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MAIS QUE UM CANAL

Com projetos bizarros, Netflix ameaça virar uma TV por assinatura completa

Divulgação/Marie Kondo

Guru da arrumação, Marie Kondo terá um programa na Netflix em que dará dicas de decoração - Divulgação/Marie Kondo

Guru da arrumação, Marie Kondo terá um programa na Netflix em que dará dicas de decoração

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 25/2/2018 - 6h27

Líder disparada no mercado de streaming mundial, a Netflix não quer mais ser uma alternativa apenas para os canais de séries e filmes. Com projetos cada vez mais bizarros e diversificados, que vão de competições radicais a programas de decoração, o serviço ameaça se tornar uma programadora de TV por assinatura completa, com um pouco de cada canal.

Na última sexta (23), a plataforma anunciou que vai produzir a série Amazing on the Inside (Incrível por Dentro, em tradução livre), um reality de comportamento em 12 episódios que mostrará casas com fachadas simples, mas interiores impressionantes, decorados de acordo com as paixões do dono. Um colecionador de latas de refrigerante, por exemplo, poderá ter móveis feitos com os recipientes.

"De uma casa antiga em uma vila britânica a um apartamento em Nova York, ou a uma mansão em Utah, essas propriedades são muito diferentes, mas compartilham um segredo picante: elas podem parecer normais no exterior, mas são totalmente extraordinárias por dentro. Inesperadas, chocantes, divertidas e selvagens", descreve a produtora inglesa Barcroft em seu site.

divulgação/netflix

Lançado na semana passada, o humorístico de Joel McHale é uma versão do The Soup, do E!

O projeto, que mais parece saído de um canal da Discovery do que uma série da Netflix, se junta a outro reality inusitado anunciado na semana passada: uma série de oito episódios produzida e apresentada pela "guru da arrumação" Marie Kondo. No projeto, ela ajudará pessoas comuns a transformarem suas vidas por completo simplesmente com dicas de como organizar a casa. É a cara de um canal como GNT.

A plataforma de streaming também concorre com Cartoon Network, Discovery Kids, Disney Channel e Nickelodeon na programação infantil, que inclui dezenas de desenhos animados e séries de live action, como a comédia educativa Project Mc². E isso apenas no que se refere a produções originais, já que sucessos dos canais pagos também estão disponíveis no serviço.

Na semana passada, estreou o humorístico O Joel McHale Show com Joel McHale, uma versão para a Netflix de algo que o ator fez durante 11 anos no canal E!, à frente do programa The Soup. Até o infame Keeping Up with the Kardashians já teve uma versão na plataforma: Chasing Cameron, sobre o ídolo teen Cameron Dallas.

Há ainda programas de culinária, como Chef's Table, de investigação criminal, como Making a Murderer, e apresentações de stand up que poderiam estar na grade do Comedy Central ou do TBS. Ou o reality Queer Eye, remake de um programa exibido entre 2003 e 2007 pelo Bravo e que chegou ao Brasil pelo Canal Sony.

divulgação/netflix

Cena do Ultimate Beastmaster, uma das poucas atrações esportivas lançadas pela Netflix

Atrações para todos os públicos
Investir em programação variada é uma estratégia da Netflix para satisfazer os "cord cutters", uma expressão para o público que cortou a TV paga e usa o streaming como principal opção de entretenimento. Quanto mais diversificada a oferta de programas, mais esses assinantes se contentarão em pagar apenas pelo sistema.

O cardápio misto revela ainda um plano da plataforma de amplificar cada vez mais o seu público: há atrações para crianças, adolescentes e adultos, além de programas para os saudosistas (como Fuller House ou Everything Sucks!). A proposta é clara: atrair cada vez mais assinantes.

Isso se estende para as séries estrangeiras da Netflix, como a mexicana Club de Cuervos, a espanhola Las Chicas del Cable e a alemã Dark, além das brasileiras 3% e O Mecanismo (que estreia em março): o investimento nos países desperta o interesse do público local, fazendo crescer ainda mais a base de clientes.

Para se tornar uma programadora completa, faltam basicamente transmissões ao vivo de esportes ou jornalísticos, mercados que os executivos da Netflix já declararam não ter interesse em investir. Mas, mesmo sem mergulhar fundo, o streaming já coloca um pezinho nessa área, com competições como Ultimate Beastmaster ou os talk shows de David Letterman e Chelsea Handler.


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