Após depoimento de Virginia, mulher de Zezé diz que não divulgará Bets 'nem morta'

A influenciadora fitness Graciele Lacerda afirmou já ter recebido diversas propostas para divulgar casas de apostas por meio de suas redes sociais, mas destacou que não fará isso "nem morta". O comentário foi feito pela mulher de Zezé Di Camargo depois do depoimento de Virginia Fonseca à CPI das Bets, nesta terça-feira (13). 

Por meio dos Stories do Instagram, a modelo compartilhou alguns vídeos a respeito do assunto. Ela explicou que não concorda com quem tira proveito do desespero de pessoas que estão passando por dificuldades financeiras. 

"Estava aqui olhando, e na internet não se fala de outra coisa, né, sobre jogo... Ainda bem que eu nunca quis fazer isso. Já recebi tanta proposta. Se eu mostrar aqui para vocês todas as vezes que procuraram as pessoas que cuidam das minhas coisas para me oferecer grana, e muita grana, para fazer jogo. E eu falei: 'Não faço isso nem morta'", afirmou Graciele. 

Sou muito cuidadosa em relação a isso. Tem muitas coisas que eu falo 'não', não é só para jogo. Muitas coisas que me procuram, eu avalio, [mas] não acho que seja benéfico eu incentivar as pessoas a adquirir, a comprar ou fazer uso... A gente tem que ter muito cuidado com o que a gente fala aqui, porque tem muita gente que segue, que acredita.

A mulher de Zezé Di Camargo explicou que toma muito cuidado com suas ações nas redes sociais, justamente para não prejudicar a vida de seus seguidores. "Eu tenho isso como um cuidado excessivo do que eu falo, do que eu incentivo, do que as pessoas vão ouvir aí do outro lado."

"Aí eu vejo isso, essas coisas todas acontecendo, eu fico, meu Deus do céu, eu até pensava: 'Como é que as pessoas não estão vendo o tanto de coisas sérias que estão acontecendo?'. Eu fiquei sabendo de gente que se matou porque gastou dinheiro com esses joguinhos", comentou. 

"Semana passada acabou tendo uma procura de joguinhos para mim e nem adianta. Nem adianta vir que eu não faço de jeito nenhum. Eu sou bem criteriosa com tudo que eu falo, com tudo que eu faço... Aliás, eu não faço nada que gera vício. O único vício que eu incentivo vocês é isso que eu vou fazer agora. A academia, gente, esse é o melhor vício que tem na face da terra", completou a influenciadora. 

Virginia nega acusação

Na CPI, Virginia Fonseca explicou que nunca lucrou com o chamado "cachê da desgraça alheia", divulgado em reportagem da revista Piauí. O veículo apontou que influenciadores fazem contratos que preveem ganhos extras com base na perda de dinheiro dos seguidores na plataforma.

"Quando posto, eu sempre deixo muito claro que é um jogo, que pode ganhar e perder, que menores de 18 anos não podem [jogar], coloco sempre as imagens exigidas pelo Conar. Sempre deixei isso claro. Nunca falei para entrar, que a pessoa vai fazer o dinheiro da vida dela", se defendeu ela.

"O que aconteceu foi o seguinte: fechei meu contrato com a Esportes da Sorte e esse valor que eles pagavam, se eu dobrasse o lucro deles, eu recebia. Nunca teve isso de perda dos seguidores. Esse valor nunca foi atingido, nunca ganhei nada. Se eu dobrasse o lucro, eu recebia 30% a mais da empresa. Não cheguei a isso. Isso era um contrato padrão", contou Virginia.

A senadora Soraya Thronicke fez novos apontamentos para a influenciadora e pediu que ela fornecesse contratos mais claros para a análise da CPI. Confira abaixo as questões feitas pela relatora e as respostas de Virginia:

Soraya: Se o produto é bom, o seu marido não jogaria?

Virginia: Meu marido tem conta. Mas, quando vou postar, eles jogam comigo. Não faz sentido ele jogar no celular dele. Não sei se minha mãe, lá no quarto dela, ela joga. Não sei se ela tem conta. Não sei o que ela faz no quarto dela.

Soraya: A senhora jogou na conta que a senhora mostra nos vídeos?

Virgina: Não. É uma conta que eles mandam senha. É uma conta feita para eu jogar. Não é uma conta fake.

Soraya: A senhora ainda é contratada por alguma casa de aposta? Por que não posta mais?

Virginia: Não posto no feed. Posto uma vez por semana apenas. O contrato é esse. [Posto] Em Stories.

Soraya: O que a senhora pensa sobre o crescimento absurdo da jogatina no país? Você já recebeu informações de seguidores seus pedindo socorro, que estavam viciados?

Virginia: Eu acredito que o crescimento sempre existiu. Os jogos sempre existiram. Todos os influenciadores que eu sigo e acompanho deixam muito claro essas normas. Teve uma vez que eu soube de vício, mas a pessoa não seguiu com processo.