Família de Gugu acusa 'viúva' de manipular as filhas para brigar com a tia na Justiça

Aparecida Liberato, responsável pela administração do espólio de Gugu Liberato (1959-2019), protocolou uma contestação na Justiça contra a decisão de Marina e Sofia, filhas do apresentador, de contratar um escritório de advocacia para representá-las na partilha da herança bilionária e também para pedir prestação de contas da numeróloga no uso da fortuna. E acusa Rose Miriam di Matteo, mãe das gêmeas, de usar a vulnerabilidade das adolescentes para tentar tirar vantagem da situação.

No documento, protocolado em 13 de abril na 1ª Vara da Família e Sucessões do Foro Central da Comarca de São Paulo, os advogados de Aparecida dizem que Rose Miriam --que luta na Justiça para ser reconhecida como viúva de Gugu-- tem manipulado as gêmeas com o objetivo de enriquecer às custas das filhas e tomar delas parte dos milhões de reais que lhes cabem na herança.

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A numeróloga, por meio de seus representantes, faz uma série de acusações à mãe das filhas de Gugu e usa termos duros para tentar desqualificá-la perante a Justiça. A começar pela escolha da advogada Viviane Ricci Malimpensa para representar as gêmeas. Aparecida informa que se trata de uma amiga pessoal e confidente de Rose Miriam e também testemunha no processo de reconhecimento de união estável.

"Por mais inescrupuloso que possa parecer, a sra. Rose, em última análise, além de reclamar judicialmente a maior parcela dos direitos testamentários de seus filhos, ainda, com repetida ousadia, tenta escolher para eles o defensor que entende mais adequado, não sem fazê-los pagar com seus próprios quinhões por essa interessada escolha", diz um trecho da contestação.

Aparecida Liberato ao lado de Gugu; numeróloga é a responsável pelo espólio do apresentador

Aparecida reforça a tese de que Rose se valeu da vulnerabilidade das filhas ao citar no documento um episódio íntimo ocorrido em março com as gêmeas --que a reportagem não irá citar para não desrespeitar as normas do Estatuto da Criança e do Adolescente--, no qual Rose Miriam acionou Viviane para ajudar as adolescentes.

A conta da prestação dos serviços da advogada foi encaminhada para a numeróloga, que demonstrou irritação por não ter sido consultada na escolha dos advogados que assisitiram Marina e Sofia na fatídica ocasião. "A manobra de Rose e Viviane revela o comportamento repulsivo de quem tenta, sem o mínimo pudor, fraudar os direitos das menores para obter para si vantagem manifestamente indevida", diz.

Foi de Gugu, antes da morte, a decisão de nomear a irmã como curadora de seu patrimônio. A ela cabe administrar todos os bens dos filhos até atingirem a maioridade. Como Marina e Sofia têm apenas 16 anos, é ela quem define o uso da parte que lhes pertence.

Na contestação, Aparecida questiona até mesmo a capacidade e a habilidade de Rose Miriam de exercer seu papel de mãe. Em um trecho, ela cita que a ex-cunhada deixou os filhos sozinhos por quase 40 dias em Orlando (EUA) para tratar de assuntos pessoais no Brasil, entre fevereiro e março deste ano, e ainda afirma que as gêmeas foram orientadas pela mãe a pedirem a emancipação.

"Rose, por sua vez, consideradas as suas investidas, os seus abandonos à prole, os conflitos de interesses já detectados e judicialmente declarados, e despida de capacitação ao exercício isolado do poder familiar, para, conforme os seus interesses, assim, emancipar as menores. A fraude à lei, à vontade de Gugu é latente. Os prejuízos às menores são evidentes", afirma.

Prestação de contas

Marina e Sofia contrataram os advogados Viviane Ricci Malimpensa e Pedro Paulo Rocha Junqueira por demonstrarem dúvidas sobre a maneira como Aparecida Liberato administra os bens deixados por Gugu.

Elas pedem que a tia preste contas sobre seguros de vida, previdências privadas e títulos com resgate automático em caso de óbito, além de exigir que ela esclareça o destino de obras de arte, quadros, joias, relógios, pedras preciosas e cofres abastecidos com dinheiro em espécie, deixados pelo apresentador.

Ao Notícias da TV, os advogados de Aparecida --por meio de sua assessoria de imprensa-- reforçaram a tese de que as sobrinhas estão sendo manipuladas por Rose Miriam. Nelson Willians, representante da mãe das filhas de Gugu, enviou a seguinte nota após a publicação deste texto: 

"Esse é mais um episódio lamentável protagonizado por Aparecida Liberato.

Agora ela se volta contra as herdeiras, que buscam na Justiça o legítimo direito de obter informações sobre o inventário e os bens do apresentador, inclusive os que estavam na casa dele.

O fato de as filhas gêmeas de Gugu Liberato contratarem novos advogados não deveria representar problema para Aparecida Liberado, caso ela não tivesse interesse no inventário. O papel dela, como inventariante, é de apenas administrar os bens do espólio em favor dos herdeiros.

Mas conforme anotado pelos advogados das gêmeas e publicado em recente reportagem, parece que os únicos herdeiros que Aparecida defende são seus filhos, não os de Gugu.

E, ao invés de dar explicações a quem de fato tem direito, ela prefere agredir as herdeiras por constituírem novos advogados e, principalmente, a mãe delas, Rose Miriam.

A viúva não teve qualquer tipo de influência na decisão das herdeiras. Se dependesse da vontade dela, todos os seus filhos estariam com o mesmo patrono que ela.

Mas como mãe zelosa, ela não foi contra, e respeitou a decisão das gêmeas em contratar um terceiro escritório. Da mesma forma que respeitou a vontade de seu filho João Augusto em ter o mesmo patrono que a inventariante. Rose Miriam é por eles, não contra eles, como parece ser a inventariante Aparecida Liberato.

Na falta de transparência das ações da inventariante, as gêmeas têm todo o direito de questioná-la judicialmente.

E sobre esse aspecto, elas têm todo o apoio da mãe. Da mesma forma que Rose busca na Justiça o reconhecimento da união estável com Gugu Liberato, ela entende ser legítimo que as filhas busquem valer os seus direitos."

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