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De casa nova

De volta à TV, João Gordo admite: 'Foi um erro trabalhar na Record'

Reprodução/YouTube

João Gordo em gravação para o canal Panelaço, em que dá dicas de alimentação vegana - Reprodução/YouTube

João Gordo em gravação para o canal Panelaço, em que dá dicas de alimentação vegana

GABRIEL PERLINE

Publicado em 4/4/2016 - 5h32

João Gordo é capaz de ir do extremo da excitação ao extremo do arrependimento em questão de segundos. Para isso, basta falar sobre trabalho. Quando o tema é o contrato recém-assinado com o Canal Brasil, onde apresentará um talk show pautado pela cultura pop, ele se empolga e fala de seus planos. Para mudar de humor, é só perguntar algo sobre sua passagem pela Record. O desânimo da voz evidencia um certo arrependimento por ter trabalhado na emissora.

"Preferia não ter ido para a Record, meio que queimou o meu filme", diz o apresentador em entrevista ao Notícias da TV. "Foi um erro trabalhar na Record, porque não é um lugar onde eu deveria estar. Tentei pelo fato de o Marcos Mion ter tido uma ideia de fazer um programa bem maluco [Legendários]. Ele chamou meio mundo e eu fui por grana mesmo. Me ofereceram três vezes a mais do que eu ganhava na MTV e eu aceitei", admite.

Gordo participou do Legendários entre 2010 e 2012, mas deixou o programa por ser subaproveitado e por detestar seu trabalho. "Tentamos fazer um programa muito doido, mas a Record não é lugar para isso. O público dela está interessado em ver bunda, sertanejo, funk. Aí chegou um diretor lá que era especialista em deixar os programas ultrapopulares, do jeito que o povão gosta, com pagode, bunda, balé e joguinhos picantes. Aí fodeu. Eu ia trabalhar contra a minha vontade", confessa.

No ano seguinte, a Record lançou Ídolo Kids, e João Gordo foi escalado para ser um dos jurados do programa, outro papel que ele detestou desempenhar. "A minha ideia era ser jurado malvado, o Satanás, mas virei o Tio Gordão, roqueiro e bonzinho. Foi uma tortura ver aquelas crianças cantando um monte de música horrível e com voz de cabrito", diz.

Reprodução/youtube

João Gordo entrevistou Claudia Leitte para o programa Legendários, da Record, em 2012

Prosa cultural

A nova empreitada de João Gordo na TV se chamará Eletro Gordo, programa de entrevistas que ocupará a faixa noturna do Canal Brasil, ambientado em uma oficina de consertos de equipamentos eletrodomésticos (vem daí o "eletro" do título).

A ideia, concebida pelo diretor André Barcinski, é que João Gordo seja o responsável pelo conserto dos equipamentos. E o cliente que surgir em sua oficina será, automaticamente, entrevistado pelo técnico. "Não manjo nada de consertos de eletrodomésticos (risos). Na TV tudo é mentira", brinca.

Enquanto fingir consertar o aparelho, ele engatará uma conversa sobre cultura pop antiga com seu "cliente". Em sua lista de famosos que pretende entrevistar estão Sidney Magal e Vanusa. "Sou um nerd antigo, dos tempos das enciclopédias. Acho que essa galera tem muito a dizer", comenta.

reprodução/youtube

João Gordo entrevista Ellen Jabour enquanto cozinha para seu canal de vídeos no YouTube

Fase zen

João Gordo nunca teve papas na língua e sempre disse, a quem quisesse ouvir, sobre algumas das loucuras que cometia. Falar sobre as noitadas regadas a bebidas e ao uso de drogas nunca foi um tabu. Hoje, ele diz que isso não faz mais parte de sua vida. Vegetariano há 13 anos e vegano recém-iniciado, ele virou militante da causa e hoje é referência aos praticantes desses movimentos. Vegana é a dieta que proíbe qualquer derivado de animais, como leite, mel e ovos.

"Eu tinha acabado de operar o estômago e a carne tinha virado indigesta para mim. Comecei a ler sobre o consumo animal, industrial, crueldade animal e pirei. Essa é uma das únicas convicções da minha vida, não consumir mais carne. E depois de 13 anos eu entrei numa de virar vegano, mas ainda não consegui. Tenho um monte de tênis de couro, não vou jogá-los fora, mas o próximo tênis que eu comprar não será de couro. É uma parada de consciência, saca?", encerra.

Alguns problemas na saúde o fizeram mudar de vida. Teve um derrame pleural em 2000 e uma disritmia cardíaca em 2003, que o fizeram passar uns dias na UTI. Em 2016, decidiu pegar leve com a banda Ratos de Porão, banda de hardcore da qual é vocalista há 33 anos, e deu uma pausa nos shows.

"Estou dando um tempo com o Ratos [de Porão], porque no ano passado foi bem intenso e isso me sugou a saúde. Fiz só três shows neste ano. Agora estou fazendo uma lanternagem no corpo, fazendo uns 'baguio' médico aí. Não estou bebendo e nem fumando. Em junho tem turnê europeia e também vamos para a Argentina, e então eu tenho que cuidar da minha saúde", explica.


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