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Dia da Consciência Negra

Dandara Mariana revela que já foi perseguida pela cor da pele: 'Fiquei acuada'

Nana Moraes/Divulgação

A atriz Dandara Mariana veste uma blusa decotada laranja e posa para foto fazendo carão

A atriz Dandara Mariana aproveitou o Dia da Consciência Negra para falar sobre racismo e representatividade

REDAÇÃO

Publicado em 20/11/2019 - 12h22

No Dia da Consciência Negra, comemorado nesta quarta-feira (20), Dandara Mariana desabafou sobre algumas situações racistas pelas quais passou na vida. A atriz revelou que ficou acuada quando foi seguida por um segurança em um shopping durante a adolescência. "Essas situações marcam eternamente nossas vidas", contou ela.

Dandara cresceu em uma família de classe média do Rio de Janeiro, mas mesmo assim sofreu constrangimentos por causa da cor de sua pele. "Uma delas foi dentro de uma loja em um shopping, onde um segurança foi acionado para ficar rondando atrás de mim, do meu irmão e de um amigo (todos negros), achando que iríamos furtar algo. Éramos muito jovens e ficamos perplexos, constrangidos, acuados", relembrou a atriz em entrevista ao Gshow.

"Várias vezes acharam que eu era a manicure, a cabeleireira ou a lojista de algum estabelecimento, só pelo fato de ser negra e acharem que eu não estaria ali desfrutando do serviço, mas sim o oferecendo", desabafou a participante da Dança dos Famosos. "Dificilmente um negro no Brasil não passou por alguma situação de racismo", lamentou.

Na entrevista, a atriz disse que sente orgulho de ter o mesmo nome da mulher do Zumbi dos Palmares, guerreira que lutou pela libertação do povo negro, e por ter nascido no mesmo dia em que eram celebrados os 100 anos da Lei Áurea, que extinguiu a escravidão no Brasil.

"Dandara é sinônimo de potencialidade, resistência e força. Me sinto assim. E nascer de um parto normal no dia 13 de maio de 1988 foi a concretização de que nasci para ser livre. Tudo isso representa muito para mim", contou ela.

A dançarina de Verão 90 também falou sobre a celebração do Dia da Consciência Negra: "É importante para o reconhecimento do que foi feito conosco ao longo da história, para se valorizar e exaltar nossa cultura e nossas conquistas, para nos unirmos enquanto pessoas que acreditam numa sociedade igualitária, nos fortalecermos e empoderarmos".

Família e representatividade

Dandara é filha de Romeu Evaristo, no ar como Fabrício em Bom Sucesso e conhecido por ter interpretado o primeiro Saci do Sítio do Picapau Amarelo. A atriz afirmou que crescer vendo o pai na TV a motivou na escolha pela carreira. 

"Meu pai é o meu maior exemplo, tanto como pessoa quanto na profissão. Ele marcou uma geração, é um ícone da infância de muitos, faz parte da história da televisão, abriu portas para que, hoje, outros estivessem ali. Como não admirar? Tenho muito orgulho de ser filha dele", contou Dandara.

Apesar de ter uma mãe branca, a gerente de consultoria Elizabeth Correa Nahas, a atriz revelou que ela foi importante na construção da sua autoestima como mulher negra. "Minha mãe é branca de pele e negra de alma. Uma mulher incrível que sempre levantou a minha autoestima, uma criança negra que não se assemelhava a ela e que, por muitas vezes, quis ter o seu cabelo liso", disse ela.

"É preciso ter referências e admirar o semelhante, foi assim que minha mãe me mostrou o quão lindo é ser negra, o quão incrível é o meu cabelo e minha história ancestral", continuou a atriz. Dandara também listou nomes que são referência na sua carreira: "Tais Araújo, Roberta Rodrigues, Camila Pitanga, Zezé Motta, Ruth de Souza, Lázaro Ramos, Elisa Lucinda, entre outros".

Dança dos Famosos

Dandara Mariana é a terceira colocada na classificação geral da competição do Domingão do Faustão. Uma das favoritas do público, a atriz ressalta a representatividade em participar do quadro.

"Minha presença nesse lugar de destaque faz com que outras negras se sintam potentes, empoderadas e capazes de ser o que elas quiserem. Diminui os obstáculos que nos são impostos, como, por exemplo, o de que não somos padrão de beleza ou de que devemos ser servis e subservientes. Somos muitas e nos enxergarmos é fundamental", encerrou ela.

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