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SBT, 35 ANOS

Há 20 anos, surgia o fenômeno Ratinho; veja cinco marcos do apresentador

Reprodução/SBT

O apresentador Ratinho no estúdio de seu programa no SBT; ele está na emissora desde 1998 - Reprodução/SBT

O apresentador Ratinho no estúdio de seu programa no SBT; ele está na emissora desde 1998

FERNANDA LOPES

Publicado em 14/8/2016 - 6h18

Bordões como "aqui tem café no bule", "parabéns para o papai" e "hoje a cobra vai fumar" eram desconhecidos do público até 1996. Há 20 anos, o apresentador Carlos Massa, apelidado na infância como Ratinho, começou a chamar a atenção na televisão com programas policiais. Da CNT de Curitiba, foi para a Record e, no auge, para o SBT. No final dos anos 1990, seu programa era o único que incomodava as novelas das oito da Globo. O sucesso também trouxe problemas com a Justiça. Na trajetória, ele teve de se distanciar do mundo cão e se adaptou, mas continuou no ar com seu infalível teste de DNA.

Fazendeiro, ex-vereador e ex-deputado, Ratinho começou a carreira na TV em 1991, como apresentador de programas policiais. Ele esteve à frente do Programa do Ratinho e do Cadeia, que havia sido apresentado pelo também ex-deputado Luiz Carlos Alborghetti. O político paranaense, com seu estilo escrachado, popularesco e desbocado de apresentação, foi a maior inspiração de Ratinho. Mais tarde, ele adotou não só o jeito de se comunicar com o público, como também o cassetete como uma de suas marcas registradas.

Relembre cinco momentos marcantes de Ratinho em 20 anos de televisão:

190 Urgente: ascensão e polêmicas

O 190 Urgente, programa policial da CNT/Gazeta, estreou em julho de 1996. Produzido no Paraná, tinha equipes que cobriam homicídios, tráfico de drogas, roubos e casos criminais também em São Paulo e Rio de Janeiro. Com um cassetete na mão, Ratinho vociferava diante das câmeras, vivia destruindo um aparelho de fax (o Twitter da época), não hesitava em mostrar corpos ensanguentados e logo chamou a atenção da mídia e da Justiça.

Reprodução/CNT

Ratinho no programa 190 Urgente, que estreou em julho de 1996 na CNT/Gazeta

Em 1997, a Procuradoria Geral da República e o Ministério Público do Paraná entraram com um pedido de liminar na Justiça Federal para tirar o 190 Urgente do ar, sob a alegação de que o programa feria direitos individuais (por condenar os bandidos deliberadamente) e incitava o crime. Mesmo assim, a atração dava em torno de 4 pontos no Ibope, e o apresentador começou a negociar com outras emissoras. No final de 1997, Ratinho assinou contrato com a Record.

Reprodução/Record

Ratinho no estúdio do Ratinho Livre, que fez sucesso na Record, fazendo uma crítica

Ratinho Livre e a briga SBT x Record

Com o mesmo estilo truculento do 190 Urgente, o programa Ratinho Livre entrou no ar na Record em setembro de 1997. Com quatro horas de duração, em pouco tempo a atração elevou a audiência da emissora de 3 para 9 pontos no horário nobre. O SBT foi logo para terceiro lugar no Ibope, e a Globo, com liderança ameaçada, passou a exibir a novela Por Amor com meia hora a mais. O programa misturava casos policiais com bizarrices e mães reclamando a paternidade de seus filhos. Algumas brigas que mostrava no programa, ao vivo no palco, eram previamente combinadas. Pessoas comuns interpretavam papéis como pai de santo e marido traído. 

O sucesso fez com que Silvio Santos oferecesse um salário ainda mais alto para Ratinho trocar a Record pelo SBT. Ele aceitou e, sem avisar, nunca mais voltou à antiga emissora para apresentar o Ratinho Livre.

A Record reprisou o Ratinho Livre até contratar Gilberto Barros para substituir Ratinho (o programa passou a se chamar Leão Livre) e entrou com uma liminar para tentar impedir que o SBT estreasse o Programa do Ratinho antes de pagar a multa de rescisão do contrato do apresentador, no valor de R$ 43 milhões. Em crise financeira e perdendo para Leão Livre no Ibope, Silvio Santos decidiu antecipar a estreia do Programa do Ratinho para 8 de setembro de 1998. Depois, fez um acordo pessoalmente com Edir Macedo para reduzir o valor da multa para R$ 14 milhões.

Reprodução/SBT

Participante abre o resultado de seu teste de DNA durante o Programa do Ratinho, em 2001

Circo na TV: teste de DNA, Xaropinho e atores no palco

No SBT, o Programa do Ratinho era vice-líder no Ibope e ocasionalmente chegava ao primeiro lugar _o apresentador comemorava dançando o tema da abertura do Jornal Nacional. Apesar de continuar com tom policial muito forte, de crítica e denúncia, a partir da década de 2000 o programa começou a investir mais em humor e em quadros popularescos. O teste de DNA, que já promovia desde a Record, virou atração diária. Nele, um homem descobre se é pai de determinada criança. Geralmente, a revelação acabava em briga (armada) no palco.

O Programa do Ratinho também passou a contar com a participação de diversos atores e humoristas, que interpretavam personagens como Marquito, Sombra e o mascote Xaropinho, que virou até "garoto propaganda" de produtos licenciados.

Divulgação/SBT

Ratinho recebe o ex-presidente Lula no programa; ele foi acusado de receber dinheiro do PT

Denúncias e decadência

Desde 1998, frequentemente o Programa do Ratinho recebia advertências judiciais. Mas, em 2006, uma denúncia prejudicou muito a atração. O apresentador foi acusado de receber dinheiro para falar bem do governo federal e da gestão de Marta Suplicy (2001-2004) na Prefeitura de São Paulo, de acordo com reportagem da revista Veja. Ratinho negou tudo, mas o programa sofreu o baque. Mudou o formato e trocou de horário diversas vezes, mas não houve salvação. Saiu do ar no mesmo ano.

Divulgação/SBT

Ratinho recebe a cantora mexicana Dulce María no palco do Boteco do Ratinho, no SBT

Volta à TV e investimento em entretenimento

Em 2009, Ratinho voltou à programação do SBT, com edição especial do Programa do Ratinho em homenagem ao apresentador. José Serra, então governador de São Paulo, telefonou ao vivo para parabenizá-lo pela reestreia. Ratinho já não tinha salário milionário. Dividia as despesas e receitas com o SBT.

De lá para cá, a atração já mudou de cenário e formato diversas vezes, passando a misturar jornalismo e entretenimento. O Boteco do Ratinho, por exemplo, investe em atrações musicais e bate-papo do apresentador com os convidados. Apresentações de dança, jogos valendo prêmios e entrevistas também fazem parte da versão atual do programa.


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