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Claudia Alencar

Atriz ficou três horas dentro de caixão em novela da Globo: 'Meditei muito'

Reprodução/TV Globo

Claudia Alencar na cena da novela Porto dos Milagres (2001) em que teve que passar horas num caixão - Reprodução/TV Globo

Claudia Alencar na cena da novela Porto dos Milagres (2001) em que teve que passar horas num caixão

FERNANDA LOPES

Publicado em 20/2/2019 - 5h49

Há três anos sem personagens em novelas, Claudia Alencar voltou a aparecer na TV. Desde a semana passada, ela está no ar em Porto dos Milagres (2001), obra de Aguinaldo Silva reprisada pelo canal Viva. A atriz de 68 anos teve um dos papéis de maior destaque de sua carreira nessa trama, com uma curiosidade. Sua personagem, Epifânia, foi assassinada, e na cena do velório Claudia precisou passar três horas dentro de um caixão. 

"Pensei: 'Não vou levantar, estou cheia de flor aqui [ao redor do corpo], não vai ter continuidade [se eu me mexer], o pessoal da direção de arte vai precisar intervir. Fiquei lá, meditei muito, foi muito bom. Virei uma orelha imensa, ouvia tudo. Quando eu saí do caixão fui aplaudida, é uma grande lembrança", conta ela.

Na novela, Epifânia era uma mulher bonita e de pulso firme, que cuidava da loja de seu marido e educava as duas filhas à rédea curta. Quando entrou para o elenco, Claudia descobriu que a personagem morreria no capítulo 30, para que a filha mais velha, Genésia (Julia Lemmertz), assumisse a loja e tivesse uma virada na história. Mas a atriz disse que se recusou a morrer tão cedo.

"Os diretores me contaram que o Aguinaldo ia me matar no capítulo 30. Falei: 'O quê? Só 30 capítulos?'. Mas entrei com tudo na personagem. Resultado: não conseguiram me matar no capítulo 30. Eu acho que sinceramente foi porque dei tudo que eu podia como atriz, como pessoa", afirma.

Mesmo assim, a personagem teve de morrer, como mais uma vítima da serial killer Adma (Cassia Kis). Claudia diz que se sentiu num limbo, sem saber o que faria até o fim da novela. Acabou voltando à trama como uma fantasma justiceira.

"O Aguinaldo é muito louco. Voltei como fantasma do bem e fui aniquilando todo mundo do mal. E ainda teve o grande final. Epifânia subiu ao céu, cumpriu sua missão. Achei lindo isso. E não foi efeito de computador, era eu numa grua, uma fita crepe me amarrando numa tábua e a grua subindo. Tive medo mas fui, subi e desci direitinho. Não aconteceu nada, graças a Deus, pra mim e pra Globo", brinca ela. 

divulgação

Além de ser atriz, Claudia Alencar também dá palestras para conscientização de mulheres

Claudia está feliz com a reprise de Porto dos Milagres, uma das nove novelas em que atuou na Globo. Ela estreou na emissora em 1984, e seu trabalho mais recente foi uma participação especial em Rock Story (2016).

A atriz deve voltar a aparecer na emissora ainda neste ano, em um projeto inédito. Ela participa de um episódio da série Os Experientes, na qual vive uma mulher que é estrela de um baile de terceira idade. 

Claudia diz que tem vontade de fazer novelas novamente, mas não tem influência na Globo para ser convidada. "Não tenho nenhum poder sobre me chamarem ou não para a TV. Dependo deles [produtores]. O que posso fazer é estar sempre criando, e agora tenho essa missão com a mulher", diz.

Ela se refere ao trabalho como palestrante sobre o tema "A mulher no século 21". Fala para plateias femininas sobre os papéis da mulher na sociedade, a revolução feminista, suas experiências como mulher e a importância da troca com outras mulheres. Claudia quer desenvolver essa palestra em outros formatos: uma exposição de fotos (sobre mulheres revolucionárias) e um "stand-up consciente". 

"O que eu falo é para chamar a atenção, dar consciência e, com isso, dar muita força para as mulheres. Cada uma começa a pensar na sua vida, no que fez, como foi abusada. Eu falo também dos meus abusos, falo da minha vida. Cada uma de nós é uma história. Eu pretendo fazer uma mudança interna [nas ouvintes]", explica.

"Em maio vou transformar a palestra num stand-up de consciência, não de comédia. Eu quero que cada vez mais a gente se fale, se ame. Costumo falar que não quero empoderamento, quero 'amorosamento'. Quero que a gente fique lado a lado dos homens. Nosso poder é estarmos lado a lado", afirma.

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