Mal humor
Reprodução/TV Globo
A atriz Débora Lamm interpreta Nossa Senhora de Fátima em 'aparição' no Zorra
DANIEL CASTRO
Publicado em 21/12/2015 - 15h48
Três esquetes do Zorra do último sábado (19) revoltaram católicos do país todo. O programa fez piadas com os três segredos de Nossa Senhora de Fátima. Numa alusão à suposta aparição da Virgem Maria para três crianças portuguesas, em 1917, o programa brincou com a idade da jornalista Glória Maria, com spoilers de novelas e séries e com o que teria acontecido com o jogador Ronaldo na final da Copa de 1998. A Arquidiocese de São Paulo publicou nota dizendo que considerou "lamentável" o programa ter feito "zorra" de um ente sagrado "pouco antes do Natal".
"Maria, a mãe de Jesus, não é um mito nem uma lenda. Ela é pessoa real e histórica, a santa mãe de Jesus Cristo, a quem os cristãos reconhecem como seu salvador. Ela é uma pessoa sagrada e não fica bem 'fazer zorra' da mãe dos outros, nem das pessoas e coisas sagradas", diz a nota publicada domingo (20) no Facebook.
A Globo diz que o Zorra só tem a intenção de entreter e que "respeita a diversidade, a liberdade de expressão e repudia qualquer tipo de intolerância e preconceito".
Nas esquetes, a atriz Débora Lamm interpreta a mãe de Jesus. Ela surge brilhante para três jovens em um campo gramado. "A Glória Maria nasceu em 1949", revela. Os "pastorinhos" não se empolgam. Dizem que a informação já está na Wikipedia.
Na segunda "aparição", a falsa Virgem Maria conta que quem matou Odete Roitman, na novela Vale Tudo (1988), "foi a Cássia Kis". Os jovens reclamam que o "segredo" é velho. Ela parte então para o final da série Lost (2005-2010). Conta que todos os personagens estavam mortos no final. Sem novidade. Tenta então, sem sucesso, empolgar os jovens com um spoiler do filme O Sexto Sentido (1999) e com o final de Avenida Brasil (2012).
Na terceira "aparição", finalmente a "santa" conquista os jovens prometendo revelar o que aconteceu com Ronaldo na final da Copa da França. Mas ela é interrompida por dois "agentes" do FBI, que a levam presa por envolvimento com a cartolagem.
Além da Arquidiciocese de São Paulo, as piadas causaram a ira de católicos do país todo. Em blogs e nas redes sociais, eles estão pedido para os fiéis telefonarem ou mandarem e-mails para a Globo repudiando a "blasfêmia".
Em nota, a Globo afirmou que o "Zorra é um programa humorístico, que não tem outro objetivo se não o de entreter e divertir, sem compromisso com a realidade, como registramos ao final de cada episódio. A Globo respeita a diversidade, a liberdade de expressão e repudia qualquer tipo de intolerância e preconceito".
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