu que não fui. Não tinha como sair de onde eu estava para ir", conta.

"Eu era procurador da minha irmã e tinha plenos poderes para tudo, mas ela disse que isso não serviria de nada", lamenta. Marli, por sua vez, diz que explicou para Júlio sobre a audiência e o andamento da questão. "Eu tentei falar com o irmão, ele não quis. O caso foi arquivado porque ela faleceu e acabou o processo", afirma.

"Na audiência, o Nego do Borel estava lá com o advogado dele. Eu fui sozinha, a juíza perguntou da cliente, informei que ela havia falecido. Aí arquivou", detalha.

À reportagem, a assessoria de Nego de Borel informou que o cantor não irá se manifestar sobre o caso e ressaltou que, anteriormente, o funkeiro se desculpou com a vítima pela brincadeira que repercutiu negativamente.

O irmão de Hilda diz não ter conhecimento de um pedido de retratação da parte do cantor. "Não estou sabendo disso, não [sobre o pedido de desculpas]. Ainda fizeram a maior chacota dela no aeroporto", finaliza.

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