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Mudanças na igreja

Genro de Edir assume Universal e manda ex-chefão da Record pregar na África

Divulgação/Reprodução/RecordTV

Os bispos Honorilton Golçalves, ex-vice da Record, e Renato Cardoso, novo chefe da Universal - Divulgação/Reprodução/RecordTV

Os bispos Honorilton Golçalves, ex-vice da Record, e Renato Cardoso, novo chefe da Universal

DANIEL CASTRO

Publicado em 9/10/2017 - 5h26

Principal executivo da Record em sua fase de maior crescimento, o bispo Honorilton Gonçalves será enviado nas próximas semanas para a África, depois de comandar a Igreja Universal em Salvador e Belém nos últimos quatro anos. Sua transferência é decorrência da nomeação de Renato Cardoso como novo bispo responsável pela igreja em todo o mundo. Genro de Edir Macedo e apresentador do programa The Love School, Cardoso não quer interferências de Gonçalves.

Cardoso passa a ser o número dois da Universal, abaixo apenas de Macedo, fundador e líder da igreja neopentecostal, uma das maiores do país. Ele assume o posto que nos últimos anos foi ocupado por Clodomir Santos,  criador do programa Fala que Eu Te Escuto. Santos foi designado para cuidar da igreja nos Estados Unidos.

As novidades foram anunciadas na última quinta-feira (5) por Edir Macedo, via teleconferência, em uma reunião de líderes da Igreja Universal de todos os Estados brasileiros.

A transferência de Honorilton Gonçalves para Moçambique não é um sinal de desprestígio, diferentemente de sua ida para Salvador, em 2013, quando foi afastado da vice-presidência artística da Record, cargo que ocupou durante quase uma década. Na época, esperava-se que ele assumisse uma posição de maior poder dentro da igreja.

Segundo membros da Universal ouvidos pelo Notícias da TV, Gonçalves está indo para fora do Brasil justamente para ficar longe do centro de decisões da igreja, para deixar Renato Cardoso trabalhar em paz. Ele tem fama de contestador. Sua transferência, bem como a de Clodomir Santos, é mais uma movimentação no jogo de xadrez do poder dentro da Universal do que um castigo. Também serve para mostrar que quem manda agora é Cardoso.

Nascido há 57 anos no Morro do Juramento, no Rio de Janeiro, Gonçalves começou a frequentar a Record em 1995, como apresentador do 25ª Hora. Dez anos depois, homem de confiança de Edir Macedo, assumiu o comando da Record (apesar do cargo de vice, era quem realmente mandava na emissora).

Sob sua liderança, a Record teve o maior crescimento desde que foi comprada por Edir Macedo, em 1989. Investiu R$ 300 milhões na construção de um complexo de estúdios no Rio de Janeiro, o RecNov, contratou atores, autores e jornalistas da Globo, investiu em direitos esportivos (comprou a Olimpíada de Londres com exclusividade) e modernizou sua programação.

A agressividade de Gonçalves assustou executivos da Globo. Ele dobrou o faturamento da Record e tomou a vice-liderança no Ibope do SBT. Ma o objetivo principal, que era derrotar a Globo, não foi alcançado. Em 2013, após sucessivos déficits financeiros, Gonçalves perdeu o poder e voltou a ser apenas um líder religioso.

Reprodução

Renato e Cristiane Cardoso, filha de Edir Macedo: pastor moderno, sem gravata e sem sermão

Nova igreja
A nomeação de Renato Cardoso para a segunda posição mais importante da Igreja Universal já vinha sendo preparada desde maio do ano passado. Para fontes ouvidas pelo Notícias da TV, ele representa uma nova fase para a igreja.

Aos 45 anos, Cardoso é visto como um pastor moderno, que troca o discurso dogmático pelo apoio espiritual prático, aconselhando casais, por exemplo, como faz com sua mulher, Cristiane Cardoso, filha de Edir Macedo.

Esses aspectos também são apontados como seus pontos fracos. O fato de ser parente de Macedo pode se tornar uma fragilidade, algo que pode fazer sua liderança ser questionada _o que justifica ainda mais a transferência de Honorilton Gonçalves para a África.

Cardoso também é criticado por pastores mais tradicionais por causa de seu "estilo"  arrojado (ele não usa gravata, por exemplo) e por não ter uma história de vida marcada pelo sofrimento.

Procurada, a Igreja Universal, via assessoria de imprensa, não confirmou nem negou as mudanças em sua cúpula.

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