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DEBATE INTERNACIONAL

Felipe Neto provoca Neymar por silêncio sobre racismo: 'Nem todo mundo se importa'

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Montagem com imagens de Felipe Neto olhando para o cabelo e Neymar Jr. de cabelo e terno rosa

Felipe Neto se irrita após Neymar Jr. postar foto de cabelo rosa em meio a protestos contra o racismo

REDAÇÃO

Publicado em 1/6/2020 - 8h40
Atualizado em 1/6/2020 - 13h53

Felipe Neto se irritou com o fato de Neymar publicar uma foto para mostrar o novo cabelo rosa e ficar em silêncio em meio a protestos contra o racismo acontecendo no Brasil e nos Estados Unidos. "Vidas negras importam. Mas nem todo mundo se importa", escreveu. Mais tarde, o influenciador apagou o post e fez uma autocorreção: "Um branco não deve cobrar um negro sobre pautas racistas", afirmou ele. 

O youtuber também havia relembrado o fato de que durante as queimadas na Amazônia no ano passado, que comoveram e mobilizaram artistas e atletas no mundo inteiro, inclusive jogadores do Paris Saint-Germain, Neymar também permaneceu calado. "Lembra da Amazônia pegando fogo? Até os companheiros de PSG postaram", acusou, diante de um seguidor que defendeu que a assessoria do jogador deveria estar analisando o caso de um possível posicionamento.

Na publicação, feita na madrugada desta segunda (1º), Neto expôs prints de postagens para ironizar as preocupações de Neymar nos últimos dias, como desafios de redes sociais, a nova cor do cabelo e qual música escutar enquanto lava as mãos. Após ser alertado por integrantes de movimentos negros, ele apagou a postagem, mas deixou claro que ainda condena o silêncio do jogador. Confira:

A cobrança de Neto surtiu efeito, e logo o nome dos dois passou a ocupar os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil. Muitos internautas lembraram que o craque, com 238 milhões de seguidores no Instagram, é o brasileiro mais famoso nas redes sociais e não usa a visibilidade para pautas importantes.

Outros também questionaram o fato de que mulheres como Anitta, Ludmilla e Bruna Marquezine sempre são cobradas diante de questões políticas e sociais, mas o atacante do PSG, não. Também foi mencionado o episódio em que o jogador se posicionou contra a ex-namorada no paredão de Felipe Neto e Manu Gavassi no BBB20, além de ele ser acusado de sonegar R$ 88 milhões em impostos e apoiar Jair Bolsonaro. Veja:

Por outro lado, fãs do jogador saíram em sua defesa justificando que futebol não tem nada a ver com racismo. Além disso, lembraram das doações feitas por ele para comunidades durante a pandemia da Covid-19 e da existência do Instituto Neymar, que ajuda crianças carentes. Leia:

Protestos contra o racismo

Tanto no Brasil, quanto nos Estados Unidos, a população tem se manifestado diante da violência policial contra pessoas pretas. No Rio de Janeiro, João Pedro, de 14 anos, foi assassinado com tiros nas costas durante uma operação no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, no último dia 18. O garoto não tinha ligação com traficantes e não foi vítima de bala perdida, umas vez que a casa onde ele estava foi alvo de mais de 70 disparos.

O caso comoveu diversos artistas, como Humberto Carrão, Bruno Gagliasso, Daniela Mercury, Taís Araújo, Letícia Colin, Nathalia Dill, Alice Wegmann e Thelma Assis, que protestaram através das redes sociais. A atriz Roberta Rodrigues se emocionou ao falar sobre o caso no Encontro com Fátima Bernardes e lembrar dos amigos e familiares que vivem nas favelas do Rio e correm esse perigo diariamente.

Já nos Estados Unidos, a população se revoltou com a morte de George Floyd, sufocado na rua até a morte por um policial branco que o deteve após o dono de um estabelecimento acusá-lo de tentar usar um cartão de crédito falsificado. Nomes como Beyoncé, Oprah Winfrey, Rihanna, Taylor Swift e Lady Gaga usaram as redes sociais para protestar.

O assassinato de Floyd também despertou a ira do grupo de hackers Anonymous, famoso por expor crimes de personalidades relevantes. A seita, como eles mesmos se intitulam, estava inativa desde 2014 e retornou no domingo (31) cobrando justiça contra o policial que sufocou George. Do contrário, ameaçaram expor a relação de poderosos como Donald Trump, o príncipe Andrew e até Bolsonaro com Jeffrey Epstein (1953-2019), financista condenado por tráfico sexual.

Neymar contra o racismo

Os protestos de Neymar contra o racismo também estão inativos desde 2014, quando ele se manifestou em apoio ao colega Daniel Alves, chamado de macaco durante um jogo do Barcelona, equipe que ambos defendiam na época. O lateral direito perdeu a paciência ao ter uma banana atirada nele enquanto ia cobrar um escanteio, pegou a fruta no gramado e comeu.

Após a partida, o camisa 10 postou um vídeo comendo uma banana e dizendo a frase "somos todos macacos". A postagem viralizou e ganhou diversos apoiadores, que fizeram o mesmo para protestar contra o racismo sofrido por Daniel. Mas ao contrário do grupo Anonymous, Neymar não voltou a se manifestar diante do tema. 

Em uma entrevista concedida para o Estadão em 2010, quando ainda tinha 18 anos, o craque afirmou que nunca havia sofrido com o racismo e negou ser preto. "Nunca. Nem dentro e nem fora de campo. Até porque eu não sou preto, né?", disse ele. Internautas relembraram a fala de Neymar diante da cobrança de Felipe Neto. 

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