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Tensão no ar

Rapper de A Liga investiga narcotráfico e confessa: 'Fiquei apreensivo o tempo todo'

Fotos Divulgação/Band

O rapper e repórter Thaíde no México, onde investigou o narcotráfico para A Liga, da Band - Fotos Divulgação/Band

O rapper e repórter Thaíde no México, onde investigou o narcotráfico para A Liga, da Band

FERNANDA LOPES

Publicado em 3/6/2016 - 6h08

Mesmo após sete temporadas como repórter de A Liga, da Band, Thaíde ainda passa perrengues quanto é escalado para fazer missões arriscadas. O episódio que vai ao ar na próxima segunda-feira (6) tem como tema os chefões do tráfico na América Latina. Coube ao rapper ir ao México investigar a região onde nasceu um dos maiores traficantes do mundo: Joaquín 'El Chapo' Gúzman, que foi procurado pelo FBI e pela Interpol. Nos cinco dias em que a equipe ficou no país, o clima foi de tensão. "Fiquei apreensivo o tempo todo", conta Thaíde.

"Senti que muitas vezes a gente corria algum risco, perigo, até porque a gente não sabia onde estava entrando. Estávamos com uma jornalista e com um produtor mexicanos, mas não conhecemos [o lugar], não sabemos como é o ritmo de lá. Assim que cheguei no hotel, fui ler o jornal local e tinha [uma reportagem sobre] um caso de cinco jornalistas que haviam sido torturados e assassinados. Então fiquei muito preocupado. Mas a gente já estava lá, não tinha como voltar", conta.

Para traçar um panorama sobre o cartel de Sinaloa, chefiado por El Chapo e exportador de drogas para 52 países, o repórter passou por quatro cidades mexicanas: Cidade do México, capital do país, Culiacán, Badiraguapo e Mazatlán, as três no Estado de Sinaloa. Ao conversar com moradores, Thaíde percebeu que muitos mexicanos vivem em um "mundo cão".

"Onde tiver violência e crime organizado, a lei do silêncio também vai existir. Por mais que as pessoas tenham medo, ao mesmo tempo elas têm muito respeito pelos personagens [do tráfico]. Porque é a mesma história: onde o Estado não chega, o crime organizado toma conta e beneficia famílias carentes", explica.

El Chapo, alvo da reportagem de Thaíde, esteve no centro de uma polêmica recentemente. O ator Sean Penn entrevistou o traficante para a revista Rolling Stone em um esconderijo no México. El Chapo era procurado pela polícia, e o fato de o ator saber de seu paradeiro e não ter informado às autoridades fez com que ele também fosse investigado.

Os contatos de El Chapo com atores e produtores (ele será tema de uma série da Netfllix) acabou ajudando a polícia. Ele foi capturado pela polícia mexicana em 8 de janeiro deste ano.

Mariana Weickert ao lado de Popeye, assassino colombiano entrevistado por A Liga

Emoções diferentes

Além do México, A Liga também foi investigar o narcotráfico na Colômbia, país do lendário Pablo Escobar, morto pela polícia em 1993. A modelo Mariana Weickert viajou para Medellín e visitou La Catedral, presídio de luxo que Escobar mandou construir para si mesmo. Ela também se encontrou com Jhon Jairo Velásquez Vásquez, o Popeye, antigo amigo do traficante e um dos maiores assassinos do cartel de Medellín. 

Após conhecer de perto a "narcocultura" no México, Thaíde passou a acreditar que não há comparação entre o país de El Chapo e o Brasil. "Acredito que, quando começou o crime organizado no Brasil, eles já eram bem mais organizados nessa questão", opina.

No elenco de A Liga desde o início, em 2010, ele conta que sempre se prepara para enfrentar uma reportagem pesada, mas nunca sabe quais serão as consequências para seu estado emocional. "[Para o México] Eu fui preparado para fazer com que as pessoas falassem o que quisessem e o que pudessem, sem forçar a barra para conseguir uma boa reportagem. Toda vez que vamos fazer uma pauta, por mais parecida que seja com alguma outra [que já fizemos], fazemos às vezes as mesmas perguntas, mas não abordamos as mesmas pessoas. Não tem como definir ou prever como a gente vai sair [da reportagem]. É sempre uma emoção diferente", declara.


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