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GIRL POWER

Escaladas para cobertura inédita da Copa, mulheres celebram quebra de barreiras

Fotos: Divulgação/Fox Sports

Livia Nepomuceno, que apresenta o Bom Dia Fox: crescimento das mulheres não é batalha de gêneros - Fotos: Divulgação/Fox Sports

Livia Nepomuceno, que apresenta o Bom Dia Fox: crescimento das mulheres não é batalha de gêneros

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 7/4/2018 - 6h41

Depois de apostar em uma cobertura com humoristas como Paulo Bonfá e Danilo Gentili na Copa do Mundo de 2014, a Fox vai falar sério no Mundial da Rússia: o canal Fox Sports 2 será dominado pelas mulheres, que vão provar que a visão feminina também tem vez no futebol. Além de quebrar barreiras, elas querem inspirar uma nova geração de jornalistas.

"O futebol por si só já é algo apaixonante, ainda mais em uma Copa do Mundo, que é um evento que vai além de qualquer modalidade que a gente possa imaginar. E ter narradoras, uma mesa redonda só com a visão feminina... Eu ficaria feliz com esse espaço para as mulheres mesmo se não estivesse fazendo parte", valoriza Livia Nepomuceno, apresentadora do Bom Dia Fox.

As narradoras a que Livia se refere são o ápice do projeto do canal para o Mundial da Rússia: comandado por Vanessa Riche (ex-Sportv), o projeto Narra Quem Sabe colocará três mulheres para fazer a locução dos jogos.

Será a primeira vez na história da TV brasileira que uma voz feminina narrará um jogo de Copa do Mundo _em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, Luciana Mariano narrou a partida entre RB Leipzig e Zenit, pela Liga Europa, na ESPN.

As finalistas do Narra Quem Sabe foram reveladas no fim de março: Gabi de Saboya (ex-repórter da Band) disputará uma das três vagas com Luciana Zogaib, Isabelly Moraes e Manuela Avena (todas vindas do rádio), com Natalia Lara (formada em Rádio e TV) e com a professora de dança Renata Silveira. As seis se destacaram entre as 300 inscrições recebidas, um número que chamou a atenção.

A jornalista Helena Calil apresenta o Boa Tarde Fox

"Eu vou ser sincera, não sabia que tinham tantas narradoras, e tão capacitadas, pelo Brasil. Estou conhecendo talentos que realmente não imaginava. Muitas delas são do interior do país e agora vão ter essa chance na TV. E em uma Copa!", conta Helena Calil, repórter e apresentadora do Boa Tarde Fox.

Para Livia, a valorização das mulheres que trabalham no jornalismo esportivo é um movimento que ainda tem muito para avançar. "O machismo está enraizado, é algo cultural. Ainda mais no futebol, que sempre foi um espaço muito masculino. Então, quando chega uma mulher, todos já olham com desconfiança. Nas redes sociais, chegam mensagens de 'vai lavar louça' e 'lugar de mulher não é no campo'", relata.

Ela, no entanto, não acredita que o confronto seja a melhor forma de superar o preconceito. "Nós não queremos competir, não é uma disputa de gêneros, de quem sabe mais. Acho que tem espaço para todo mundo, e acho que quem ocupar esse espaço precisa mostrar competência. Não adianta peitar, porque o machismo não vai acabar da noite para o dia", explica Livia.

Mas, para dar passos rumo à evolução, 52 jornalistas esportivas lançaram no fim de março a hashtag #DeixaElaTrabalhar, para denunciar o assédio moral e sexual sofrido por elas durante o trabalho nos estádios, nas ruas e até nas redações.

"Recebemos um retorno muito legal, um respaldo bacana dentro da própria Fox, inclusive. É até engraçado que, depois que lançamos a campanha, alguns homens começaram a perguntar se eles agiam ou não de forma preconceituosa. Acho ótimo que isso repercuta de maneira positiva e que abra algumas portas", valoriza Helena.

Já Livia Nepomuceno conta que tem recebido mensagens de meninas que estudam Jornalismo e que se inspiram nela para seguir na área, apesar das dificuldades.

"É gratificante, porque eu já estive no lugar delas e, na minha época, não havia tantas mulheres no esporte. Até para ir ao estádio era difícil, meu pai não deixava, falava que era violento, perigoso. Hoje, vemos mulheres, famílias inteiras."

As apresentadoras já se provaram nos postos que ocupam e, com o Narra Quem Sabe, as narradoras também vão mostrar suas capacidades. "Você supera a desconfiança com argumentos, com competência, mostrando que sabe do que está falando. O resto? É só esperar a próxima barreira para derrubar", encerra Livia.

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